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sexta-feira, junho 6, 2025

Mounjaro: ‘canetas emagrecedoras’ podem afetar a eficácia da pílula anticoncepcional, alerta Reino Unido

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A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA, da sigla em inglês) emitiu um alerta nesta quinta-feira para mulheres que fazem uso dos remédios análogos de GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, muito utilizados no tratamento da obesidade.

A autoridade reforça que as pacientes devem “usar contracepção eficaz enquanto estiverem usando esses medicamentos e, em alguns casos, por até dois meses após interromper o uso antes de tentar engravidar”. E cita que, no caso do Mounjaro, da Eli Lilly, o fármaco pode diminuir a eficácia da pílula oral.

“A contracepção eficaz inclui métodos orais (a pílula) e não orais (implante, DIU ou preservativos). No entanto, o Mounjaro pode reduzir a eficácia dos anticoncepcionais orais em pessoas com sobrepeso. Portanto, pessoas com sobrepeso que usam Mounjaro e fazem uso de anticoncepcional oral são orientadas a usar também um método não oral de contracepção”, diz o alerta.

A MHRA explica que a importância da contracepção é porque os medicamentos não devem ser usados durante a gravidez, enquanto se tenta uma gestação ou durante a amamentação. Segundo a agência, não há dados suficientes sobre a segurança dos fármacos para a gestante ou para o bebê. A mulher que engravidar deve conversar com seu médico e interromper o tratamento.

Pesquisadores explicam que estudos com animais apontaram para um risco de malformações fetais durante a gestação durante o uso dos remédios. Mas Caroline Ovadia, professora de Obstetrícia da Universidade de Edimburgo, na Escócia, diz que ainda não foram encontrados casos do tipo entre humanos.

“As evidências em humanos sobre o risco na gravidez são limitadas. Estudos de coorte existentes, predominantemente dos EUA, onde o uso de medicamentos para perda de peso é particularmente comum, não sugerem danos imediatos. Mas concordo que as evidências atuais sugerem que a gestante deve interromper o uso”, comenta em nota.

O alerta da MHRA faz parte da atualização das diretrizes sobre o uso dos remédios. Ele vem especialmente em meio a diversos relatos de mulheres nas redes sociais com a hashtag #OzempicBaby compartilhando que tinham dificuldades para engravidar, mas descobriram uma gestação ao fazer uso dos análogos de GLP-1. Segundo o jornal britânico The Guardian, a MHRA recebeu ao menos 40 relatos do tipo.

“A obesidade reduz a fertilidade nas mulheres. Assim, mulheres com obesidade que usam GLP-1 têm mais chances de engravidar do que antes da perda de peso. Além disso, acreditamos que a absorção das pílulas contraceptivas orais possa ser reduzida com os medicamentos, que retardam o esvaziamento gástrico, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar isso”, diz Channa Jayasena, especialista em Endocrinologia Reprodutiva do Imperial College London, no Reino Unido.

Especialista em Medicina Reprodutiva da Universidade de Southampton, também britânica, Ying Cheong acredita que as reações adversas dos medicamentos também podem ajudar a explicar a melhora da fertilidade:

“Efeitos colaterais gastrointestinais como vômitos e diarreia podem prejudicar a absorção dos contraceptivos orais, aumentando o risco de gravidez não planejada. Embora as evidências diretas ligando os medicamentos GLP-1 à falha dos contraceptivos sejam limitadas, o uso generalizado desses medicamentos significa que mesmo pequenos riscos podem se tornar uma preocupação”.

Para Bassel Wattar, obstetra e ginecologista do Hospital St Helier, no Reino Unido, outro motivo é que uma perda de peso significativa pode ajudar algumas mulheres, como aquelas que sofrem com síndrome dos ovários policísticos (SOP), a restaurar a ovulação natural e, com isso, “aumentar as chances de engravidar espontaneamente”.

“É importante recomendar métodos contraceptivos eficazes durante o uso dessas injeções, como o implante ou o DIU, que oferecem proteção mais robusta do que a pílula anticoncepcional combinada”, complementa.

[Fonte Original]

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