“Inacreditável”: esfera rola sem ajuda por superfície vertical, sem motor ou impulso – apenas física surpreendente
Cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, conseguiram um feito curioso: fizeram uma pequena esfera rolar sozinha por uma superfície totalmente vertical, sem impulso de motor, empurrão ou qualquer força externa – uma façanha que parece desafiar as leis básicas da física.
O movimento foi capturado por câmeras de alta velocidade após meses de testes com diferentes materiais e superfícies. A equipe tentava entender como determinadas combinações poderiam gerar deslocamento espontâneo. Quando a esfera finalmente começou a rolar, os pesquisadores duvidaram do que viam. “Parecia inacreditável”, disse Sushanta Mitra, diretor do Instituto Waterloo de Nanotecnologia, em um comunicado.

Esfera usada no experimento parecia uma bala de goma
Do tamanho de uma ervilha, a esfera usada no experimento era feita de um material elástico, parecido com a consistência de uma bala de goma. Ela foi colocada sobre uma superfície vertical e macia, semelhante a um mouse pad. Esse equilíbrio entre rigidez e flexibilidade foi essencial para o movimento acontecer.
Quando usada uma esfera de material muito mole, ela grudava na parede ou escorregava. Se fosse muito rígido, caía direto. Mas com a combinação certa, a esfera rolou vagarosamente – cerca de um milímetro a cada dois segundos – mantendo o contato com a superfície sem deslizar nem cair.

Líder do estudo revela segredo
Segundo Mitra, o segredo está na deformação da esfera ao tocar a parede. A parte da frente se comprime como se estivesse fechando um zíper, enquanto a de trás se solta, como se abrisse. Essa diferença gera torque, ou seja, uma força interna que impulsiona o rolamento, mesmo sem ajuda externa.

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A descoberta foi relatada em um artigo publicado na revista científica Soft Matter. A experiência surpreende por desafiar o senso comum sobre movimento e equilíbrio em superfícies verticais.
Os pesquisadores acreditam que esse princípio pode ser útil na criação de robôs flexíveis para explorar lugares difíceis, como tubulações, cavernas ou até ambientes espaciais. “É uma nova forma de pensar sobre locomoção”, concluiu Mitra.