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sexta-feira, maio 9, 2025

Tecnologia chinesa chega ao campo por meio de parcerias com universidades

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O Brasil está iniciando negociações para instalação de cinco fábricas de biofertilizantes e bioinsumos com tecnologia desenvolvida pela Universidade Agrícola da China (CAU) para aproveitamento de resíduos orgânicos. A primeira planta pode ser construída em Caruaru, em Pernambuco. A instalação dessas fábricas é um dos desdobramentos da primeira visita à China de uma delegação de parlamentares brasileiros ligados à reforma agrária e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Durante a visita, no fim de março, os sete parlamentares da delegação também foram a Xangai, onde se encontraram Dilma Rousseff, que atualmente preside o banco dos Brics.

Integrante da comitiva, a deputada estadual Rosa Amorim (PT-PE) disse que Dilma enxerga a agricultura familiar como uma saída para resolver as desigualdades sociais dos países do Sul Global.

— A presidente do banco dos Brics abriu uma porta para a cooperação com estados brasileiros que apoiam projetos envolvendo a agricultura familiar, com a possibilidade de aportes financeiros.

No Centro de Demonstração para Tratamento e Aproveitamento dos Resíduos Orgânicos Urbanos e Rurais, da CAU, anualmente são processadas mais de 14 mil toneladas de restos de alimentos. A tecnologia desenvolvida na China permite que esse material se transforme em 4,5 mil toneladas de fertilizantes orgânicos e 146 toneladas de óleo para diversos usos em ambiente doméstico e como combustível.

O ponto de partida para a instalação das fábricas de bioinsumo está na UnB, que firmou, em novembro, o Memorando de Entendimento com a Universidade Agrícola da China. Amorim diz que a parceria é fundamental para adaptação da tecnologia que transforma os resíduos orgânicos em biofertilizantes.

— No MST sempre apontamos a agricultura familiar, a democratização do acesso à terra e reforma agrária como caminhos possíveis para superar a fome a pobreza com mecanização e novas tecnologias, por isso fomos à China. O país seguiu esse caminho para superar a fome e a pobreza — ressalta a deputada.

Além das pesquisas para adaptar a tecnologia, o projeto das fábricas vem avançando em municípios, como Caruaru, no Ceará, onde a prefeitura já colocou à disposição os resíduos orgânicos gerados pela Central de Abastecimento e o material proveniente de podas de árvores. As negociações para captação de investimento envolvem ainda o Banco do Nordeste.

No âmbito do MoU entre a UnB e a CAU, mais de 80 equipamentos da China serão usados na Fazenda Água Limpa, da UnB, e em assentamentos do Distrito Federal. Os equipamentos compõem um sistema que adota big data na agricultura familiar com o apoio da chinesa Sinomach Digital.

O deputado estadual Mauro Rubem (PT-GO), que também participou da delegação que visitou a China, destaca iniciativas de digitalização da agricultura familiar no Brasil, com uma possível parceria com a chinesa Sinomach Digital.

— A ideia é que esses equipamentos, alguns já em teste no Rio Grande do Norte, Ceará e Goiás, possam ser negociados aqui de forma mais acessível.

A proximidade da produção científica da China com o Brasil também ganha força na esfera climática. Em março, a Universidade de São Paulo sediou um evento para estreitar a cooperação científica entre os países com foco em sustentabilidade e clima. Durante três dias, 19 pesquisadores detalharam caminhos para cooperação em pesquisas como mudanças climáticas, conservação da Amazônia e produção sustentável de alimentos.

Um dos organizadores do evento, Paulo Artaxo, coordenador do Centro de Estudos Amazônia Sustentável da USP e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ressalta a relevância da China na produção de ciência global.

— A China hoje é o maior produtor de ciência do mundo, muito maior que os EUA. Se o Brasil pretende desenvolver sua ciência, tem que fazer parcerias com a China. Existem muitos temas que são de interesse estratégico para Brasil e China, particularmente na área ambiental.

[Fonte Original]

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