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domingo, junho 1, 2025

Exclusivo: Cardano será usada por 40 mil funcionários da Petrobrás, ‘Brasil é nossa prioridade’, revela CEO

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Em uma entrevista exclusiva concedida ao Cointelegraph Brasil, o CEO da Cardano Foundation, Frederik Gregaard, destacou que o Brasil é prioridade da Cardano em seu plano de expansão.

Além disso, ele revelou que a blockchain Cardano será usada por cerca de 40 mil funcionários da Petrobras. A parceria marca um passo decisivo para a adoção em larga escala da tecnologia blockchain no setor público brasileiro. Além da Petrobras, a Cardano já atua com o SERPRO, capacitando mais de 8 mil servidores públicos.

Gregaard afirma que a Cardano entrou na era Voltaire, um novo estágio de governança descentralizada. Nesse modelo, qualquer detentor de ADA pode participar das decisões do ecossistema. A governança segue um formato tricameral, com representantes delegados, operadores de pools e um comitê constitucional.

A estrutura garante transparência, responsabilidade e segurança para toda a rede. O CEO destacou que o desafio maior não é técnico, mas cultural: é preciso mudar a mentalidade das instituições que operam em sistemas centralizados há décadas.

Meta é alcançar 1 bilhão de usuários até 2030

Para atingir esse objetivo, a Cardano investe em soluções técnicas como Hydra (para escalabilidade), interoperabilidade com outras redes e educação. A fundação criou a Cardano Academy, com presença em universidades como PUC-Rio, UTN Buenos Aires e Universidade de Zurique.

Além disso, a Cardano apoia iniciativas de identidade digital com o Veridian, uma carteira open-source voltada à inclusão financeira. Com ela, qualquer pessoa pode criar uma identidade verificável sem precisar de documentos tradicionais.

Além disso, a Cardano já dialoga com o Banco Central sobre possíveis colaborações com o Drex. Gregaard ressalta que a rede está pronta para apoiar os objetivos regulatórios sem comprometer a descentralização.

A fundação também busca novas parcerias com startups, agências e instituições financeiras brasileiras. O foco é firmar alianças que gerem impacto sustentável e promovam acesso à economia digital.

Confira a entrevista completa

Era Voltaire

Cointelegraph Brasil (CTBR): Com a era Voltaire, a Cardano busca uma governança verdadeiramente descentralizada. Mas isso é realmente possível? Em quase todas as redes “descentralizadas”, sempre há alguém que pode “apertar o botão” em tempos de crise. Quais os principais desafios desse processo e como a comunidade tem contribuído para superá-los?

Frederik Gregaard (FG): Uma governança verdadeiramente descentralizada não é apenas possível — ela é essencial para a resiliência de longo prazo da blockchain. No modelo de governança da Cardano, cada detentor de ADA pode contribuir diretamente para as decisões do ecossistema.

Essa nova era traz um sistema com pesos e contrapesos. A Cardano adota um modelo tricameral de governança, que inclui representantes delegados (DReps), operadores de stake pools (SPOs) e um comitê constitucional. Essa estrutura garante que as ações de governança reflitam a vontade coletiva dos principais participantes da comunidade, sigam a constituição da Cardano e protejam a integridade da rede principal.

O modelo se adapta a novos desafios sem abrir mão dos princípios de transparência, responsabilidade e abertura. A Cardano é uma verdadeira utilidade pública digital.

O principal desafio não é técnico, mas cultural: sair de um modelo centralizado para assumir responsabilidades distribuídas exige novas mentalidades e estruturas.

Parcerias no Brasil

CTBR: A meta de alcançar um bilhão de usuários até 2030 é ambiciosa. Que estratégias estão em andamento para isso, considerando os desafios de escalabilidade e adoção?

FG: Para alcançar um bilhão de usuários, seguimos uma abordagem multifacetada, que alia inovação técnica a iniciativas estratégicas de adoção. Nossa roadmap aborda a escalabilidade com soluções como o Hydra, além de priorizar a interoperabilidade com outras redes. Também estamos otimizando a experiência dos desenvolvedores para acelerar o crescimento do ecossistema e reduzir barreiras de entrada.

