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domingo, junho 8, 2025

O Brilho do Ouro Continua e Cingapura Ganha com Isso

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REUTERS/Alexander Manzyuk

Barras de ouro: crescimento na preferência dos investidores (foto: banco de dados)

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Os super ricos estão transferindo cada vez mais seu ouro para o exterior, à medida que a incerteza econômica e geopolítica agita os mercados — e Cingapura está se consolidando como um destino preferencial.

Não muito longe do aeroporto da cidade-estado fica uma instalação de seis andares, revestida de ônix e fortificada com medidas de segurança rigorosas. Atrás de suas portas de aço, estão armazenadas barras de ouro e de prata no valor de cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,60 bilhões).

Conhecida como “The Reserve” (A Reserva), a instalação conta com dezenas de cofres privados e uma imponente câmara de armazenamento, ladeada por milhares de caixas de segurança que se estendem por três andares de altura.

Do início do ano até abril, o depósito de metais preciosos registrou um aumento de 88% nos pedidos para armazenar ouro e prata em comparação com o mesmo período de 2024, segundo o fundador da empresa, Gregor Gregersen.

A The Reserve, que também vende barras de ouro e prata, viu as vendas desses metais preciosos dispararem 200% em relação aos quatro primeiros meses de 2024.

“Cingapura é vista como a ‘Genebra do Oriente’; tem a reputação de ser uma jurisdição segura, com relativa estabilidade política e econômica”, afirmou Nicky Shiels, da MKS PAMP.

Um crescente sentimento de inquietação está impulsionando esse aumento, segundo observadores do setor. “Muitos clientes de altíssimo patrimônio estão observando tarifas, as mudanças no mundo e as potenciais instabilidades geopolíticas”, disse Gregersen.

“A ideia de colocar metal físico em uma jurisdição segura como Cingapura, com parceiros em quem podem confiar, está se tornando uma grande tendência atualmente”, acrescentou, destacando que 90% dos novos pedidos vêm de fora de Cingapura.

A valorização do ouro tem sido meteórica nos últimos meses, com o preço do metal registrando sucessivos recordes históricos. Isso foi impulsionado, em parte, por seu apelo como ativo de refúgio diante da volatilidade provocada pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e por uma venda massiva de ativos americanos em abril.

Embora os preços do ouro tenham esfriado recentemente, após os investidores demonstrarem maior apetite por risco devido ao arrefecimento das tensões comerciais entre as duas potências econômicas, alguns analistas de mercado ainda acreditam que o preço pode chegar a US$ 5.000 (R$ 28.650) por onça no próximo ano. Atualmente, o preço do ouro à vista está sendo negociado a US$ 3.346,32 (R$ 19.176) por onça, próximo de níveis históricos.

Barras físicas versus papel

Os ricos também estão optando cada vez mais por barras físicas de ouro, em vez de ativos em papel, pois não querem se expor tanto aos riscos de contraparte e aos riscos geopolíticos, afirmou Gregersen. Embora armazenar e possuir ouro físico não elimine totalmente a exposição ao risco de preço, reduz a exposição a certos riscos inerentes ao ouro “em papel”.

Por exemplo, os riscos de contraparte são menores quando se possui o ativo diretamente. A crise do Silicon Valley Bank, que ocorreu em 2023, alimentou a preferência dos investidores por possuir fisicamente ou alocar de forma segura barras específicas de ouro, em vez de depender de certificados em papel ou deter apenas uma participação em uma reserva compartilhada — o que pode ser colocado em risco caso um banco venha a colapsar, explicou Nicky Shiels, chefe de pesquisa e estratégia de metais da MKS PAMP, empresa de refino e comércio de metais preciosos.

O estrategista-chefe de mercado do Conselho Mundial do Ouro, John Reade, também destacou que essa é uma preocupação especialmente para aqueles que temem pela saúde do sistema financeiro global.

“Alguns detentores de metais preciosos físicos estão receosos de armazenar ouro dentro do sistema bancário, mesmo que de forma alocada, e por isso preferem manter o ouro com entidades que não sejam bancos”, disse Reade.

A falta de confiança em alguns bancos domésticos também é um fator determinante, afirmou Jeremy Savory, fundador da Millionaire Migrant, uma consultoria com sede em Dubai que presta serviços relacionados à cidadania para indivíduos de alto patrimônio.

“Se você não confia no sistema bancário do país em que está, por exemplo, Líbano, Egito ou Argélia… você não quer colocar o ouro no banco”, explicou Savory, cujos clientes incluem indivíduos de alto patrimônio ao redor do mundo que tentam transferir ouro físico para cofres na Suíça, Cingapura e Dubai.

Dito isso, armazenar ouro em cofres pode ser menos atrativo para investidores de curto prazo, já que os custos de transação para comprar e movimentar ouro físico são mais altos do que no caso do ouro em papel, observou Reade, do Conselho Mundial do Ouro.

Por que armazenar na cidade estado? O papel da nação do Sudeste Asiático como um importante centro de trânsito também a torna um local atrativo e conveniente para os ricos guardarem seu ouro. “Cingapura é vista como a ‘Genebra do Oriente’; tem a reputação de ser uma jurisdição segura, com relativa estabilidade política e econômica”, disse Shiels.

“Cingapura é um centro de trânsito. Normalmente, faz sentido que haja um cofre de ouro em qualquer lugar que seja um centro de trânsito”, afirmou Savory. “Você pode fazer operações bancárias, armazenar seu ouro lá, mas também pode retirá-lo com facilidade, porque é um centro de trânsito. E é aí que a Suíça está perdendo espaço”, acrescentou.



[Fonte Original]

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