Algumas histórias parecem sussurrar no nosso ouvido. Falam baixo, mas dizem muito. A Vida Invisível é uma delas. O filme, que já está disponível no catálogo da Max, pode ser assistido pelo UOL Play, a sua TV online, e é daquelas produções que mexem com a gente pela beleza, pela dor e pelo silêncio.
Com direção de Karim Aïnouz, o longa recebeu o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes em 2019 e foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020. Não à toa. É um drama que coloca em cena o que tantas vezes foi deixado de lado: os desejos, os medos e a resistência de mulheres que nunca foram escutadas como deveriam.
Inspirado no romance A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, o longa caminha por lembranças, afetos e distâncias. Que tal conhecer mais detalhes dessa história, os bastidores da obra, os nomes por trás das atuações e, claro, onde assistir? Siga a leitura!
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Entenda o enredo de A Vida Invisível
Rio de Janeiro, anos 1950. Eurídice e Guida são irmãs e compartilham mais do que o mesmo teto: dividem sonhos, segredos e uma cumplicidade que parece inabalável. Cada uma deseja algo diferente da vida. Eurídice quer estudar piano na Europa, enquanto Guida quer viver um grande amor, mas ambas carregam no olhar a esperança de dias mais livres.
Só que o mundo ao redor delas não é generoso. Quando Guida decide seguir o coração e foge com um marinheiro, o castigo é imediato. Ela volta grávida e é rejeitada pela família. Eurídice, por sua vez, é levada a acreditar que a irmã está longe, fora do país. Sem saber, as duas vivem na mesma cidade, mas separadas por mentiras e convenções.
Entre elas, ficam as cartas. Guida escreve, Eurídice não recebe, e nessa troca que nunca acontece, o filme desenha uma linha delicada entre o que se sonha e o que se pode viver.
Em A Vida Invisível, o filme deixa que o silêncio fale, que o tempo passe devagar, que a ausência pese e, mesmo assim, não apaga o afeto. Porque há histórias que continuam, mesmo quando ninguém parece olhar.
Conheça o livro que serviu de inspiração à obra
Antes de ser filme, A Vida Invisível de Eurídice Gusmão já tocava leitores nas páginas do livro escrito por Martha Batalha e lançado em 2016. Com leveza e um humor amargo, o romance conta a história de uma mulher que é levada a caber nos moldes impostos a ela, apesar de seus talentos e vontades.
Eurídice é criativa, inteligente, cheia de planos, mas vive com um marido que prefere vê-la quieta. Cada novo projeto é desfeito por uma crítica, um olhar atravessado, um “isso não é coisa pra você”. Guida, sua irmã, escolhe outro caminho, e por isso mesmo enfrenta ainda mais dureza.
O livro é rápido de ler, mas fica na cabeça por muito tempo. Com personagens vivos e situações que soam familiares demais, Martha desenha um retrato de muitas mulheres que conhecemos – nossas mães, tias, avós, vizinhas.
Na adaptação para o cinema, a essência do livro permanece: o olhar sobre essas vidas que o mundo insiste em deixar à margem. Só que agora com imagens, sons, silêncios e performances que fazem tudo ganhar outra dimensão.
Veja quem está no elenco de A Vida Invisível
As atuações do elenco de A Vida Invisível não se apoiam em grandes discursos ou gestos expansivos. O que mais toca vem do que não é dito, do que se vê nos olhos, do que se sente no corpo das personagens.
A escolha das atrizes principais é um dos grandes acertos do filme. Carol Duarte e Julia Stockler vivem as irmãs Eurídice e Guida com uma entrega que ultrapassa a tela. São elas que nos conduzem por essa história de separações forçadas, silêncios impostos e sonhos que resistem no escuro.
Carol Duarte é Eurídice
É em silêncio que Carol Duarte constrói sua Eurídice. Uma jovem cheia de talento, mas encurralada pelas expectativas. Cada gesto dela carrega o peso de uma escolha que não pôde ser feita. Não há exagero na sua interpretação, e é justamente a contenção que emociona.
Carol consegue expressar tudo com os olhos: frustração, esperança, resignação. É por meio dela que sentimos a vida se esvaindo aos poucos, sem nunca desaparecer de vez. Sua atuação segura o fio da história.
Julia Stockler é Guida
Guida, ao contrário da irmã, é intensidade. Julia Stockler dá vida a uma personagem que sente tudo com força: o amor, a decepção, o abandono, a coragem de recomeçar. Sua trajetória é marcada por perdas, mas também pela vontade genuína de viver do seu jeito.
A atuação de Julia é firme, mas cheia de nuances. Ela constrói uma mulher que enfrenta o mundo com o que tem. E o que tem é pouco – um filho, alguns empregos, algumas amigas. Mas nunca falta a ela a capacidade de amar. Em cada cena, Julia mostra que Guida não está derrotada, está viva, do jeito que pode.
Fernanda Montenegro é Eurídice mais velha
E quando o tempo passa, é Fernanda Montenegro quem assume Eurídice. A participação é curta, mas absolutamente inesquecível. Em poucos minutos, ela carrega em si todos os anos que não vimos. Não precisa dizer muito. Basta estar em cena.
Com Fernanda, o filme nos lembra do que foi perdido e daquilo que nunca deixou de existir. Sua presença fecha o ciclo com a dignidade que só uma atriz como ela consegue transmitir. A delicadeza do seu olhar, o peso da sua voz, a pausa entre as palavras: tudo ali é memória.
Quem dirigiu o filme?
Karim Aïnouz é um diretor que olha para as margens. Seus filmes nunca escolhem o caminho mais óbvio, e talvez por isso tocam tão fundo. Em A Vida Invisível, ele faz uma de suas obras mais sensíveis, tratando de amor, separação e silenciamento com um cuidado raro.
Cearense, Karim tem um histórico sólido no cinema brasileiro. Já havia chamado atenção com Madame Satã (2002), O Céu de Suely (2006) e Praia do Futuro (2014), todos filmes que, de alguma forma, falam sobre identidade, deslocamento e resistência. Mas foi com A Vida Invisível que ele alcançou um novo patamar de reconhecimento internacional.
O longa venceu o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes em 2019, um dos mais prestigiados do mundo. E, no mesmo ano, foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020, na categoria de Melhor Filme Internacional. Mesmo sem conquistar a estatueta, foi uma vitória simbólica para o cinema nacional.
A direção de Karim é marcada pela escuta. Ele deixa espaço para que a câmera respire com os personagens, respeitando seus silêncios, seus tempos, seus gestos mais íntimos. O resultado é um filme que, mesmo contido, tem uma força enorme, daquelas que permanecem com a gente por muito tempo depois dos créditos.
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A Vida Invisível: onde assistir?
Histórias como A Vida Invisível merecem ser vistas com calma, no seu tempo. E você pode fazer isso do jeito certo: o filme está disponível no catálogo da Max, acessível pelo UOL Play, a sua TV online.
No UOL Play, você assiste quando e onde quiser. Pode pausar, voltar, rever uma cena que te tocou, respirar antes de continuar. É conteúdo on demand, que se adapta à sua rotina, e não o contrário.
A plataforma reúne mais de 5.000 horas de conteúdo, incluindo filmes, séries e canais ao vivo, com acesso às principais plataformas de streaming como Max, Paramount+ e outras. E quem assina ainda aproveita 7 dias grátis e um voucher mensal de R$ 40,00 na Ingresso.com para usar no cinema.
A Vida Invisível é daquelas histórias que ficam. E agora, você pode vivê-la no seu ritmo: faça a sua assinatura!