O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou na noite desta terça-feira (13) que não tentará a reeleição no pleito de 17 de agosto, embaralhando ainda mais a briga política no país.
Arce havia sido escolhido como o candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS), mas, com sua popularidade em baixa devido a uma crise econômica marcada pela falta de dólares, escassez de combustíveis e alta inflação, declinou da disputa e falou da necessidade de um nome de consenso dentro da esquerda.
Segundo informações do jornal El Deber, Arce pediu em pronunciamento “a mais ampla unidade da esquerda”, “cerrando fileiras em torno do candidato que tiver maiores chances de derrotar os saqueadores da Bolívia”.
“Ou defendemos nosso Estado plurinacional e suas conquistas populares, ou facilitamos o retorno da direita ao governo”, disse o presidente.
“O principal inimigo é o imperialismo, a direita fascista, que aplaude nossas divisões”, acrescentou Arce, que pediu que seu ex-padrinho político, Evo Morales (presidente da Bolívia entre 2006 e 2019), com quem rompeu politicamente, também retire sua candidatura.
Arce pediu ao presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, que há algumas semanas decidiu se desvincular de Morales e concorrer sozinho à presidência da Bolívia, que se junte à unidade do bloco de esquerda.
Hoje, Morales rejeitou o pedido de Arce e alegou que “somente o povo” pode pedir que ele decline da sua candidatura.
Depois, o Tribunal Constitucional Plurinacional (TCP) da Bolívia reafirmou uma decisão judicial que apontou que não há possibilidade de um terceiro mandato presidencial no país, o que significa que Morales, que já exerceu três mandatos, não poderá ser candidato em agosto.