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terça-feira, julho 1, 2025

5 Medos Comuns Antes do Casamento, Segundo um Psicólogo

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Sentir-se preparado para casar é mais um processo do que um ponto de chegada.

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Você talvez já tenha ouvido a frase de que o melhor tipo de divórcio é aquele que acontece antes do casamento. Ao considerar o quanto essa união pode mudar a vida de alguém, pode parecer lógico desistir se a decisão parecer “errada”. Mas será que esse é mesmo o passo mais racional?

O frio na barriga antes do casamento atinge quase todo mundo antes do “sim”. Muitos começam a repensar a decisão assim que os preparativos para o grande dia começam. A ansiedade costuma aumentar na hora de escolher as roupas, definir o local da cerimônia e fechar a lista de convidados. Nesse processo, a pessoa começa a imaginar como será a vida a dois — e se pergunta: e se eu decidir não seguir em frente?

De repente, ela está lá, virando de um lado para o outro na cama, pensando se está cometendo um erro, enquanto todo mundo ao redor só fala o quanto está animado.

A ansiedade antes do casamento — ou o “frio na barriga” — é muito comum, mesmo entre casais que se amam e têm um relacionamento sólido. Esses pensamentos são sinais do peso emocional envolvido na transição para uma parceria para a vida toda. Leia abaixo quais medos são os cinco mais comuns temores entre os noivos.

1. “Eu não estou pronto(a)”

À medida que os casais passam por fases de transição no relacionamento — como morar juntos ou ficarem noivos —, sair da relação vai ficando mais difícil, não necessariamente por amor ou comprometimento, mas pelas limitações que surgem com o tempo. Isso pode gerar uma sensação incômoda de dúvida e, em alguns casos, uma ansiedade paralisante. Algumas pessoas chegam a perceber o quanto ainda se sentem despreparadas para essa mudança.

Um estudo de 2020 publicado no “Journal of Social and Personal Relationships” aponta que isso pode ser explicado pela teoria da inércia, que sugere que muitos casais simplesmente vão “deslizando” de uma etapa para outra do relacionamento sem tomarem uma decisão consciente de avançar. E quanto mais longe eles vão, mais difícil se torna voltar atrás.

Essa dificuldade pode estar relacionada a fatores como o histórico compartilhado, os investimentos emocionais na relação — como dividir o mesmo lar –, a sensação de conforto ou até mesmo os gastos envolvidos no casamento.“O relacionamento era a minha zona de conforto. Mesmo infeliz, era o que eu conhecia. Acho que, para algumas pessoas, é muito difícil sair dessa rotina”, contou Laura, uma das participantes do estudo.

Casamentos representam um compromisso que muda a vida — por isso, é natural que o cérebro comece a avaliar possíveis ameaças. Você pode se perguntar se está emocionalmente, financeiramente ou mentalmente preparado(a) para a união — e qualquer resposta que não seja um “sim” com convicção pode fazer você duvidar da própria decisão.

Às vezes, as pessoas acham que precisam ter “tudo resolvido” antes de embarcar nessa jornada. Mas, na realidade, ninguém se sente totalmente pronto. Sentir-se preparado é algo que leva tempo — é mais um processo do que um ponto de chegada. Uma pergunta mais útil a se fazer é: “estou pronto(a) para crescer ao lado dessa pessoa e ser leal a ela por toda a vida?”

2. “Minha vida vai mudar para sempre”

“Eu percebi que casar significa passar o resto da vida com essa pessoa — e não que eu não pudesse ter feito esse julgamento quando ele me pediu em casamento. Eu podia, mas não fiz. E, naquele momento, a ficha caiu. Isso é para a vida toda, mas eu acho que não consigo encarar isso”, contou Cassie, outra participante do estudo de 2020. A dimensão dessa decisão a assustou.

Nem todo mundo se sente pronto para uma mudança tão drástica. Casar geralmente significa construir uma identidade compartilhada, reorganizar a própria rotina em torno de uma vida a dois e se adaptar às novas dinâmicas familiares. Isso leva muitas pessoas a temerem perder a própria independência ou aquilo que lhes dá alegria. Também representa um afastamento daquilo que, para elas, é a ideia de uma “vida normal”.

Mudanças assustam: o noivado é uma fase de transição que, muitas vezes, faz com que a pessoa sinta um luto pela versão de si mesma que era “solteira” e por partes da vida que talvez estejam ficando para trás.

É normal sentir essa perda. No entanto, é importante lembrar que o casamento não deve afastar você das pessoas ou das coisas que ama — e que a mudança também pode trazer impactos positivos para a sua vida.

3. “E se for a pessoa errada?”

O período entre o noivado e o casamento costuma ser o momento em que as tensões aumentam para os dois parceiros. É nessa fase que muitos começam a procurar sinais de alerta que talvez tenham ignorado antes.

