O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu nesta quinta-feira (5) reduzir a taxa de depósito do país em 0,25 ponto percentual (p.p), para 2% ao ano, em linha com o esperado pelo mercado. Este é o oitavo corte consecutivo de juros pela autarquia. As outras duas taxas de juros do velho continente foram reduzidas na mesma magnitude.
No comunicado, o BCE destaca que a inflação situa-se em torno da meta de 2% ao ano. “As preocupações de que o aumento da incerteza e uma resposta volátil do mercado às tensões comerciais em abril teriam um impacto mais restritivo nas condições de financiamento diminuíram”, disseram.
A autarquia também mencionou que, devido às condições atuais de “incerteza excepcional”, o Conselho adotará uma abordagem baseada em dados e em reuniões para determinar a orientação adequada da política monetária. “As decisões do Conselho do BCE sobre as taxas de juros serão baseadas em sua avaliação das perspectivas de inflação à luz dos dados econômicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, disse o BCE.
O comunicado nota que o Conselho do BCE não se comprometerá previamente com uma trajetória específica para as taxas de juros.
As taxas de juro da facilidade permanente de depósito, das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para 2,00%, 2,15% e 2,40%, respetivamente, com efeitos a partir de 11 de junho de 2025.
O BCE diminuiu sua projeção para o aumento de preços na zona do euro em 2025, mas elevou sua estimativa para o núcleo da inflação, enquanto a do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu inalterada. Já para o ano que vem, o banco espera uma inflação menor. As expectativas da autoridade monetária europeia foram divulgadas junto à decisão de reduzir as três taxas de depósito em 0,25 ponto percentual.
O BCE diminuiu a projeção para a inflação na zona do euro de 2,3% para 2% em 2025, em linha com sua meta, e de 1,9% para 1,6% em 2026, enquanto a estimativa para 2027 permaneceu inalterada em 2%. Já para o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como energia e alimentação, as previsão para 2025 foi elevada 2,2% para 2,4%, enquanto a de 2026 diminuiu marginalmente de 2% para 1,9% e a de 2027 foi de 1,9% para 1,3%. Segundo o BCE, as novas projeções refletem uma perspectiva mais baixa para os preços de energia e um euro mais forte.
Quanto ao crescimento do PIB na zona do euro, a autoridade monetária manteve suas projeções para 2025 e 2027 inalteradas em 0,9% e 1,3%, respectivamente, e diminuiu a estimativa para 2026 de 1,2% para 1,1%. A autoridade monetária diz que a estimativa de 2025 reflete um primeiro trimestre mais forte do que o esperado, combinado com perspectivas mais fracas para o resto do ano.
“Embora se espere que a incerteza em torno das políticas comerciais pese sobre o investimento empresarial e as exportações, sobretudo no curto prazo, o aumento do investimento público em defesa e infraestruturas apoiará cada vez mais o crescimento no médio prazo”, acrescentam os dirigentes, em comunicado.