Crédito, Getty Images
Do Salão Oval da Casa Branca, Trump disse que o projeto militar será concluído durante seu atual governo a um custo de US$ 175 bilhões (R$ 992 bilhões).
“Ele será integrado às nossas capacidades de defesa existentes e deverá estar operacional antes do final do meu mandato, em cerca de três anos”, disse ele a repórteres na Casa Branca.
O projeto é um grande desafio militar, já que o território dos EUA é 400 vezes maior do que o de Israel. Trump disse que o Canadá teria manifestado interesse em participar do projeto em conjunto com os EUA.
Estima-se que suas capacidades defensivas incluam a capacidade de destruir mísseis hipersônicos, balísticos e de cruzeiro avançados.
O anúncio foi feito pelo general Michael Guetlein, vice-chefe de operações espaciais do Pentágono, que supervisionará o projeto.
Ele explicou que essa proteção é necessária devido ao aumento das capacidades de outros países.
“Nossos adversários modernizaram rapidamente suas forças nucleares, construindo mísseis balísticos capazes de transportar ogivas nucleares e mísseis hipersônicos capazes de atingir os EUA em uma hora, viajando a 9,6 mil km por hora”, observou Guetlein.
“O Domo de Ouro é uma abordagem ousada e agressiva para proteger rapidamente nosso território de nossos adversários”, disse.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, também afirmou que o domo servirá para proteger seu país de drones “convencionais ou nucleares”.

Crédito, Reuters
Um briefing divulgado recentemente pela Agência de Inteligência de Defesa (agência de inteligência militar do governo dos EUA) observou que as ameaças de mísseis “aumentarão em escala e sofisticação” e que a China e a Rússia estão projetando sistemas “para explorar lacunas” nas defesas dos EUA.
Trump disse que inicialmente alocaria US$ 25 bilhões para o projeto, e que espera ter o orçamento necessário de US$ 175 bilhões para concluir o projeto antes do fim de seu mandato atual em 2029.
Alto custo
Na apresentação de terça-feira, Trump lembrou que a ideia de um domo já havia sido expressa pelo presidente Ronald Reagan (1981-1989) durante a Guerra Fria.
Seu governo investiu bilhões de dólares, mas o projeto acabou sendo cancelado devido ao aumento dos custos e aos desafios tecnológicos.
“Ronald Reagan queria isso há muitos anos, mas eles não tinham a tecnologia”, disse Trump. “Mas é algo que teremos. Teremos no mais alto nível.”

Crédito, Getty Images
Sete dias após o início de seu segundo mandato, Trump ordenou que o Departamento de Defesa apresentasse em dois meses planos para um sistema de defesa contra ataques aéreos, que a Casa Branca diz ser “a ameaça mais catastrófica” enfrentada pelos EUA.
Ele garantiu que os US$ 25 bilhões iniciais para este projeto estão incluídos em sua mais recente proposta orçamentária, que está sendo discutida no Congresso, mas ainda não foi aprovada.
No entanto, o Congressional Budget Office, a agência do Congresso que abastece parlamentares com dados sobre o orçamento, estimou que o governo poderia precisar de muito mais dinheiro — até US$ 542 bilhões ao longo de 20 anos — apenas para construir os componentes espaciais do sistema.
Para o analista de segurança do jornal The New York Times, W.J. Hennigan, apenas um primeiro passo está sendo dado agora — e o projeto deve demorar anos.
“As partes mais interessantes do programa, agora conhecido como Domo de Ouro, ainda precisam ser determinadas: como seria o sistema, quem o construiria, como seria controlado e se protegeria de forma confiável os americanos e o país contra uma gama em constante mudança de ameaças de mísseis vindas de todo o mundo”, escreve Hennigan.
“O que sabemos é que não seria barato, fácil ou rápido.”
Ele diz que o Domo de Ouro não seria um programa único, mas sim a união de diversas iniciativas militares.
“Provavelmente consistiria em 100 ou mais programas a serem interligados para formar um escudo de costa a costa, de fronteira a fronteira, contra ataques aéreos. Quando esses componentes estiverem prontos, os militares precisarão de uma maneira de orquestrar tudo por meio de um sistema de comando e controle.”
O analista diz que Israel tem o tamanho do Estado americano de Nova Jersey e costuma ser atacado com mísseis de baixa tecnologia. O desafio americano é proteger um território imenso que poderia potencialmente ser atacado com as tecnologias mais avançadas disponíveis.