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Acessibilidade
Cafeterias estão se transformando em espaços de trabalho essenciais para freelancers, empreendedores e pequenos negócios. Essa tendência acompanha o crescimento mais amplo dos espaços de trabalho flexíveis, conforme documentado na pesquisa da Egfjord, empresa de consultoria estratégica e inovação da Dinamarca, que projeta um aumento anual de 16,1% nos espaços de coworking e um crescimento de 24,2% no número de usuários.
Isso representa uma oportunidade para os proprietários de cafeterias diversificarem seus modelos de negócio ao incorporar espaços de coworking. A crescente demanda por ambientes de trabalho flexíveis e pelas necessidades do trabalho remoto gera desafios e oportunidades para os negócios do setor de alimentos e bebidas.
Espaços de trabalho flexíveis
O avanço das tecnologias e a ampla adoção do trabalho remoto mudaram a dinâmica dos ambientes de trabalho. Cada vez mais profissionais buscam espaços flexíveis que apoiem a produtividade e a interação social. Com uma localização central e atmosfera descontraída, as cafeterias estão bem posicionadas para atender às necessidades desses trabalhadores remotos.
Cafeterias que incorporam áreas de coworking têm o potencial de alcançar uma renda maior por meio do aumento do valor médio das comandas e do maior tempo de permanência dos clientes. Além disso, esses espaços são especialmente atraentes para o público mais jovem, que se sente atraído por ambientes híbridos e costuma preferir formatos de trabalho mais flexíveis.
Estabelecimentos que se adaptam a essa demanda crescente, prestando atenção especial às necessidades do mercado local, podem aproveitar essa tendência para garantir uma vantagem competitiva em um setor em expansão. Cafeterias que implementam espaços de coworking podem criar novas fontes de receita, alugando estações de trabalho e oferecendo serviços para reuniões e eventos.
Cafeterias e espaços de trabalho remotos
As cafeterias oferecem um ambiente de trabalho diferente dos escritórios tradicionais e dos coworkings formais e conseguem atender às necessidades de seus clientes trabalhadores.
Esses espaços estão se transformando para acompanhar a crescente demanda por outros ambientes de trabalho remoto. Oferecer apenas café e sobremesas já não é suficiente para atrair clientes. Muitas já estão integrando zonas de trabalho, áreas para reuniões e conexões de internet confiáveis para acomodar os trabalhadores.
Algumas cafeterias já estão adotando estratégias de setorização, isto é, criam áreas separadas para trabalho individual, reuniões em grupo e relaxamento, garantindo que os clientes e trabalhadores possam se concentrar sem atrapalhar aqueles que só querem tomar um café. Essa divisão contribui para a produtividade, mantendo o ambiente confortável para todos.
Internet de alta velocidade, pontos de carregamento e ferramentas para videoconferência estão ganhando espaço nesses locais para atender aos trabalhadores remotos.
Além disso, muitas cafeterias estão oferecendo modelos de pagamento flexíveis para o uso dos espaços de trabalho para atrair e fidelizar clientes, que podem pagar por hora ou por mês, como alternativa à locação de escritórios tradicionais.
Adaptação às condições locais
A implementação bem-sucedida do modelo de cafeteria com coworking exige uma compreensão clara das necessidades do mercado local. Isso é fundamental ao considerar como as preferências por espaços de trabalho flexíveis variam entre regiões, influenciadas por fatores culturais, econômicos e tecnológicos.
Na China, por exemplo, cidades como Pequim e Xangai vêm registrando um aumento na demanda por ambientes de trabalho flexíveis. Com indústrias tecnológicas avançadas, essas cidades impulsionam a necessidade de espaços que combinem trabalho e interação social. Como resultado, cafeterias que oferecem café de qualidade e espaços funcionais para trabalho ganham popularidade.
Na Europa não é diferente. Cafeterias com espaços de coworking estão se tornando cada vez mais comuns, especialmente em países como a Alemanha, onde a cultura do trabalho remoto e do freelancing, modalidade de trabalho sem vínculo empregatício fixo, tem crescido rapidamente. Nesses locais, os donos de cafeterias vêm priorizando ambientes silenciosos e confortáveis.
Mas essa não é uma regra. É essencial que os negócios adaptem suas ofertas às necessidades específicas de cada mercado, respeitando as diferenças regionais. O objetivo central deve ser o mesmo: criar espaços de trabalho funcionais com serviços de alta qualidade.
Primeiros passos
Proprietários de cafeterias podem começar a adaptar seu negócio ao mercado local e analisar seu público. Fazer pequenas pesquisas com clientes para saber quantos deles trabalham remotamente e quais comodidades são importantes para eles é um dos primeiros para transformar o ambiente em um coworking. Além disso, observar o comportamento dos frequentadores — em que horários eles costumam trabalhar e quais lugares preferem ocupar — faz parte desta primeira etapa.
Vale a pena explorar tendências locais, como cafeterias concorrentes que já oferecem áreas de coworking. É importante fazer testes de forma gradual, mas os proprietários desses espaços podem começar separando uma área do estabelecimento para clientes que querem trabalhar. Assim é possível avaliar a demanda por esse modelo.
De cafeterias a coworking
Transformações na dinâmica do trabalho estão impulsionando a procura por soluções flexíveis, segundo pesquisas do Fórum Econômico Mundial. A análise das tendências globais de emprego aponta para um crescimento expressivo nas modalidades de trabalho remoto e híbrido nos próximos anos.
Essa transformação está criando novas oportunidades para os negócios que conseguirem atender aos profissionais móveis. Cafeterias que se tornarem espaços de trabalho viáveis — com conexão confiável, mobiliário confortável e áreas silenciosas — estarão bem posicionadas para atender a esse mercado em expansão.