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segunda-feira, junho 16, 2025

Cenário de juros altos recompensa gestão conservadora

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A atual edição do Guia Valor de Fundos de Investimento analisou o desempenho das carteiras no período entre abril de 2022 e março de 2025. No intervalo, a diferença entre a variação do Certificado de Depósitos Interfinanceiros (CDI) e a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu um novo recorde desde que o levantamento começou a ser feito.

A taxa de juros real, que é a diferença anualizada entre CDI e IPCA, foi de 7,62 pontos percentuais. É um patamar extremamente elevado, mesmo considerando o histórico de juros altos no Brasil. O cenário econômico adverso teve impacto direto para os investidores nos 2.024 fundos analisados. Apenas 20% das carteiras conseguiram desempenho superior à rentabilidade do CDI.

O juro alto é um instrumento que o governo usa para controlar a inflação. Mas tem o efeito colateral de prejudicar a rentabilidade dos papéis de empresas brasileiras negociadas em bolsa. Em números, o ganho do CDI no período foi de 12,30% ao ano, a inflação foi de 4,68% ao ano e o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações no Brasil, subiu apenas 2,77%.

Devido à combinação entre o aumento da cotação do dólar em relação ao real, de 6,62% ao ano, e do bom desempenho das ações negociadas nas bolsas dos Estados Unidos, refletida na alta de 9,06% ao ano do índice S&P 500, os investimentos em renda variável fora do país tiveram um excelente desempenho. Um indicador relevante é o índice de BDRs calculado pela B3, que subiu 17,46% ao ano no período. Os BDRs são recibos que representam ações de empresas estrangeiras negociados na bolsa brasileira.

Outro indicador positivo para os investidores foi a variação do IDA-DI. É um índice calculado pela Anbima, a associação das instituições que atuam no mercado de capitais, e que reflete a rentabilidade de uma carteira de títulos de renda fixa atrelados ao CDI emitidos por empresas. O IDA-DI superou o CDI, com alta de 13,92% ao ano. Muitos fundos de crédito privado buscam acompanhar o indicador.

O destaque negativo novamente nesta edição foi desempenho dos fundos mais agressivos. O indicador IHFA, também calculado pela Anbima para medir a rentabilidade média das carteiras com maior liberdade de atuação, subiu 7,71% ao ano no período. Foi suficiente para superar a inflação, mas ficou abaixo das alternativas mais conservadoras e menos arriscadas.

Os fundos da categoria Renda fixa DI, por exemplo, renderam, em média, 11,59% ao ano no período. Um detalhe interessante é que a mediana da rentabilidade foi 0,31 ponto percentual maior, de 11,90% ao ano. Significa que alguns poucos fundos com desempenho ruim empurram a média para baixo.

Na categoria Renda fixa ativo prefixado a rentabilidade média foi de 11,19% ao ano. São fundos que buscam explora oportunidades no mercado de renda fixa.

Já os fundos da categoria Juro real tiveram um desempenho ruim, com rendimento de apenas 7,05% ao ano em média. A razão foi a baixa rentabilidade dos títulos públicos atrelados à inflação, conhecidos no Tesouro Direto como Tesouro IPCA. O IMA-B, indicador que acompanha esses títulos, rendeu 6,59% ao ano no período.

Os fundos de Crédito privado, como um grupo, foram os únicos que ofereceram aos investidores ganhos acima do CDI. A rentabilidade média das carteiras com resgate em até 15 dias foi de 12,64% ao ano. Aqueles com prazo de resgate acima de 16 dias renderam 12,97% ao ano em média.

Os fundos de Debênture incentivada renderam, em média, 10,15% ao ano. É preciso ter cuidado na comparação com os indicadores porque o rendimento desses fundos é isento de imposto de renda.

A média da rentabilidade dos fundos Multimercado baixa volatilidade foi de 10,18% ao ano. E ficou mais de quatro pontos percentuais acima dos ganhos médios dos fundos multimercado tradicionais, que renderam apenas 5,95% ao ano. Como os fundos da categoria adotam estratégias mais agressivas, a dispersão entre as melhores e as piores carteiras é grande.

Entre os fundos Long & short, a rentabilidade média foi de 9,50% ao ano. As carteiras procuram explorar diferenças de preços entre s diversos tipos de ativos, administrando os riscos.

Já os fundos da categoria Long biased, que tradicionalmente são mais agressivos, buscando identificar tendências do mercado, não tiveram bom desempenho. O ganho médio foi de apenas 0,86% ao ano no período.

Igualmente ruim foi o desempenho das categorias Ações Índice e Ações. Os fundos Ações Índice, que buscam seguir o Ibovespa, renderam 1,85% ao ano. Os fundos de ações, que possuem maior liberdade, tiveram perdas de -1,18% ao ano.

A rentabilidade média dos fundos de Ações no exterior foi de 11,01% ao ano e os fundos de Investimentos no exterior renderam 8,30% ao ano. Por fim, na categoria Alocação multimercado o rendimento ficou em 8,29% ao ano e a rentabilidade média da categoria Alocação ações também foi negativa, de -1,13% ao ano.

[Fonte Original]

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