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quinta-feira, junho 12, 2025

Trégua na comercial entre EUA e China melhora perspectiva da economia global, mas cenário ainda é de desaceleração

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A trégua das tarifas assinadas por Estados Unidos e China em maio melhorou o humor da economia, o que se refletiu na alta dos barômetros econômicos globais – sistema que reúne mais de 1.500 séries de indicadores, permitindo uma análise mais exata do desenvolvimento econômico do mundo. Houve avanço tanto no que diz respeito à visão sobre a situação atual, o chamado barômetro coincidente, que teve alta de 1,4 ponto em junho, atingindo 93,8 pontos, quanto ao futuro, o barômetro antecedente, que subiu modestos 0,4 ponto, para 96,5 pontos. O economista, Aloísio Campelo Jr., pesquisador do FGV Ibre responsável pelos barômetros, explica que apesar da melhora, os indicadores estão em níveis moderadamente baixos, sinalizando uma desaceleração da economia global, sob influência das medidas protecionistas do governo americano e seus desdobramentos.

– O nosso Indicador de Incerteza recuou 2,7 pontos no mês, para 112,8, nível ainda elevado. Entre fevereiro e maio, o Barômetro Coincidente havia recuado 6,2 pontos, para o menor nível desde fevereiro de 2023. A alta de 1,4 ponto em junho “devolveu” menos de um quarto das perdas. Tanto a OCDE quanto o Banco Mundial refizeram recentemente suas projeções para o crescimento global para este ano, a visão de desaceleração do crescimento mundial, tendência que deve atingir a maioria dos países pesquisados. As maiores desacelerações em EUA, México e Canadá. O Brasil, obviamente, está desacelerando em relação a 2024. Em algumas poucas regiões, no entanto, haverá aceleração do crescimento. Caso de Europa e Argentina. Em ambas as regiões, vale ressaltar, esse movimento acontece por questões cíclicas e, no caso, da Argentina, pela saída da crise – explica o economista.

O acordo que acaba de ser firmado, em Londres, entre o governo americano e chinês pode ter impacto e novas melhoras dos resultados, que acumulavam três quedas seguidas até o resultado positivo deste mês, avalia Aloísio:

– Mas eu esperaria por algum tempo até que governos e agentes privados em geral percebam que a situação estará mais estável daqui para a frente. Houve muita instabilidade nos últimos meses para a questão se resolver assim, de repente. Torço que sim.

O pesquisador aponta ainda que os indicadores de investimentos produtivos estão piorando na maioria dos países e acrescenta:

– Com a queda recente dos preços de commodities, países emergentes exportadores destes produtos podem ser impactados negativamente. Por outro lado, este movimento pode ajudar na descompressão de preços. A inflação anda ainda elevada, em termos relativos, na maioria dos países, não apenas no Brasil. A redução do preço das commodities também pode ser um efeito parcialmente compensador da pressão gerada pela rodada de alta nas tarifas comerciais

O economista destaca que a guerra comercial teve efeitos regionalizados:

– A pesquisa é desagregada em três megarregiões: Ásia, África e Oceania; Europa; e Hemisfério Ocidental. A queda dos barômetros regionais foi muito mais expressiva no chamado “Hemisfério Ocidental”, que inclui EUA, Canadá e México, teve queda de 8,8 pontos no indicador que analisa a situação atual da região. Na Europa, a queda foi de 0,5 ponto; na Ásia e companhia o recuo foi de 4 pontos, enquanto o tombo foi de 8,8 pontos no Hemisfério Ocidental. Nos dados do barômetro antecedente regional, as diferenças são ainda maiores . As quedas foram de 1,3 ponto, 2,2 e de 15,6 pontos, respectivamente.

[Fonte Original]

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