Firmamos parcerias estratégicas para mostrar que a adoção em larga escala é viável. Com o SERPRO, estamos promovendo a blockchain no setor público brasileiro, e com a Petrobras, nossa tecnologia será utilizada por cerca de 40 mil colaboradores. Esses projetos mostram o potencial transformador da Cardano para o mundo corporativo.

A educação é um pilar da nossa estratégia. Investimos fortemente na Cardano Academy, levando conteúdos para universidades como PUC-Rio, UTN Buenos Aires e Universidade de Zurique, expandindo o acesso acadêmico à tecnologia.

A Cardano é uma das poucas blockchains realmente permissionless — qualquer pessoa, em qualquer lugar, com qualquer status legal, pode participar, construir identidade econômica e acessar oportunidades.

O diferencial da nossa abordagem está no foco em resiliência operacional e crescimento sustentável, não apenas em métricas de curto prazo. Ao construirmos uma infraestrutura robusta e nos engajarmos com reguladores, preparamos o caminho para atender um bilhão de usuários com soluções seguras, escaláveis e acessíveis.

Drex, PUC e Petrobras

CTBR: O Banco Central do Brasil está desenvolvendo o Drex, uma infraestrutura digital baseada em blockchain para melhorar o mercado de crédito. Como a Cardano vê uma possível colaboração, considerando seus recursos de contratos inteligentes e tokenização?

FG: Estamos em constante diálogo com entidades governamentais e, se surgir a oportunidade de cooperação de longo prazo, a Cardano está tecnicamente preparada e possui um sistema de governança transparente, o que a torna um parceiro atrativo.

Temos total interesse em colaborar com instituições públicas ao redor do mundo para mostrar como a blockchain pode fortalecer, e não enfraquecer, os objetivos regulatórios, mantendo os princípios fundamentais de privacidade financeira.

CTBR: Além das parcerias com a PUC-Rio e Petrobras, a Cardano pretende colaborar com instituições financeiras, startups ou agências do governo no Brasil para impulsionar a adoção das criptomoedas?

FG: Sim. Atuamos ativamente no ecossistema brasileiro para identificar parcerias de alto impacto. Buscamos investimentos estratégicos em projetos com impacto sustentável. Como organização sem fins lucrativos, priorizamos colaborações que gerem benefícios reais para a economia brasileira. Acreditamos que essas alianças vão acelerar a adoção, mostrando como a blockchain oferece valor real para empresas, governos e cidadãos.

O Brasil é uma prioridade na nossa estratégia global de expansão. A parceria com o SERPRO já promove a adoção da blockchain no setor público, com foco em inovação, infraestrutura e capacitação de mais de 8 mil funcionários. Isso cria base para novos acordos com outros órgãos governamentais.

Veridian e regulamentação

CTBR: Com iniciativas como o Veridian, a Cardano pretende oferecer soluções de identidade digital. Como isso pode impulsionar a inclusão financeira, especialmente em países em desenvolvimento?

FG: O Veridian, nossa plataforma de identidade open-source e app de carteira digital, resolve desafios críticos de identidade que impedem a inclusão financeira. Em muitos países, a falta de documentação formal exclui bilhões de pessoas do sistema financeiro.

Com o Veridian, qualquer indivíduo pode criar uma identidade digital verificável, sem precisar de documentos tradicionais. Isso abre portas para serviços bancários básicos, especialmente para os desbancarizados. O usuário mantém o controle dos próprios dados, compartilhando apenas o necessário com cada prestador de serviço.

Nosso modelo de identidade auto-soberana oferece uma alternativa segura para gerenciar credenciais e chaves privadas. Isso constrói confiança, protege a privacidade e permite que as pessoas desenvolvam reputações financeiras que podem ser reconhecidas em múltiplas jurisdições, ampliando o acesso a crédito, seguros e mobilidade econômica.

CTBR: Com um cenário regulatório global em constante mudança, como a Cardano se prepara para manter conformidade sem comprometer seus princípios de descentralização?

Adotamos uma postura proativa e equilibrada. Engajamos reguladores ao redor do mundo, mostrando que a blockchain pode reforçar a transparência e a responsabilidade no cumprimento de normas. A arquitetura da Cardano permite incorporar exigências regulatórias sem violar os princípios de descentralização.

Nosso trabalho com governos prova que é possível unir inovação tecnológica e conformidade regulatória, construindo um ecossistema blockchain sólido, resiliente e seguro para todos.

[Fonte Original]

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