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sexta-feira, junho 6, 2025

Sertanejo, churrasco e agro: megaevento reúne governadores em defesa da segurança no campo

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Dos campos agrícolas para uma arena de futebol na maior capital do país, a Global Agribusiness Festival tem a expectativa de receber 30 mil visitantes nesta quinta e sexta-feira (5 e 6) no Allianz Parque, em São Paulo, durante o megaevento que discute o agronegócio brasileiro, além de promover a cultura agro com churrascos e com shows de música sertaneja.

Os governadores dos estados considerados os maiores produtores do Brasil nos setores da agricultura e pecuária também participam do festival, entre eles, os presidenciáveis Tarcísio de Freitas (Republicanos), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil).

O conteúdo do evento se organiza em torno de quatro pilares: forum (debates), fair (negócios), food (gastronomia) e fun (música) – o que gerou uma nova sigla para o encontro do agronegócio: GAFFFF. Ao logo de dois dias, o evento vai contabilizar mais de 90 horas de conteúdo, com mais de 250 palestrantes de mais de 30 países, em 35 painéis.

A abertura foi realizada com uma cavalgada que reuniu 100 animais, partindo do Parque da Água Branca em direção ao Allianz Parque. “Mostramos no cenário urbano a força e a importância do agronegócio. Esse festival é o Rock in Rio do agro”, afirma Guilherme Piai, secretário de Agricultura do estado de São Paulo. O evento é realizado desde 2012 pela Datagro – empresa brasileira de consultoria agrícola, que atua em mais de 50 países.

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Megaevento do agro tem passaporte de R$ 1.100 para público

Uma das grandes novidades da edição deste ano é a abertura do evento ao público. O passaporte para os dois dias de evento no estádio do Palmeiras custa R$ 1.100,00. Para os shows sertanejos os valores variam entre R$ 350,00 e 175,00.

A feira de negócios ocupa 7 mil metros quadrados com estandes que reúnem soluções inovadoras para o agronegócio e espaços que exaltam a tradição do campo. A estrutura reúne mais de 200 empresas expositoras, incluindo agtechs, universidades, gigantes da tecnologia e agricultores familiares.

Entre os shows confirmados estão Fernando e Sorocaba, Leonardo, Fiduma e Jeca, Fiorella e Thiago Carvalho. Na gastronomia, a Arena de Fogo é a atração principal, com oito toneladas de carne. Chefs e assadores renomados farão aulas ao vivo e experiências sensoriais.

“Os shows musicais e a Arena de Fogo representam a conexão viva entre o campo e a cidade. São expressões culturais que traduzem o agronegócio de forma sensível, seja pela emoção da música ou pelo sabor da gastronomia”, afirma Luiz Felipe Nastari, diretor de Comunicação, Educação e Eventos da Datagro.

Além disso, o conhecimento agrícola tem espaço reservado no festival com a presença da ex-primeira-ministra da Noruega Gro Brundtland, referência no conceito de desenvolvimento sustentável. O professor emérito da FGV e embaixador especial para cooperativismo da Food and Agriculture Organization (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU), Roberto Rodrigues, e a vice-presidente de Assuntos Públicos da Corteva Agriscience, Shona Sabnis, também integram o time de especialistas que discutem o agronegócio durante o evento.

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Governadores do agro cobram medidas mais duras contra invasões durante evento

Os governadores dos principais estados produtores rurais cobraram uma legislação mais dura contra as invasões de terras, que ameaçam o desenvolvimento econômico do país. “Aqui em São Paulo não tem invasão de terra, não tem ‘abril vermelho’, não tem ‘carnaval vermelho’. O agronegócio de São Paulo é uma fortaleza. Estamos regularizando os assentamentos, ligando a agroindústria ao assentamento”, afirmou Tarcísio de Freitas, ao citar a ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terras (MST), que intensifica as invasões das propriedades durante o mês de abril.

Ele também apontou que é possível conciliar o potencial natural do estado com o cumprimento das normas ambientais, sem travar o desenvolvimento econômico.
“Vamos desenvolver a nossa infraestrutura em sintonia com a sustentabilidade. À medida que o ambiente se torna mais sensível, são necessários mais estudos. Mas para empreendimentos de baixo impacto, temos buscado simplificar os processos de licenciamento, o que destrava esses investimentos”, declarou.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defendeu medidas firmes de segurança pública no campo. “Não tem espaço para bandido no estado. O Batalhão Rural combate diretamente [o crime] com as caminhonetes e com o armamento mais moderno. Hoje o cidadão mora na propriedade dele com tranquilidade e nós estamos combatendo a criminalidade no estado”, afirmou.

Caiado ainda criticou o governo petista pelo populismo e pela falta de planejamento durante o terceiro mandato do presidente Lula. “Como eles não são simpáticos à agropecuária, nunca deram a atenção que o setor merece, apesar da relevância que ele tem”, completou o governador.

O mandatário goiano também criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal e que pode interferir nas competências dos governos estaduais no combate à violência. “O governo quer retirar de nós, governadores, a prerrogativa da segurança e passar para o Ministério da Justiça.”

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lembrou que o agronegócio superou a mineração pela primeira vez na história do estado. “O ano passado foi um ano marcante para Minas Gerais. Pela primeira vez na história, o estado exportou mais produtos do agronegócio do que da mineração. Foram mais de R$ 100 bilhões exportados em 2024”, destacou Zema.

Também participaram do evento, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), os deputados federais Alceu Moreira (MDB-RS) e Pedro Lupion (PP-PR). O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), chegou a confirmar a presença em um dos painéis, mas não conseguiu participar por conta das condições climáticas para viagem de Curitiba para São Paulo.

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Tereza Cristina defende setor que mais preserva o meio ambiente

Na cerimônia de abertura, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), destacou a lei do antidesmatamento, exigência da União Europeia para comprovação de produtos importados não associados ao desmatamento. A norma deve entrar em vigor no Brasil em dezembro.

A senadora disse que o trabalhador é quem preserva o meio ambiente no país. “Mais de 30% das matas nativas estão dentro das propriedades privadas neste país. O Brasil tem mais de 66% da sua área preservada e assim mesmo vão lá fora falar mal do nosso país”, criticou.

O presidente da Datagro Plínio Nastari afirmou que os brasileiros devem defender os produtos nacionais. “Nossa economia não seria o que é sem a ajuda do agronegócio. O setor sabe disso, mas a sociedade civil não sabe, não reconhece, não valoriza e não precifica. Chega de autoridades indo ao exterior criticando nosso agro”, cobrou.

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Inteligência artificial e rastreabilidade no agro são destaques nos painéis do megaevento

A inteligência artificial ganha destaque entre os paínes com auxílio para tomada de decisões no campo com base em dados com resultados na otimização do uso de água, fertilizantes e defensivos agrícolas. Drones, sensores e algoritmos preditivos também aumentam a produtividade no campo.

A rastreabilidade na cadeia produtiva é um dos painéis com maior número de inscrição. A medida é essencial para a segurança alimentar e o compliance regulatório. O processo envolve o monitoramento de todas as etapas de produção, desde a origem até o consumidor final, permitindo a rápida identificação de riscos e a retirada de produtos que estejam fora dos padrões de qualidade.

Outro tema concorrido é sobre a agricultura regenerativa. A prática tem ganhado relevância como uma alternativa para restaurar a saúde do solo, aumentar a biodiversidade e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A implementação do sistema enfrenta desafios, como a necessidade de investimentos em capacitação, tecnologia e infraestrutura, especialmente para pequenos e médios produtores.

[Fonte Original]

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