Novos dados da última pesquisa Datafolha divulgados nesta terça-feira pelo jornal “Folha de S.Paulo” mostram que 76% dos brasileiros são contra o aumento do número de deputados federais. Apenas 20% dos entrevistados se disseram favoráveis à mudança, enquanto 1% se declarou indiferente, e 2% não souberam opinar.
A proposta que amplia o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, das atuais 513 para 531, foi aprovada no mês passado no plenário da Casa e agora precisa do aval do Senado — que incluiu o projeto na pauta desta terça-feira.
A ideia surgiu como reação à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou uma redistribuição das vagas existentes em razão dos resultados do último Censo Demográfico, realizado em 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a decisão, estados como a Paraíba, do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), perderiam cadeiras.
A Câmara dos Deputados é composta de forma proporcional pelos representantes de cada estado e do Distrito Federal. Cada unidade da federação tem no mínimo oito e no máximo 70 deputados, a depender do tamanho de sua população. Entretanto, alguns estados reclamam que o número não foi atualizado de acordo com as variações recentes no número de habitantes de cada unidade.
Caso a mudança seja oficializada, o impacto anual dessa ampliação do número de deputados será de R$ 64,6 milhões. Oito estados serão beneficiados com mais cadeiras: Santa Catarina, Pará, Amazonas, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Norte.
Outras sete bancadas, que perderiam espaço se a mudança fosse feita mantendo o número atual de vagas, continuarão com o número intacto de cadeiras. São elas: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Piauí, Paraíba, Bahia, Pernambuco e Alagoas.
Além de rechaçar o aumento do número de deputados, a população também se declara insatisfeita com os atuais legisladores federais. O Datafolha mostra que 58% dos brasileiros dizem sentir “mais vergonha do que orgulho” dos deputados, enquanto 28% atestam o oposto. Dentre os atores testados no levantamento, só os senadores despertaram um nível tão elevado de “vergonha” na população (59%).
O Datafolha realizou entrevistas presenciais com 2.004 brasileiros no período de 10 a 11 de junho. A margem de erro estimada para o levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos.