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O banco BTG Pactual comprou ativos do banqueiro Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master. O BTG divulgou um fato relevante na noite da terça-feira (27) em que anunciou a compra de duas participações acionárias pertencentes a Vorcaro.
A primeira movimentou 56,53 milhões de ações ordinárias da Light (LIGT3) ou 15,17% do capital social. Pela cotação da terça-feira (27), isso representa R$ 378 milhões. A segunda movimentou 7,08 milhões de ações da Méliuz (CASH3), ou 8,12% do capital da companhia, avaliados em R$ 55 milhões.
Além dessas participações, o banco anunciou a aquisição de outros ativos – “imóveis, créditos, direitos creditórios, outras ações listadas em percentuais inferiores a 5% e participações societárias” de propriedade de Vorcaro. Entre as empresas listadas está uma participação na empresa de saúde Hapvida e o edifício do Hotel Fasano Itaim.
Venda para o BRB
Segundo fontes do mercado, a transação proporciona a Vorcaro recursos para capitalizar o Master. O banco vinha buscando recursos para permitir a conclusão do acordo fechado no fim de março com o banco estatal BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal.
Em março o BRB anunciou a intenção de comprar 58% do capital total e 49% do capital votante do Banco Master, em uma operação avaliada em R$ 2 bilhões e que ainda depende da autorização do Banco Central (BC).
Segundo a Agência Brasil, o negócio é “polêmico, porque o Banco Master tem uma política agressiva para captar recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) a quem compra papéis da instituição financeira, bastante superiores às taxas médias para bancos pequenos, em torno de 110% a 120% do CDI”.
Mineração
O acordo anunciado na terça-feira injeta recursos no Master em um montante suficiente para resolver problemas como o descasamento de prazos, provocado pela compra de ativos ilíquidos como precatórios. Apesar de serem títulos de baixo risco, pois são ativos judiciais, esses papéis oferecem uma grande incerteza quanto ao prazo de recebimento, devido aos trâmites do Judiciário.
Outro candidato à compra dos ativos de Vorcaro era a holding J&F, que controla a JBS, da família Batista. Vorcaro é acionista da mineradora Itaminas, que pode ser negociada com a LHG Mineração, nova denominação da holding J&F Mineração, e que concentra os ativos minerários da família.