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O dólar fechou em nova queda nesta segunda-feira (30), acompanhando a sua desvalorização no exterior e pressionado pela formação da Ptax de fim de mês e de trimestre, referência para a liquidação dos contratos futuros. Por essa razão, o momento obriga agentes financeiros a direcionarem a cotação da forma mais favorável possível para suas negociações.
No final da sessão, a moeda americana à vista registrou o seu terceiro recuo seguido, ao cair 0,88%, cotada a R$ 5,4350, o menor valor desde 19 de setembro de 2024, quando finalizou o pregão a R$ 5,4213. Ao longo de junho, o dólar caiu 4,99% e, no trimestre, 4,76%. O Ibovespa, por sua vez, fechou em alta de 1,45%, com 138.854,60 pontos. No mês, o índice acumulou elevação de 1,33%, enquanto em 2025, tem avanço de 15,44%. Boa parte desse movimento teve apoio do fluxo de capital externo, com saldo positivo de R$ 4,2 bilhões no mês até o dia 26 e de quase R$ 25,3 bilhões no ano.
Wall Street referendou as compras no pregão brasileiro, com o S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos Estados Unidos, renovando recordes e fechando em alta de 0,5%.
Projeções e dados
No início do dia, o Banco Central (BC) compartilhou dados da Pesquisa Focus. Analistas consultados pela autarquia recuaram a projeção da inflação para 5,20%, queda de 0,04 ponto percentual. O Produto Interno Bruto (PIB) para este ano foi mantido a 2,21%, enquanto o do ano que vem subiu ligeiramente para 1,87%. A alta dos preços para 2026 foi mantida a 4,50%.
À tarde, o boletim Firmus divulgado pelo Banco Central mostrou que as empresas não-financeiras no Brasil reduziram suas projeções para a taxa de câmbio no período de seis meses à frente, mas mantiveram a expectativa de que a inflação nos próximos anos seguirá acima do centro da meta.
A mediana das expectativas em maio para a cotação no próximo semestre aponta para um dólar a R$ 5,80, ante R$ 6,00 projetados na pesquisa anterior, de fevereiro.
Outros números compartilhados foram referentes ao mercado de trabalho brasileiro. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, em maio, o país gerou 2.256.225 admissões, enquanto teve 2.107.233 desligamentos, um saldo de 148.992 vagas formais.
Os dados, com o declínio nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, favoreceram o alívio nas taxas dos contratos de Depósito Interbancário (DIs), ajudando ações de empresas sensíveis à economia local na B3.
Destaques
– AZZAS 2154 avançou 4,7%, após promover uma reestruturação no conselho de administração da companhia dona de marcas como Arezzo e Farm, com analistas também enxergando sinais de novo alinhamento entre os acionistas de referência Alexandre Birman e Roberto Jatahy. Entre as mudanças, Nicola Calicchio Neto foi eleito como novo presidente do colegiado.
– MRV&CO ON fechou em alta de 7,6% e MAGAZINE LUIZA ON encerrou com elevação de 5,91%, encontrando apoio na queda das taxas dos DIs, que tende a favorecer papéis sensíveis a juros. O índice do setor imobiliário da B3 subiu 1,65%, enquanto o de consumo registrou acréscimo de 1,44%.
– GRUPO ULTRA ON valorizou-se 4,03%, no segundo pregão seguido de ganhos do conglomerado, dono dos postos Ipiranga. VIBRA ON avançou 2,12%, após anunciar nesta segunda-feira estratégia de avançar no segmento de óleos básicos, matéria-prima de seus produtos para motores automotivos, mas também usada em outros setores da economia.
– CYRELA ON valorizou-se 2,03% tendo no radar acordo para comprar terrenos da Windsor, sociedade que desenvolve o empreendimento imobiliário Jardim das Perdizes, em São Paulo, no qual a Tecnisa detém participação de 52,175%. O negócio pode chegar a R$510 milhões. TECNISA ON, que não está no Ibovespa, disparou 40,98%.
– ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,87%, em dia bastante positivo para o setor, com BRADESCO PN terminando com acréscimo de 1,57% e SANTANDER BRASIL ON avançando 1,85%. BANCO DO BRASIL ON valorizou-se 1,66%, apesar de relatório do Citi reiterando recomendação neutra para as ações e cortando o preço-alvo de R$27 para R$23.
– PETROBRAS PN fechou com elevação de 0,54%, apesar do declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent encerrou com queda de 0,24%, a US$67,61. PETROBRAS ON subiu 0,86%. No setor, BRAVA ENERGIA ON avançou 1,16%, PRIO ON ganhou 1,27% e PETRORECONCAVO ON encerrou estável.
– VALE ON cedeu 0,66%, em meio a ajustes após duas altas seguidas, período em que acumulou valorização de quase 5%. Na China, o contrato futuro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 0,21%, a 715,5 iuanes (R$ 542,42) a tonelada. O contrato ganhou 2,06% em junho.
– USIMINAS PNA caiu 0,72%, em sessão mista para o setor, com CSN ON perdendo 0,8%, enquanto GERDAU PN subiu 0,63%. O governo brasileiro dará início a investigações para averiguar a existência de dumping nas exportações de determinados produtos planos de aços inoxidáveis laminados a quente da China, Indonésia e Índia para o Brasil.
– FRASLE MOBILITY ON avançou 1,18% após anunciar oferta primária de 9,256 milhões de papéis, que poderá ser acrescida em até 1,860 milhão de ações de emissão da companhia (oferta primária) e até 11,110 milhões de ações detidas pela Dramd (oferta secundária). RANDON PN, que controla a Frasle, subiu 3,36%. Os papéis não fazem parte do Ibovespa.