19.2 C
Brasília
sábado, maio 17, 2025

Kremlin prepara lista de exigências para cessar-fogo na Ucrânia;Trump quer decisão na segunda-feira

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

O Kremlin anunciou neste sábado (17) que está elaborando uma lista de exigências que será enviada à Ucrânia como condição para um possível cessar-fogo no conflito. Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, os termos não serão divulgados publicamente neste momento, uma vez que as negociações seguem em andamento e, segundo ele, devem ocorrer a portas fechadas. No entanto, Peskov admitiu que, diante de avanços concretos nas conversas entre as delegações, um encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, poderia se tornar viável.

A possibilidade foi levantada após a mais recente rodada de negociações em Istambul, na sexta-feira, entre representantes dos dois países. O chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, declarou à imprensa internacional estar satisfeito com os primeiros resultados, mas adotou um tom mais agressivo ao se dirigir à imprensa russa. Em suas declarações, deixou claro que Moscou mantém a disposição de continuar a ofensiva militar e ampliar o controle sobre novos territórios, ameaçando inclusive as regiões ucranianas de Sumy e Kharkiv, no norte do país, onde tropas russas já iniciaram novos ataques.

Entre as exigências que deverão constar na proposta russa está a retirada imediata das forças ucranianas das quatro regiões anexadas pela Rússia — Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhya — ainda que Moscou não tenha controle total sobre esses territórios. Medinsky também reiterou outras condições que a Rússia vem mantendo desde antes da invasão em 2022, como o reconhecimento das anexações — incluindo a Crimeia, tomada em 2014 —, a desistência da Ucrânia em ingressar na OTAN, a desmilitarização do país, garantias legais aos falantes de russo, a substituição do governo de Zelensky, considerado ilegítimo pelo Kremlin, e o cancelamento de todas as sanções internacionais impostas desde o início da guerra.

Diálogo por trégua

Enquanto a Rússia afirma estar pronta para formalizar essas exigências como base para avançar nas tratativas, os Estados Unidos também participaram das movimentações diplomáticas do fim de semana. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, conversaram por telefone neste sábado (17) e manifestaram disposição para continuar trabalhando pela paz. Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, foi destacado que Rubio elogiou os acordos relacionados à troca de prisioneiros e reconheceu que a apresentação formal das exigências por parte de Rússia e Ucrânia representa um passo rumo à trégua. Segundo o comunicado, Moscou confirmou seu interesse em continuar cooperando com os americanos nesse processo.

A conversa entre Lavrov e Rubio também abordou outros temas internacionais e regionais, mas o foco central permaneceu nas tratativas de Istambul e na possibilidade de destravar uma negociação direta entre os líderes das duas nações. Ainda assim, a posição de Moscou segue firme: um encontro entre Putin e Zelensky só ocorrerá se houver progresso real nos acordos de bastidores e se Kiev der sinais claros de aceitar as condições impostas pelo Kremlin.

Ligação de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (18) que fará duas importantes ligações diplomáticas na próxima segunda-feira: primeiro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e depois com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky. O objetivo, segundo Trump, é negociar um possível cessar-fogo e avançar rumo ao fim da guerra entre os dois países.

“Esperamos que seja um dia produtivo, que um cessar-fogo seja declarado e que termine esta guerra violenta — uma guerra que nunca deveria ter começado”, afirmou Trump por meio de sua plataforma Truth Social.

O republicano detalhou que a conversa com Putin está marcada para as 10h da manhã, no horário de Washington (11h de Brasília). Entre os temas principais da ligação estarão a interrupção do “banho de sangue” em território ucraniano e questões comerciais entre as potências.

Mais tarde, Trump também conversará com o presidente da Ucrânia e, segundo ele, com outros líderes da OTAN, embora não tenha informado os nomes nem o horário desses contatos. A movimentação diplomática ocorre após uma reunião entre delegações russas e ucranianas realizada na sexta-feira em Istambul — o primeiro encontro direto entre os dois países em três anos. Apesar do esforço, não houve avanços concretos nas negociações.

Os Estados Unidos, que assumiram papel de mediadores na tentativa de encerrar o conflito, acreditam que um acordo realista só poderá ser alcançado mediante uma conversa direta entre Trump e Putin, sinalizando uma guinada mais pragmática na política externa americana sob a atual liderança republicana.

[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img