Um novo projeto de desenvolvimento nacional promovido pelo governo da Itália promete impulsionar a economia e popularizar cidades que foram despovoadas ao longo das décadas no sul do país: a construção uma linha ferroviária de alta velocidade.
A proposta busca conectar cidades com quase 150 quilômetros de distância entre Nápoles, na costa do Mediterrâneo, e Bari, nas margens do Adriático, reduzindo pela metade o tempo de duração da viagem, que passará de quatro para duas horas (com trens viajando a até 250 km/h, de acordo com a Bloomberg).
A obra, que virou uma das prioridades do governo italiano, contará com nove túneis, 25 viadutos e 16 novas estações e pontos de parada.
A modernização do sistema ferroviário é administrado pelo Ministério da Infraestrutura e Transportes e pela estatal Ferrovie dello Stato (FS). Uma parte da obra, que já está em andamento, deve ser entregue até 2026, e a previsão de conclusão total é 2028. O valor do projeto gira em torno de 6 milhões de euros (US$ 6,48 milhões), e parte do investimento vem de fundos da União Europeia (UE).
De acordo com o think tank Svimez, somente na fase de construção, a nova linha deve impulsionar a abertura de novos negócios no valor estimado de 4 bilhões de euros e 62 mil empregos na região sul da Itália, que carece de investimentos públicos.
Alessio Forestieri, diretor da construtora Pizzarotti, integrante do consórcio que está construindo a linha, disse à Agência Reuters em abril que “o projeto revolucionário ligará dois portos italianos e dois mares”, tornando-se um dos planos mais importantes para o desenvolvimento nacional da Itália nos próximos anos.
O think tank destaca que o projeto de modernização do sistema ferroviário italiano pode reverter os índices precários de povoamento na região sul do país, que na última década perdeu quase 200 mil jovens especializados devido ao subdesenvolvimento regional, segundo indicam seus dados coletados.