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quinta-feira, junho 12, 2025

Dólar encerra em leve alta com negociação entre EUA e China no radar

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O dólar à vista terminou o pregão desta terça-feira em leve alta frente ao real, em um dia em que os agentes financeiros ficaram atentos às negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Pela manhã, a expectativa em torno de algum acordo entre os países deu suporte para os preços de commodities, o que beneficiou levemente o câmbio brasileiro. Na parte da tarde, porém, com a reversão nos preços de matérias-primas (em especial o petróleo), houve também um enfraquecimento do real. Mas o intervalo de oscilação do câmbio hoje foi bastante contido, com o dólar sempre perto da estabilidade, até pelas indefinições sobre a guerra comercial e com outros temas também não criando gatilhos para maior volatilidade.

Encerradas as negociações, o dólar à vista registrou valorização de 0,14%, cotado a R$ 5,5699, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,5387 e encostado na máxima de R$ 5,5770 – a média da amplitude de oscilação das negociações de 2025 está em torno de R$ 0,07, enquanto hoje esteve em R$ 0,04. O euro comercial teve alta de 0,16%, cotado a R$ 6,3637. Nesta terça-feira, moedas ligadas aos preços de commodities e à economia chinesa estiveram entre as que mais depreciaram frente ao dólar, com a moeda americana apreciando 1,63% ante o peso colombiano, 0,85% contra o won sul-coreano e 0,83% frente a coroa norueguesa, perto das 17h05.

Desde o início do pregão de hoje, o dólar operou perto da linha d’água, tendo esboçado algumas altas e quedas. Pela manhã, a divulgação do IPCA mostrou uma composição do índice mais construtiva, embora isso tenha tido pouco efeito no câmbio. Estrategistas do banco BBVA disseram, em nota, que a surpresa do dado pode dar ao Banco Central motivos para manter a taxa inalterada em seu próximo encontro, no dia 18, “ainda que os mercados pareçam estar precificando uma chance de 67% de uma alta de 0,25 ponto percentual para a reunião de junho”. “Acreditamos que o Copom poderia manter as taxas de juros inalteradas, mas o carregamento do real ainda deve ser bem sustentado no segundo semestre de 2025, salvo mais precipitação fiscal e cautela com algumas potenciais saídas de dividendos mais perto do final do ano.”

É também a saída de recursos do país no fim do ano que chama atenção do economista Matheus Pizzani, da CM Capital. “Daqui para frente, o câmbio deve seguir perdendo força, de forma paulatina, mas não na magnitude que ocorreu no ano passado. Um ponto que nos chama atenção é as remessas de lucros pelas empresas [multinacionais]. Se a economia continuar quente, os ganhos mais elevados podem significar mais saída de capital e pressão forte no câmbio”, diz.

Mas não é só esse o vetor de pressão para o câmbio no segundo semestre. Pizzani lembra que os preços das commodities, que deram algum suporte para o real em 2025, devem perder força ao longo do ano, da mesma forma que o fluxo comercial perde a sazonalidade mais positiva que tem no primeiro semestre. “Também há a questão da importação, que segue forte e que é um ponto de atenção. Particularmente, acredito que essas compras do exterior deveriam desacelerar daqui para frente, mas é preciso levar em consideração que o câmbio apreciou nos últimos tempos, e isso pode influenciar os empresários na decisão de importação de maquinários e afins”, afirma.

Outro ponto levantado por Pizzani sobre a importação brasileira está relacionado à compra de bens de capitais. “Lendo os últimos PMIs [índices gerentes de compras], percebemos uma aceleração na compra desses produtos, que podem estar relacionados ao contexto da guerra comercial e um possível redirecionamento da produção chinesa que ia para os Estados Unidos e agora está indo para outros países. Não sabemos, portanto, se essas importações vão de fato perder força.”

Ainda sobre os fatores que devem levar à depreciação do câmbio brasileiro no segundo semestre, o economista da CM Capital diz ver chances de o Federal Reserve (Fed) se tornar mais “hawkish” (favorável ao aperto monetário) do que o esperado pelo mercado, enquanto o Banco Central pode se tornar mais “dovish” (favorável ao afrouxamento monetário). “Achamos que o BC deve cortar [as taxas] no último bimestre, o que poderia reduzir o tamanho do diferencial de juros e isso se refletir no câmbio, ainda que de forma marginal, dado que o nível das taxas deve se manter elevado.”

[Fonte Original]

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