Israel convocou a embaixadora da Espanha no país, Ana Salomon Perez, para uma reunião de reprimenda nesta quarta-feira (14), após “declarações duras” do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.
“Após as duras declarações feitas pelo presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, a embaixadora da Espanha em Israel foi convocada para uma reunião de reprimenda no Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém amanhã”, declarou um porta-voz do órgão à Agência EFE.
A convocação da embaixadora foi feita depois que Sánchez declarou no Congresso espanhol que seu governo não comercializa “com um Estado genocida”, em resposta às acusações do porta-voz do partido catalão Esquerra Republicana, Gabriel Rufián, de que o governo espanhol comercializa “com um Estado genocida, como Israel”.
“Gostaria de deixar uma coisa clara, senhor Rufián. Nós não negociamos com um Estado genocida. Não fazemos isso (…). E acredito que outro dia, desta tribuna, eu especifiquei exatamente do que estávamos falando quando foram ditas algumas coisas que não condizem com a verdade”, disse Sánchez.
As declarações foram em resposta à controvérsia que surgiu na Espanha sobre a compra de armas de Israel em meio à ofensiva realizada pelo país na Faixa de Gaza.
Em 24 de abril, Sánchez anunciou o cancelamento de um contrato para a compra de munições de uma empresa israelense a fim de preservar a coalizão com seu parceiro de governo de esquerda, o Sumar.
O contrato era com a IMI Systems para a compra de 15 milhões de projéteis para a Guarda Civil Espanhola no valor de 6,6 milhões de euros.
Após o anúncio da rescisão do contrato, Israel condenou “veementemente” a decisão do governo espanhol, dizendo que ele estava “sacrificando considerações de segurança por motivos políticos”.
De acordo com a Chancelaria de Israel, com a decisão o governo da Espanha continuou a estar “do lado errado da história” e se posicionou “contra o Estado judeu, que está se defendendo contra ataques terroristas em sete frentes”.