O presidente americano, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (4) uma proclamação para proibir a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos para estudar na Universidade de Harvard. A restrição será aplicada para alunos que tentarem ingressar na instituição a partir da publicação da medida e tem prazo de seis meses (com possibilidade de prorrogação).
Porém, também orienta o Departamento de Estado a avaliar se estudantes estrangeiros já matriculados em Harvard devem ter seus vistos revogados, com base nas preocupações manifestadas na proclamação.
Trump alegou que a medida visa interesses de segurança nacional dos Estados Unidos. O presidente republicano argumentou que a direção de Harvard se recusou a prestar de forma adequada informações ao governo sobre atividades ilegais e violentas de estudantes estrangeiros e que a universidade tem “amplo envolvimento” com outros países, incluindo “adversários” dos Estados Unidos.
“Nos últimos dez anos, Harvard recebeu mais de US$ 150 milhões somente da China. Em troca, Harvard, entre outras coisas, ‘acolheu e treinou repetidamente membros de uma organização paramilitar do Partido Comunista Chinês’, de acordo com uma investigação do Comitê Seleto da Câmara dos Representantes sobre o Partido Comunista Chinês”, alegou Trump na proclamação.
“Pesquisadores de Harvard também firmaram parcerias com indivíduos baseados na China em pesquisas que poderiam promover a modernização militar da China, de acordo com a mesma investigação”, acrescentou.
O presidente americano, que na semana passada havia defendido que Harvard deveria reduzir de 31% para 15% a proporção de estudantes estrangeiros no seu corpo discente, também argumentou que a aceitação de alunos de outros países impede que “americanos trabalhadores” tenham “oportunidades iguais”.
“Em vez desses americanos, Harvard admite estudantes de nações não igualitárias, incluindo nações que buscam a destruição dos Estados Unidos e seus aliados, ou o extermínio de povos inteiros”, disse Trump.
“Não é do interesse dos Estados Unidos agravar ainda mais a discriminação de Harvard contra raças, origens nacionais, ancestralidades compartilhadas ou religiões não preferenciais, reduzindo ainda mais as oportunidades para estudantes americanos por meio das matrículas excessivas de estudantes estrangeiros”, afirmou o republicano.
“Essas preocupações levaram o governo federal a concluir que a Universidade de Harvard não é mais uma administradora confiável de programas de estudantes internacionais e visitantes de intercâmbio”, argumentou. A universidade ainda não se pronunciou sobre a nova medida de Trump.
Na semana retrasada, o governo Trump havia cancelado a permissão de Harvard para matricular estudantes estrangeiros. A medida também forçava os alunos de outros países já matriculados na instituição a se transferirem para outras universidades.
Na ocasião, o Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês) acusou Harvard de “fomentar a violência, o antissemitismo e de fazer articulações com o Partido Comunista Chinês”. Porém, a medida foi suspensa pela Justiça federal.
Desde o início da segunda gestão Trump, em janeiro, o governo dos Estados Unidos vem acusando Harvard de não combater o antissemitismo dentro da universidade e de implementar políticas educacionais não baseadas no mérito.
O governo Trump estabeleceu uma série de mudanças a serem implementadas pela universidade, que se recusou – o que levou ao corte de bilhões de dólares em verbas federais.
Na semana passada, o governo americano ordenou que as agências federais cancelassem todos os contratos restantes com Harvard.