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segunda-feira, julho 7, 2025

Dólar fecha em forte alta com novas ameaças tarifárias de Trump

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A política comercial voltou ao radar dos investidores nesta segunda-feira e trouxe um sentimento de aversão a ativos de risco nos mercados globais. Com o prazo de 9 de julho se aproximando – data estipulada pelo governo americano para elevar tarifas em produtos de países que não alcançarem um acordo comercial com os EUA – os agentes demonstraram cautela desde o início da sessão, que se agravou com o anúncio de o governo Trump irá impor tarifas de 25% em produtos do Japão e Coreia do Sul. As postagens do presidente americano, fazendo ameaças a países do Brics, também contribuíram para o mau desempenho do real hoje, que se desvalorizou mais de 1% contra o dólar.

Assim, o dólar comercial fechou em alta de 0,99%, negociado a R$ 5,4777 no segmento à vista. Perto do horário de fechamento, o dólar para agosto subia 1,02%, a R$ 5,5100. O índice DXY, no mesmo momento, subia 0,28%, a 97,45 pontos.

O avanço da divisa americana também ocorreu diante de pares de mercados emergentes hoje. No mesmo horário descrito acima, a moeda avançava 0,12% ante o peso mexicano; 1,31% ante o rand sul-africano; 0,91% contra o florim húngaro; e 0,76% contra o zlot polonês.

O governo americano estabeleceu como limite o dia 9 de julho para que os países alcançassem acordos comerciais com os Estados Unidos. Às vésperas do prazo dado pela administração Trump, há poucos relatos de acordos completamente fechados, o que gera alguma apreensão no mercado sobre tarifas mais altas à frente.

E, ainda que membros do governo americano tenham apontado para a possibilidade de que as negociações comerciais com países prossigam até agosto, o mercado reagiu de forma cautelosa ao anúncio de Trump de aumentar as tarifas para japoneses e coreanos.

Trump ainda afirmou, em postagem em rede social, que vai impor uma tarifa adicional de 10% sobre qualquer país que se alinhe com “as políticas antiamericanas do Brics”. A mensagem foi interpretada pelo mercado como um sinal ao Brasil, que recebe, neste momento, a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro.

“O dólar seguiu pressionado hoje por conta das falas do Trump que diziam respeito ao Brics e também pela proximidade da data final das tarifas. Trump acabou colocando o Brics nos holofotes dizendo que aqueles países que se alinharem à política do bloco do Sul Global terão taxas adicionais de 10%”, afirma o diretor de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt. O profissional também aponta que um movimento de realização de lucros nas bolsas globais ajuda a alimentar a sensação de aversão a risco observada hoje.

Do ponto de vista da análise técnica, o Société Générale aponta que o par dólar real está em uma tendência de queda. “Se ocorrer uma recuperação de curto prazo, espera-se que a média móvel de 50 dias, próxima de R$ 5,60, atue como um nível de resistência”, apontam os estrategistas do banco francês. Já se o dólar estender sua queda frente ao real e ultrapassar a faixa entre os R$ 5,39 e R$ 5,37, o declínio poderá se estender em direção à zona dos R$ 5,21.

Segundo a equipe de macroeconomia do Santander, o carrego do real segue atrativo, enquanto os fatores externos, como a queda nos rendimentos dos títulos norte-americanos e a menor aversão ao risco global, também desempenharam um papel relevante na apreciação recente do real.

“No entanto, as vulnerabilidades estruturais persistem: o fluxo cambial é negativo em US$ 10,7 bilhões no ano, o pior desempenho desde 2020, refletindo um superávit comercial decepcionante, pressionado pelos preços mais baixos das commodities e aumento das importações”, afirmam os profissionais do banco.

Assim, embora a dinâmica de curto prazo favoreça o real, a projeção de uma depreciação gradual no segundo semestre do ano foi mantida, diante da esperada desaceleração da atividade doméstica e das persistentes incertezas fiscais. “Atualizamos nossas projeções: agora estimamos o USD/BRL em R$ 5,70 no quarto trimestre, de R$ 5,80 anteriormente, mas mantivemos a projeção de R$ 6 para o quarto trimestre de 2026″, apontam.

[Fonte Original]

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