E se seu parceiro tiver atitudes preconceituosas? E se ele(a) não gostar das atividades e hobbies que você ama? E se você perceber que vocês não têm tanto em comum quanto imaginava?

Nesse momento, é comum que os casais comecem a projetar seus medos um no outro e passem a discutir com mais frequência. Alguns cogitam terminar a relação ou se afastar por um tempo para refletir com mais clareza.

“Eu queria um tempo para pensar por que estava me sentindo tão mal com tudo isso e por qual razão sentia que estar com ele tornava ainda mais complexo tomar uma decisão difícil, porque eu o amava”, contou Ruth, outra participante do estudo de 2020.

Alguns casais passam por um “ciclo de idas e vindas” — terminam temporariamente, resolvem as questões e reatam depois. Mas também existem casos em que os sinais de alerta são reais e não devem ser ignorados.

“Ele me xingava, não gostava da minha relação com a minha mãe. Descobri que ele já tinha sido casado — e não só uma vez, mas duas. Ele ainda traiu a esposa várias vezes. Esses alertas só cresciam. E com o passar dos dias, semanas e meses, fui construindo um muro ao redor de mim”, relatou outra participante.

Em situações assim, é fundamental priorizar sua segurança emocional e confiar no seu instinto quando algo não parece certo.

Além disso, vale refletir se seus medos sobre compatibilidade já existiam antes do noivado. Eles merecem atenção, pois podem apontar padrões no relacionamento que impactam o futuro da relação.

4. “Será que estou me contentando com pouco?”

Sentir que está se contentando com pouco geralmente significa estar com alguém que não corresponde às suas expectativas — e aceitar menos do que você deseja ou merece. Isso pode acontecer por medo da solidão, baixa autoestima ou pela escolha de um conforto momentâneo em vez de uma felicidade duradoura. Pesquisas também mostram que o medo de ficar solteiro é um motivo comum para aceitar menos do que se deveria em um relacionamento.

Talvez você se pergunte se deveria ter esperado mais. Quem sabe encontrasse alguém mais ambicioso, mais atraente ou mais divertido. Na era dos aplicativos de namoro e da sensação de infinitas opções, esse medo se tornou mais comum do que nunca.

Muita gente acredita que sempre pode “conseguir alguém melhor”, mesmo quando está com um parceiro altamente compatível. Isso vem do chamado “paradoxo da escolha”, em que ter muitas opções dificulta a tomada de decisão e reduz a satisfação com a escolha feita.

Por isso, pode ser difícil diferenciar se você está realmente se contentando com pouco ou apenas sendo realista. Mesmo quando tomamos boas decisões, é possível sentir medo ou arrependimento simplesmente pela existência de outras possibilidades.

Lembre-se de que nenhum parceiro é perfeito. A verdadeira pergunta é: os valores e objetivos de vocês se alinham? Você se sente seguro(a) e emocionalmente fortalecido(a) nessa relação? Pergunte a si mesmo(a) se está disposto(a) a viver um futuro imperfeito ao lado dessa pessoa — ou se está escolhendo ela apenas por medo de ficar sozinho(a).

5. “Será que o casamento vai estragar o que temos hoje?”

Muita gente vê o amor romântico como a base do casamento e teme que o compromisso a longo prazo acabe com a paixão. Você pode ter medo de que o casamento mude a relação, tire a leveza ou a estrague — como se, passada a fase da lua de mel, tudo virasse rotina e vocês corressem o risco de perder a conexão.

Mas pesquisas mostram o contrário. Um estudo publicado na “Review of General Psychology” analisou 25 pesquisas e concluiu que o amor romântico pode existir e sustentar relacionamentos de longo prazo — desde que não se torne uma obsessão. Ela pode até gerar uma satisfação inicial no relacionamento, mas, com o tempo, tende a ter efeitos negativos, como ciúmes e controle.

Em relações duradouras, o que mais importa é o amor companheiro — aquele em que o casal constrói uma conexão mais calma, parecida com uma amizade sólida.

Quando seu parceiro também é seu melhor amigo, o relacionamento ganha outro significado. É preciso dedicação para manter a relação viva, mas você também ganha a segurança de saber que terá alguém ao seu lado, mesmo nas tempestades. Apesar dos medos válidos, a ideia de casar com seu melhor amigo pode ser, sim, uma fonte profunda de conforto.

Grandes mudanças na vida sempre causam medo. E tudo bem, é algo até necessário encarar esses medos. O que eles estão tentando dizer? De onde vêm? Estão baseados em preocupações reais que precisam ser discutidas?

A ideia de que você deve “simplesmente saber” se encontrou a pessoa certa está supervalorizada. Por isso, converse sobre seus sentimentos, enfrente seus medos com honestidade e lembre-se de que o mais importante é que a decisão faça sentido para você — mesmo com o coração acelerado.



[Fonte Original]

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