A perspectiva econômica do México para 2025 é de estagnação, segundo uma análise publicada nesta quarta-feira (18) pelo banco de investimentos Goldman Sachs. Segundo o estudo, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deveria crescer 0,2% neste ano, mas questões como a fraqueza da demanda interna e a incerteza nas políticas externas e internas podem reduzir esse já modesto número.
O banco, ao levar em consideração essas questões, faz uma projeção de 0% para o PIB mexicano em 2025.
Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas do Goldman Sachs para América Latina, destaca que a incerteza política, acentuada após a primeira eleição do Judiciário mexicano no dia 1º, somada ao impulso fiscal negativo e à baixa confiança empresarial tendem a frear a atividade econômica do México.
No primeiro trimestre, o PIB do país apresentou um crescimento de 0,2% no primeiro trimestre de 2025 – em relação ao 4.º trimestre de 2024 -, puxado pela antecipação de exportações para os Estados Unidos antes da vigência das tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump.
O crescimento foi sustentado pela força das exportações líquidas, que subiram em 2,5 pontos percentuais no período por conta dessa movimentação de antecipação às tarifas. Em contrapartida, a demanda interna permanece em baixa, registrando queda de 1,1% no período, pressionada pela redução do consumo das famílias e de investimentos fixos — públicos e privados.
Em uma perspectiva mais otimista, Ramos ressalta que o consumo das famílias deverá ser fomentado por fluxo de crédito e pelo crescimento dos salários, incluindo o aumento do salário mínimo.
Em um cenário geral para 2025, o México deverá perder investimento público devido às políticas que visam equilibrar as contas do governo, enquanto o investimento privado é impactado pela desconfiança do mercado frente às incertezas internas e externas do país, especialmente em relação ao comércio com os EUA, afetado pelas tarifas e pela revisão do tratado Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) em 2026.