O objeto recebeu o nome de ASKAP J1832-0911. Ele pertence a uma classe definida como “transientes de rádio de longo período” (LPT, na sigla em inglês). Os objetos dessa classe têm uma intensidade das ondas de rádio que varia regularmente ao longo de vários minutos. No caso do objeto descoberto recentemente, o ciclo de intensidade das ondas de rádio dura dois minutos e se repete a cada 44 minutos. De acordo com a Nasa, essa é a primeira vez que o sinal de raios X é detectado em um transiente de rádio de longo período.
Lançado ao espaço pela Nasa em 1999, o Chandra é o telescópio de raios X mais poderoso do mundo. “Sua resolução é oito vezes maior e ele consegue detectar fontes de luz 20 vezes mais fracas do que qualquer telescópio de raios X anterior”, diz a agência.
A partir dos dados do Chandra e do SKA Pathfinder, a equipe percebeu que o objeto emite raios X e dispara ondas de rádio simultaneamente. Os cientistas identificaram, também, uma redução tanto nos raios X quanto nas ondas de rádio ao longo de seis meses.
Essa combinação do ciclo de 44 minutos em raios X e ondas de rádio, somada às mudanças que duram meses, é diferente de tudo o que os astrônomos já observaram na Via Láctea. Comunicado oficial da Nasa
Cientistas tentam entender o que é o objeto
O corpo celeste pode ser uma estrela, um par de estrelas ou, ainda, uma definição totalmente nova de objeto no espaço. Segundo os pesquisadores, é “improvável” que o ASKAP J1832 seja um pulsar —estrela de nêutrons em rotação que tem pulsos de radiação emitidos regularmente— ou uma estrela de nêutrons extraindo material de uma estrela companheira. “Algumas das propriedades do ASKAP J1832 poderiam ser explicadas por uma estrela de nêutrons com um campo magnético extremamente forte, chamada magnetar, com idade superior a meio milhão de anos”, explica a Nasa. No entanto, outras características do objeto, como sua emissão de rádio brilhante e variável, não são comuns para um magnetar tão antigo.