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segunda-feira, julho 7, 2025

Por que os BCs do mundo inteiro estão enchendo seus cofres de ouro? Patamar é recorde

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Os bancos centrais do mundo inteiro estão deixando o euro um pouco de lado e enchendo seus cofres de ouro. Relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central Europeu mostra que o euro segue tendo uma fatia estável das reservas internacionais dos principais países do mundo. O dólar perdeu espaço. E quem ascendeu foi o ouro.

Com isso, o estoque de ouro mantido pelos bancos centrais em todo o mundo está se aproximando das máximas históricas. Em 2024, a quantia somou 36 mil toneladas — níveis não vistos em 60 anos.

No pós Segunda Guerra Mundial, com os acordos de Bretton Woods — que criaram o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e todo a arquitetura financeira global que vigorou até a década de 1970 — as taxas de câmbio de quase todos os países do mundo eram fixas e lastreadas em ouro.

Assim, o metal precisava ser acumulado por BCs do mundo inteiro e, na década de 1960, atingiram o pico de 38 mil toneladas de ouro estocados em cofres como o famoso Forte Knox, nos EUA.

Em 1971, houve a quebra do padrão ouro pelos EUA, que deixou de ter quantia equivalente aos dólares em circulação em metais acumulados. Desde então, o patamar de ouro nas reservas internacionais passou a ser menor. Até recentemente.

“Bancos centrais do mundo inteiro têm agora quase tanto ouro quanto tinham em 1965”, destacou o relatório do BCE desta terça-feira.

Além de uma quantidade física relevante do ouro, o metal também ganhou participação em termos de valor financeiro das reservas. Afinal, com a compra de ouro aumentando, seu preço subiu. E, assim, em 2024, o metal representou 20% das reservas oficiais globais em 2024, ultrapassando os 16% do euro e ficando atrás apenas do dólar americano, que detém 46%, de acordo com dados do BCE.

O relatório acrescenta que, pelo terceiro ano consecutivo, os BCs adquiriram mais de mil toneladas de ouro no ano passado. O montante equivale a um quinto da produção anual global e o dobro da média anual registrada na década de 2010, diz o BCE.

Índia, China, Turquia e Polônia estavam entre os maiores compradores do metal no ano passado, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro.

Fatores por trás do salto

Desde o início de 2025, o preço do ouro já subiu mais 27%, atingindo o recorde histórico de US$ 3.500 por onça troy.

“Esse estoque, juntamente com os preços elevados, fez do ouro o segundo maior ativo de reserva global a preços de mercado em 2024 — atrás apenas do dólar americano”, ressalta o BCE.

Embora o ouro não renda juros e tenha custos elevados de armazenamento, investidores em geral o veem como o ativo seguro: alta liquidez, sem risco de altos e baixos e imune a sanções.

Em meio a preocupações com a instabilidade geopolítica e os níveis da dívida dos Estados Unidos, os bancos centrais vêm nos últimos anos tentando se afastar do dólar americano, fenômeno que os especialistas batizaram de “desdolarização”.

Além disso, após a invasão russa da Ucrânia em 2022, quando os EUA impuseram sanções que restringiram o acesso da Rússia aos mercados financeiros globais, sobretudo os países em desenvolvimento têm ampliado o uso do ouro nas reservas.

E, num contexto de agravamento das tensões globais com a guerra comercial iniciada pelo presidente americano Donald Trump, houve uma busca mais generalizada por diversificação de ativos nas reservas internacionais.

“Pesquisas mostram que dois terços dos bancos centrais investiram no ouro com o propósito de diversificação, enquanto dois quintos optaram pelo metal como proteção contra riscos geopolíticos”, afirma o relatório do BCE.

[Fonte Original]

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