Após visita ao Brasil, a equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) liderada por Daniel Leigh informa que elevou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025 para 2,3%, de 2% no relatório de Perspectiva Econômica Global publicado em abril deste ano. Naquele momento, o FMI havia reduzido a projeção que era de 2,2%.
Os riscos para as perspectivas de crescimento, no entanto, são negativos, diz Leigh, em meio à maior incerteza da política global. “Um sistema financeiro sólido, reservas cambiais adequadas, baixa dependência de dívida em moeda estrangeira, grandes reservas de caixa do governo e uma taxa de câmbio flexível continuam a apoiar a resiliência do Brasil”, pondera no comunicado.
A equipe do FMI liderada por Leigh conduziu discussões para a Consulta do Artigo IV de 2025 com as autoridades brasileiras e outras partes interessadas entre 20 de maio e 2 de junho de 2025.
O grupo projeta uma moderação no crescimento do PIB do Brasil de 3,4% em 2024 “em meio a condições monetárias e financeiras apertadas, redução do impulso fiscal e maior incerteza da política global”, afirmam.
“A economia brasileira cresceu fortemente nos últimos três anos, superando as expectativas. A inflação se fortaleceu em 2024 em meio à forte demanda, aumento dos preços dos alimentos e depreciação da moeda, excedendo o intervalo de tolerância da meta”, relembra a equipe.
Agora, a equipe do FMI diz esperar que o crescimento da economia brasileira se modere no curto prazo, conforme a inflação convirja para a meta, e se consolide em 2,5% no médio prazo. A equipe espera que a inflação atinja 5,2% até o fim de 2025, antes de convergir gradualmente para a meta de 3% até o fim de 2027.
“No médio prazo, o crescimento deve se recuperar para 2,5%, apoiado pela normalização da política monetária e fatores estruturais favoráveis, notadamente a implementação da reforma do IVA que aumenta a eficiência e a aceleração na produção de hidrocarbonetos. Reformas estruturais adicionais e a implementação do Plano de Transformação Ecológica impulsionariam ainda mais as perspectivas de crescimento no médio prazo”, diz Leigh no comunicado.
“Reformas estruturais, juntamente com a expansão da produção de hidrocarbonetos, elevaram as perspectivas de crescimento de médio prazo do Brasil. Reformas estruturais adicionais e a implementação do Plano de Transformação Ecológica impulsionariam ainda mais a produtividade, o investimento e o crescimento gerador de empregos, ao mesmo tempo em que estenderiam os ganhos recentes em inclusão social”, acrescenta Leigh.
Para o grupo, as autoridades brasileiras estão avançando em uma agenda de crescimento sustentável e inclusivo. “A implementação da histórica reforma do IVA está em andamento e uma reforma do imposto de renda pessoal que visa aumentar a equidade está em discussão no Congresso”, afirmam. Leigh também diz que o Brasil fez “progressos notáveis” na redução do desmatamento nos últimos anos e está “no caminho certo” para cumprir suas metas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).