Nos últimos seis dias, Israel realizou uma série de operações militares coordenadas com os serviços de inteligência que resultou no enfraquecimento do programa nuclear do Irã e da alta cúpula militar ligada diretamente ao líder supremo, Ali Khamenei.
Nesta quarta-feira (18), o porta-voz do Exército israelense, Effie Defrin, divulgou um novo balanço dos ataques em solo iraniano. Segundo o relatório, mais de 1.100 alvos militares no Irã, incluindo componentes nucleares, mísseis e instalações de produção de armas, foram atingidos.
“Até o momento, atacamos mais de 1.100 componentes diferentes em todo o Irã (…) Temos o objetivo claro de prejudicar significativamente o programa nuclear em todos os seus componentes e causar danos substanciais à rede de mísseis”, ressaltou no pronunciamento em vídeo.
Veja lista de locais estratégicos atacados no Irã
Desde a sexta-feira passada, quando as operações israelenses tiveram início, pelo menos duas instalações nucleares do Irã foram atingidas.
O maior centro de enriquecimento de urânio do Irã, localizado na cidade de Natanz, foi um dos primeiros locais atacados. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que houve “impactos diretos” nas salas de enriquecimento subterrâneas da usina nuclear, mas nenhum nível elevado de radioatividade foi detectado até o momento, em sua avaliação.
A planta nuclear de Isfahan, localizada a cerca de 350 quilômetros a sudeste de Teerã, também foi um dos locais estratégicos atingidos por caças israelenses. Tel Aviv afirma que tem informações de como o Irã convertia urânio enriquecido para a produção de armas nucleares na instalação.
Israel relatou ataques a laboratórios que faziam a conversão de gás de urânio em metal, uma das últimas etapas do processo de desenvolvimento de armas nucleares.
De acordo com os inspetores do órgão de fiscalização da ONU, Teerã conseguiu, nos últimos meses, acelerar sua produção de urânio altamente enriquecido até uma pureza de 60%, já próxima da necessidade para a fabricação de bombas atômicas.
Uma das instalações nucleares mais fortificadas do Irã, Fordow, localizada dentro de uma montanha a cerca de 80 metros de profundidade, permanece intacta até esta quarta-feira, segundo informações do jornal The New York Times, que ressaltou a necessidade de uma bomba americana feita especificamente para destruir alvos subterrâneos para atingi-la.
Também não há relatos de ataques contra outras instalações importantes como a de Bushehr e Arak, complexo fortemente protegido onde há rumores de que o regime produza plutônio.
Além dos estragos físicos nas instalações nucleares, vários cientistas nucleares de alto reconhecimento foram mortos em ataques direcionados desde a sexta-feira.