O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas celebrações organizadas por centrais sindicais no Paço Municipal de São Bernardo do Campo (SP), no ABC Paulista. Em conversa com o GLOBO, Marinho citou compromissos internacionais do presidente para justificar sua ausência no evento.
— Ele está numa jornada intensa, tem uma viagem para a Rússia, depois China, para dar conta da reinserção do Brasil no cenário internacional. E tinha atividade em São Paulo e aqui. Se fosse uma só, seguramente ele teria vindo. Então ele preferiu fazer o pronunciamento e delegou aos ministros — disse Marinho, lembrando que mais cedo houve outra celebração na Zona Norte da capital paulista.
O chefe do Executivo federal limitou-se a fazer um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na véspera do feriado, após o evento do ano passado ter sido marcado por um fracasso de público. Para este ano, uma das estratégias encontradas para atrair mais gente para as comemorações foi o sorteio de carros no evento realizado em São Paulo, enquanto o do ABC Paulista contou com shows de artistas como o MC Hariel e o pagodeiro Belo.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, chegou a afirmar em seu rápido discurso que o evento desta quinta-feira reuniu “mais de 70 mil pessoas” no paço de São Bernardo do Campo. Os números, no entanto, não foram corroborados por nenhum órgão oficial ou grupo de pesquisadores.
Marinho disse em seu também breve discurso que cobrará a presença de Lula nos atos do ano que vem — que segundo os organizadores, deverá ser levado para o Estádio Municipal Primeiro de Maio, também em São Bernardo do Campo.
— Nós estamos trabalhando fortemente para continuar gerando emprego e renda para toda a nossa juventude, para nossos trabalhadores e trabalhadoras — disse Marinho, que retornou momentos após discursar para fazer um adendo: — E vamos juntos trabalhar pela redução da jornada de trabalho e acabar com a escala 6×1, tá bom?
O debate sobre o fim da escala em que o trabalhador tem apenas um dia de folga para seis de trabalho foi encampado pelo governo federal como uma das pautas para este Primeiro de Maio. O tema é discutido no Congresso Nacional a partir de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
O prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), também falou brevemente nas celebrações em São Bernardo do Campo, elogiando o governo Lula por ter “fortalecido” os trabalhadores com “geração de emprego e renda”.
*Colaborou Nicolas Iory, de São Paulo