O Wegovy (semaglutida 2,4 mg) reduziu em 37% o risco de morte cardiovascular, infarto e acidente vascular cerebral (AVC) não fatais em apenas três meses de tratamento, de acordo com um estudo apresentado nesta terça-feira (13), no Congresso Europeu de Obesidade (ECO). De acordo com os pesquisadores, esta nova análise indica que a proteção cardiovascular proporcionada pelo medicamento não se deve apenas à perda de peso, sendo possivelmente uma ação da semaglutida.
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Nos primeiros seis meses de tratamento, a redução do risco foi maior ainda. A probabilidade de morte por doença do coração diminuiu em 50%, e o risco de hospitalização ou necessidade de atendimento de urgência por insuficiência cardíaca ou morte por doença do coração foi reduzido em 59%.
Estudos anteriores já haviam mostrado que o Wegovy não apenas é seguro do ponto de vis cardiovascular para pacientes com obesidade, como que o medicamento reduz eventos cardiovasculares graves como infarto, derrame e morte por doença do coração. No entanto, esse efeito poderia estar associado à perda de peso. Já o novo estudo mostra que o efeito protetor vai além do emagrecimento.
Os resultados são baseados no estudo SELECT, que recrutou 17.604 adultos com 45 anos ou mais, sobrepeso ou obesidade e doença do coração, sem histórico de diabetes. O trabalho foi conduzido em 41 países, em mais de 800 centros de pesquisa.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, todos os anos no Brasil, quase 300 mil pessoas morrem devido a doenças do coração — a principal causa de morte no mundo e um dos maiores fatores de incapacidade. A obesidade aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e, com o aumento da obesidade, cada vez mais pessoas conviverão com a sobrecarga de ambas as condições . A intervenção precoce em pessoas com obesidade e doença cardiovascular é crucial para reduzir o risco de morte cardiovascular, infarto ou AVC.
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“Enfim temos uma nova esperança para quem vive com obesidade e doenças do coração. Ver que, com o tratamento, conseguimos reduzir em 50% o risco de morte por doença do coração e em 59% o risco de hospitalização ou necessidade de atendimento de urgência por insuficiência cardíaca é transformador. E o mais impressionante: essa proteção já começa logo no início da jornada, antes mesmo de uma perda de peso clinicamente significativa. Isso mostra que o benefício vai além do controle do peso — estamos realmente protegendo a saúde do coração”, afirma Priscilla Mattar, vice-presidente da área médica da Novo Nordisk no Brasil, em comunicado.