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quinta-feira, junho 5, 2025

Camisinha é indispensável

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Ainda há resistência dos homens ao uso da camisinha, mesmo depois de mais de 40 anos do primeiro caso de aids no Brasil, causa de uma revolução no comportamento sexual da população, tornando o preservativo peça indispensável nas relações. As campanhas de prevenção à aids e a outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) atualmente são quase nulas. Como validar a necessidade do preservativo se não falamos mais de prevenção?

Em 2020, o Observatório Nacional da Família — ligado à Secretaria da Família do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos — informou que a idade média do início da vida sexual do brasileiro era 12,7 anos para os homens e 13,8 anos para as mulheres. Diante da realidade, torna-se fundamental essa conversa.

A Lei 13.504/2017 institui em seu artigo 1º a realização de uma campanha nacional de prevenção ao HIV/aids e outras ISTs, denominada Dezembro Vermelho. Essas iniciativas que começam em 1º de dezembro — Dia Mundial de Luta Contra a Aids — são pontuais, e o mais adequado é que tenhamos estratégias no contexto de um programa contínuo de educação sexual.

A dificuldade masculina se baseia na alegação de que o preservativo tira a sensibilidade, de que é o mesmo que “chupar bala com papel” ou “transar com o pênis encapado”. Imagine se os homens vivessem noutro período da História, como em 1350 a.C. a 1200 a.C. no Egito Antigo, quando os preservativos eram invólucros feitos de tripas de animais. Ou em 1564, quando se recomendava pôr no pênis um saquinho de linho, amarrado com um laço?

Pesquisa Nacional de Saúde — realizada em 2023 pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde — mostrou que, entre pessoas com 18 anos ou mais sexualmente ativas nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% usaram preservativo em todas as relações sexuais; 59% dos entrevistados, nenhuma vez.

O problema não é só a aids. Dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis do Ministério da Saúde (outubro de 2024) mostram que, em 2023, foram notificados 242.826 casos de sífilis adquirida. Em relação à aids, em todo o mundo, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) registrou que 39,9 milhões viviam com o vírus em 2023 e que, no mesmo ano, 1,3 milhão foram infectados.

Mesmo com o avanço da ciência e as medidas de profilaxia, a camisinha não pode ser dispensada. Até porque, não nos esqueçamos também do HPV e da blenorragia, entre outras ISTs. Daí a importância dessa conversa em casa, na escola e de políticas públicas que beneficiem a todos.

*Marcos Ribeiro, mestre em educação sexual pela Unesp, é autor do livro “Adolescente: um bate-papo sobre sexo”

[Fonte Original]

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