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domingo, junho 1, 2025

Eraí Maggi Scheffer Mostra Porque Investiu R$ 100 Milhões em um Aeroporto Executivo para o Agro

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No final da tarde desta sexta-feira (30), Eraí Maggi Scheffer, um dos produtores rurais mais poderosos do país, que junto com os irmãos Elusmar, Fernando e Marina é dono do grupo Bom Futuro, pedia silêncio a uma plateia ruidosa, seus convidados, para apresentar as instalações do Aeroporto Bom Futuro, um complexo nas barbas do perímetro urbano de Cuiabá destinado à aviação executiva. “Quero contar uma história”, argumentava Eraí para que as pessoas voltassem sua atenção ao palco. Seu grupo está no topo dos produtores do estado, com 1,9 milhão de toneladas de soja e milho, e 440 mil toneladas de fibra de algodão, por safra, em média.

Na plateia estavam figuras como o governador do Estado, Mauro Mendes, o ministro da agricultura Carlos Fávaro, o senador Alceu Moreira, entre outros políticos; gente de instituições como a Embrapa, empresas como Beechcraft, Cessna, Embraer, Piper, Pilatus, Falcon, Thrush, Epic Aircraft, TBM, Cirrus, Kodiak, Robinson, e um grande número de outros grandes produtores rurais do estado. Sem nenhum papel nas mãos, Eraí ia chamando um a um para o que queria dizer. “Esse aeroporto é para o Mato Grosso, é para os bancos, os produtores, é para gente do mundo inteiro fazer negócio aqui”, disse ele. “É preciso industrializar o Mato Grosso e para isso é preciso grana. Esse é um dinheiro concentrado. Mas é a vocação do estado, não temos outra.”

O aeroporto Bom Futuro já consumiu investimentos da ordem de R$ 100 milhões desde que foi inaugurado em 2011. No novo terminal de passageiros foram cerca de R$ 25 milhões, uma super estrutura substituindo a antiga feita de contêineres como área de recepção. O novo aeroporto, o maior executivo do Centro-Oeste, é um complexo com salas de reuniões, academia, sala de cinema e até uma brinquedoteca.

O Brasil está entre os países com o maior mercado de aviação executiva. Segundo a Mordor Intelligence, puxado pelo Brasil, o mercado de aeronaves executivas na América Latina deve atingir US$ 1,31 bilhão em 2029. No ano passado foram US$ 640 milhões. No Brasil, o Mato Grosso é o segundo maior mercado, atrás apenas de São Paulo. Por isso, o Mato Grosso está investindo R$ 100 milhões em obras de melhoria na infraestrutura de aeroportos de 19 municípios, asfaltando e recuperando pistas, mas a meta é de R$ 250 milhões. “Estamos com um programa para tornar mais competitiva a aviação regional”, diz Mauro Mendes. “O governo do estado vem dando incentivos para que ela se torne mais competitiva.”

V.Ondei

Aeroporto Bom Futuro está preparada para jatos

Muitos dos municípios atendidos em investimentos são agrícolas, mas grande parte das fazendas que utilizam a aviação executiva têm suas próprias pistas. Como é o caso de Grupo Scheffer, que tem à frente o economista Guilherme Scheffer, 42 anos, e Edio Brunetta, 54 anos, vice-presidente do Grupo Itaquere. “No fundo, o avião te deixa mais atualizado. Tem o lado da administração das propriedades, mas também te dá tempo de visitar outros produtores”, afirma Scheffer.

São cerca de 200 mil hectares no Maranhão e Pará, além de Mato Grosso, em que a maior distância entre uma fazenda e outra é 2.500 quilômetros. Hoje são quatro aeronaves com média de 20 horas mensais de voos, com três exclusivas para operadores, técnicos e gestores. “Para parte da equipe, o avião está no dia a dia do serviço dela, principalmente para o acompanhamento das lavouras”, diz Scheffer. O grupo atualmente colhe cerca de 600 mil toneladas de soja e milho, por safra, além de quase 100 mil toneladas de algodão.

No caso do Grupo Itaquerê, com fazendas a quase mil quilômetros de distância por via terrestre, o avião deixou de ser um luxo para se tornar um instrumento de gestão essencial. “Para nós, sempre foi ferramenta de trabalho. E mais do que agilidade, ela nos traz segurança”, diz Brunetta. “Hoje, você precisa de agilidade para os diretores, gerentes e até para o RH e treinamentos. É uma necessidade extrema”. A sede do grupo fica em Primavera do Leste, tocado por cinco grupos familiares. Donos de uma aeronave, a compra de outra mais veloz já está no radar.

Brunetta conta que não é raro alugar aeronave, para que o serviço não pare. O uso é 90% voltado à gestão dos negócios, com os 10% restantes reservados para uso familiar, mas para deslocamentos pontuais. Para trechos mais longos, o meio são os voos de carreira. O grupo cultiva cerca de 60 mil hectares, em sete municípios, com soja, milho, algodão e pulses, como feijão caupi, gergelim, sorgo, além de um rebanho de 20 mil bovinos e geração de energia.

Scheffer e Brunetta são clientes do Aeroporto Bom Futuro para pousos e decolagens. “Reunimos o que há de mais sofisticado na aviação executiva”, disse na tarde de ontem Kleverson Scheffer, diretor da Bom Futuro. Ele foi o mentor da ideia que se tornou um projeto há cinco anos, quando foi colocado na mesa. A estrutura, que vinha sendo desenvolvida desde 2011, foi consolidada como unidade de negócio a partir de 2014. Mas para o novo terminal, Kleverson teve que convencer a família novamente.

Aline Bortoli, 39 anos, a mais velha do grupo de nove mulheres sucessoras do grupo, conta que havia muita expectativa. “Quando meu primo chegou com o projeto e ouvimos o que seria esse empreendimento, a gente sabia que ele era relevante. Foi uma decisão com visão de futuro, de mudar a sede da empresa de Rondonópolis para Cuiabá e começar a adquirir as terras para o aeroporto. Se uma não desse certo, o projeto não teria como ser finalizado”, conta Aline.

O Grupo Bom Futuro possui 10 aeronaves executivas e 17 agrícolas que ficam hangariadas nas fazendas. O terminal pode hangarar até 70 aeronaves e operar de 30 a 40 pousos e decolagens por dia. As aeronaves guardadas no local são de produtores rurais (95%), mais empresários e executivos de todo o estado, um patrimônio estimado em cerca de US$ 200 milhões, segundo o diretor comercial da Bom Futuro, Roberto Bortoncello. Atualmente, o terminal já recebe um público de cerca de 20 mil pessoas por ano.

“Sim, o Mato Grosso tem a segunda maior frota de aeronaves do Brasil, mas ainda faltam oficinas, mão de obra especializada e infraestrutura adequada para acompanhar esse ritmo. Estamos atentos a isso”, diz Bortoncello. A médio e longo prazo, há expectativa de ampliar ainda mais o terminal, incluindo possível certificação para voos internacionais. “O conceito do nosso terminal é de visão de futuro. Se hoje ele já parece grande, esperamos que em breve ele fique pequeno.”



[Fonte Original]

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