O governo de Israel anunciou que dará uma “resposta completa” após dois projéteis terem sido lançados da Síria em direção ao território israelense nesta terça-feira (3), no que se tornou o primeiro ataque do tipo desde a queda do regime sangrento de Bashar Al Assad, ocorrida em dezembro do ano passado.
Segundo a Associated Press, o ataque foi reivindicado por um grupo desconhecido até então, que se identifica como “Brigadas Mohammed Deif”, nome de um dos comandantes do Hamas, que já foi eliminado por Israel em Gaza.
De acordo com as informações, os foguetes disparados a partir do território sírio atingiram áreas desabitadas nas Colinas de Golã, região que está sob controle de Israel, sem deixar vítimas. O incidente acionou sirenes de alerta nas localidades de Haspin e Ramat Magshimim – ambas no sul das Colinas, levando as Forças de Defesa de Israel (FDI) a realizar bombardeios de retaliação no sul da Síria, conforme confirmaram autoridades israelenses.
“A resposta completa chegará o mais rápido possível. Não permitiremos que se repita a realidade de 7 de outubro”, afirmou em comunicado o ministro da Defesa, Israel Katz, referindo-se ao ataque terrorista do Hamas em 2023.
Ainda no comunicado, Katz responsabilizou diretamente o novo governo sírio, liderado por Ahmed Al Sharaa, por qualquer agressão contra Israel.
“Consideramos o presidente sírio diretamente responsável por todas as ameaças e disparos contra o Estado de Israel”, declarou.
Após a queda de Assad, Israel intensificou operações militares contra posições consideradas hostis na Síria, especialmente para impedir o trânsito de armamentos de grupos ligados ao Irã e ao grupo terrorista libanês Hezbollah. Além disso, as FDI ampliaram o controle sobre áreas estratégicas, como a parte síria do monte Hermon, na zona desmilitarizada das Colinas de Golã.
O novo governo sírio, por sua vez, negou envolvimento direto no ataque e condenou os bombardeios israelenses, alegando “significativas perdas humanas e materiais”. De acordo com a AP, em comunicado divulgado pela televisão estatal, o governo de Damasco afirmou que “a Síria não representa e não representará ameaça a qualquer parte da região”, e que ainda apura as circunstâncias do lançamento dos projéteis.