A Circle, emissora do USDC, a segunda maior stablecoin por capitalização de mercado, lançou uma oferta pública inicial (IPO) de 24 milhões de ações de suas ações ordinárias Classe A, anunciou a empresa em 27 de maio.
A empresa solicitou a listagem de suas ações ordinárias Classe A na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) sob o símbolo de ticker CRCL. Como parte da oferta, a Circle está emitindo 9,6 milhões de ações ordinárias Classe A, informou a empresa em um comunicado à imprensa.
As 14,4 milhões de ações restantes da Classe A serão oferecidas por acionistas vendedores. Espera-se também que a Circle conceda aos subscritores uma opção de 30 dias para comprar até 3,6 milhões de ações adicionais da Classe A para cobrir lotes suplementares.
O IPO conta com a participação de vários grandes bancos de investimento dos EUA, com JPMorgan, Citigroup e Goldman Sachs atuando como principais coordenadores ativos, segundo o anúncio.
A oferta também contará com bancos europeus, incluindo Barclays, Deutsche Bank Securities e Societe Generale atuando como coordenadores.
Os co-gerentes do IPO incluem BNY Capital Markets, Canaccord Genuity, Needham, Oppenheimer e Santander, enquanto os co-gerentes juniores são AmeriVet Securities, Drexel Hamilton, Mischler Financial Group e Roberts and Ryan.
Preço do IPO entre US$ 24 e US$ 26 por ação
Atualmente, a Circle espera oferecer ações do IPO a um preço entre US$ 24 e US$ 26 por ação, podendo levantar entre US$ 576 milhões e US$ 624 milhões.
Em seu arquivamento do Formulário S-1 nesta terça-feira, a Circle afirmou que não receberá nenhum valor da venda das ações Classe A pelos acionistas vendedores.
“A oferta está sujeita às condições de mercado e não há garantia de que será concluída, ou sobre seu tamanho ou termos,” observou a Circle.
A empresa declarou que as ações não podem ser vendidas antes de o registro se tornar efetivo. Investidores focados em cripto, como a ARK Invest de Cathie Wood, indicaram interesse em adquirir até US$ 150 milhões em ações do IPO, acrescentou a Circle no documento, observando:
“No entanto, como indicações de interesse não são acordos vinculativos ou compromissos de compra, os subscritores poderão decidir vender mais, menos ou nenhuma ação para quaisquer desses potenciais compradores, e esses compradores poderão decidir comprar mais, menos ou nenhuma ação nesta oferta.”
Circle mira avaliação de US$ 6,7 bilhões
De acordo com um relatório da Reuters, a Circle mirava uma avaliação de até US$ 6,71 bilhões em base totalmente diluída para sua oferta pública.
A empresa já havia tentado abrir capital por meio de uma fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico (SPAC), a Concord, em 2021. Inicialmente mirando uma avaliação de US$ 4,5 bilhões, o acordo foi alterado para US$ 9 bilhões, com a Circle encerrando o negócio no final de 2022.
O Cointelegraph procurou a Circle para comentar sobre a avaliação da empresa no IPO, mas não recebeu resposta até o momento da publicação.
Principal concorrente Tether “não precisa de IPO”
“Para a Circle, tornar-se uma corporação listada publicamente na NYSE é uma continuação de nosso desejo de operar com a máxima transparência e responsabilidade possível,” escreveu o cofundador e CEO Jeremy Allaire em uma carta que acompanha o Formulário S-1.
“Operar como uma empresa pública nos Estados Unidos representa nossa dedicação contínua à transparência e responsabilidade, pois ficaremos sujeitos a exigências de relatórios, governança corporativa e outras obrigações,” acrescentou.
Fundada em 2013, a Circle é uma empresa importante no setor de criptoativos, conhecida como emissora do USDC (USDC), a segunda maior stablecoin em capitalização de mercado, atrás apenas do USDt (USDT) da Tether.
No momento da redação, o USDC possui um market cap de US$ 61,5 bilhões, enquanto seu principal concorrente, o USDT, possui US$ 152,7 bilhões, segundo dados da CoinGecko.
Embora seja uma empresa significativamente maior que a Circle, a Tether, sediada em El Salvador, aparentemente não pretende realizar um IPO.
“A Tether não precisa abrir capital,” afirmou o CEO da Tether, Paolo Ardoino, em uma publicação no X em abril.