Nesta quarta-feira (28), Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, revelou durante o Chainalysis Nodes Brasil, que a plataforma processou mais de 666 mil transações de USDT para Pix em apenas 24 horas, quebrando todos os recordes anteriores. De acordo com Lopes, ainda não dá para identificar a causa exata do crescimento, mas ele não descarta que a nova alta no IOF tenha impulsionado esse movimento expressivo.
“É um número muito expressivo. Ainda não sabemos exatamente o que impulsionou essa alta, mas pode estar ligada ao aumento no IOF ou ao crescimento das remessas com USDT”, afirmou Lopes.
Além disso, os dados do Banco Central confirmam essa tendência. A instituição aponta que mais de 90% do volume de negociações de criptoativos no país envolvem stablecoins como USDT e USDC. De acordo com o Bitybank, o volume de negociações dessas moedas cresceu mais de 160% no primeiro trimestre deste ano, comparado ao mesmo período de 2024. Para ele, as stablecoins surgem como uma alternativa eficiente e de baixo custo.
“Esse aumento do IOF impacta diretamente o pequeno e médio empreendedor, freelancers, turistas e qualquer cidadão que precise pagar ou receber do exterior”, explicou Ney Pimenta, CEO do Bitybank.
Diante dessa realidade, o Banco Central estuda incluir as operações com stablecoins dentro do mercado de câmbio. A medida resultaria na incidência de IOF pela Receita Federal, ampliando ainda mais o debate sobre a regulamentação do setor.
Governo quer IOF para stablecoins

Na mesma linha, Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, sugeriu aumentar a tributação sobre remessas de criptomoedas. Ele argumentou que isso criaria uma nova fonte de arrecadação e permitiria a redução do IOF em outras operações.
Em evento recente no Rio, Thiago Sarandy, da Binance, alertou para o risco de novos impostos sobre transações cripto.
“Há um risco não baixo de que, com uma simples canetada, o book global seja tributado com IOF sob as regras do câmbio”, afirmou.
No mesmo evento, Eduardo Liberato, do Banco Central, esclareceu que nada está definido. De acordo com ele, o BC ainda analisa as contribuições das Consultas Públicas e pode rever temas polêmicos, como a classificação de todas as operações com USDT como câmbio.
Enquanto isso, Courtnay Guimarães, Head de Digital Assets do Bradesco, destacou que o mercado cripto está prestes a movimentar mais de US$ 30 trilhões globalmente. Para ele, o sistema financeiro tradicional ainda não compreendeu a magnitude dessa transformação.
“Hoje temos uma estrutura financeira 24/7, com liquidação instantânea e global, que não existe no sistema tradicional”, afirmou Courtnay. Ele comparou o volume do mercado cripto à movimentação total da Visa.
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