‘É a violência pela violência’
Michele afirma que a série “Adolescência”, apesar de ser uma ficção, é um retrato da realidade. A produção mostra o espanto dos pais de um garoto de 13 anos que descobrem que o filho é acusado de homicídio. A investigação revela conversas violentas que aconteciam nas redes sociais, sem que a família soubesse.
“Ela foi baseada em um conjunto de incidentes que estamos enfrentando, já há alguns anos, no mundo. E é uma realidade em que a gente vê cada vez pessoas mais jovens.”
O que é ensinado? Discursos de ódio contra grupos, pessoas e até contra si mesmo. E as estruturas organizacionais são fluidas e horizontais. Não existe um líder a seguir, por exemplo. “É totalmente transnacional, fluido e descentralizado”, alerta.
A pesquisadora também destaca a existência das subculturas, como o grupo conhecido como incel (celibato involuntário) — que coopta adolescentes e adultos ressentidos pelo insucesso sexual.
Existem outros que promovem, por exemplo, automutilação, suicídio, transtornos alimentares, canibalismo, etc.