17.5 C
Brasília
quinta-feira, junho 19, 2025

Crítica | Star Wars: A Ascensão Skywalker (Marvel Comics) – Plano Crítico

- Advertisement -spot_imgspot_img
- Advertisement -spot_imgspot_img

Apesar de não existir crítica atrasada, meus comentários publicados hoje, em 18 de junho de 2025, sobre a minissérie que adapta Star Wars: A Ascensão Skywalker, filme lançado em 2019, estão longe de serem atrasados já que a quinta e última edição da HQ da Marvel Comics foi lançada há uma semana, com a primeira delas tendo sido publicada em fevereiro deste mesmo ano. Ou seja, não há crítica atrasada, mas certamente há adaptação atrasada e minha única razão para me dedicar a ler e fazer a crítica dessa obra é meu T.O.C. ter apitado alto quando cheguei a pensar em deixar para lá e ignorar essa palhaçada do Conglomerado do Camundongo.

Pois palhaçada é o que isso é, palhaçada essa que começou quando a Disney resolveu acovardar-se diante do histerismo do fandom que gritou quando viu Os Últimos Jedi, um filme muito imperfeito, mas para lá de corajoso, e mudou completamente de rumo, entregando um terceiro capítulo da Trilogia Sequência que não tem absolutamente nenhuma relação com o que veio antes e que inventa uma completamente nova linha narrativa que traz de volta o Imperador Palpatine e um novo Império secreto, além da Nova Ordem. A história é tão inane e tão sem pé nem cabeça que não tem minissérie em quadrinhos que consiga chegar próxima de curar seus problemas, como foi o caso das adaptações da Trilogia Prelúdio pela Dark Horse Comics. Portanto, a única pergunta que posso tentar responder é: como minissérie em quadrinhos, a obra de Jody Houser, que deveria ter sido publicada em 2020, mas não foi porque “oficialmente” a Marvel Comics decidiu rearrumar seus lançamentos em razão da pandemia (explicação que não compro nem por um segundo), tem algum valor que vá além do que o roteiro imbecilizante de Chris Terrio e J.J. Abrams foi?

E a resposta é um surpreendente sim. Claro que Houser, tendo escrito a HQ em 2020 – provavelmente alterando-a posteriormente, mas nunca saberemos, eu acho – ficou presa ao que adaptações em quadrinhos recentes costumam ser, ou seja, transliterações do que foi colocado nas telonas. Todo o final da “saga” está lá, intacto, com Kylo Ren zangado com o Imperador e, depois, enamorado de Rey, toda aquela gincana atrás de MacGuffins bobalhões e, lógico, o grande e espetacular final de Rey… Skywalker, mas Houser parece perceber os problemas estruturais dentro do próprio filme e oferece alguns alentos ao, por exemplo, trabalhar melhor a conexão de Rey com Leia, dar a Rose Tico uma participação mais orgânica na narrativa ou fazer de Chewbacca o guerreiro que ele é e não o mané que é capturado em um estalo pelos Cavaleiros de Ren. São elementos e “melhorias” que teriam beneficiado um filme fraquíssimo (em retrospecto, reconheço que a nota que dei para ele foi alta demais, mas agora é tarde), ainda que nem de longe significassem uma transformação completa. Na HQ, se fizermos o esforço mental (e é um BAITA esforço, pelo menos para mim) em esquecer que ele é um quadrado sendo enfiado a marretadas em um triângulo, essas alterações levam a uma fluidez maior para a história como um todo e a impressão (só impressão mesmo) de que houve um planejamento minimamente decente para essa aberração.

E Will Sliney, na arte, dá-se o luxo de trabalhar suas páginas com belos splashes que fazem uso por vezes excelente dos quadros e das sarjetas, criando narrativas paralelas que poderiam muito facilmente figurar em obras de gabarito mais alto. Não sou particularmente fã da maneira como ele desenha rostos humanos ou lida com a movimentação de corpos, mas, assim como Houser no texto, ele sabe escolher os momentos para fazer suas páginas brilharem, mesmo que esse brilho venha já manchado e semiapagado pelo que A Ascensão Skywalker é, algo que, obviamente, não é culpa dele.

Quase seis anos depois, posso fechar em definitivo esse “livro” sobre A Ascensão Skywalker e esperar que tempo suficiente passe para eu lembrar apenas muito por alto que, um dia, a Disney teve a pachorra de encerrar sua trilogia dessa maneira. Pelo menos a mesma empresa foi responsável por maravilhas nesse universo – sim, maravilhas! – que ajudam a enterrar essa pataquada de uma vez por todas ou, claro, contribuir para deixar o tempo passar para acontecer como aconteceu com a Trilogia Prelúdio que, hoje, vem recebendo muitos elogios tardios (não de mim, que fique bem claro).

Star Wars: A Ascensão Skywalker (EUA, 2025)
Contendo:
 Star Wars: The Rise of Skywalker #1 a #5
Roteiro: Jody Houser (com base em roteiro de Chris Terrio, J.J. Abrams)
Arte: Will Sliney
Cores: Guru-eFx
Letras: Travis Lanham
Editoria: Tom Groneman, Drew Baumgartner, Mikey J. Basso, Mark Paniccia, C.B. Cebulski
Editora original: Marvel Comics
Data original de publicação: 26 de fevereiro, 26 de março, 30 de abril, 28 de maio e 11 de junho de 2025
Páginas: 128



[Fonte Original]

- Advertisement -spot_imgspot_img

Destaques

- Advertisement -spot_img

Últimas Notícias

- Advertisement -spot_img