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domingo, julho 13, 2025

Dólar termina semana turbulenta em alta de 2,28% contra o real

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O dólar comercial encerrou o dia em ligeira alta, tendo se afastado bastante dos piores níveis observados ao longo da sessão. Mesmo assim, a moeda americana acumulou alta de 2,28% frente ao real na semana, período marcado pela imposição da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Agentes atribuem o movimento diário de melhora do real a um ajuste de posições e à ausência de sinais de que o governo brasileiro pretende escalar o conflito tarifário, ainda que os participantes do mercado se mantenham cautelosos com os próximos passos do episódio.

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,10%, negociado a R$ 5,5479 no segmento à vista. No mesmo horário, o futuro para agosto avançava 0,18%, a R$ 5,5765. No acumulado da semana, o dólar registrou alta de 2,28% contra o real.

Após Trump ter anunciado tarifa de 50% em produtos brasileiros e disparado uma forte volatilidade no mercado doméstico, o líder da Casa Branca voltou a fazer ameaças sobre o Canadá e a União Europeia ontem, sugerindo também que a alíquota básica para outros parceiros comerciais pode ser maior que os 10% anunciados anteriormente.

Pela tarde, no entanto, a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que deve falar com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, “em algum momento”, trouxe alívio aos ativos locais. Diante da ausência de sinais concretos de que o Brasil deve escalar o conflito comercial neste momento, a fala do líder da Casa Branca foi interpretada como uma brecha para uma reversão parcial das tarifas.

Segundo o Bank of America (BofA), a natureza altamente imprevisível das políticas comerciais do presidente dos EUA continua a pairar sobre os mercados de moedas emergentes à medida que o prazo de 1º de agosto se aproxima. “O exemplo mais recente é a ameaça anunciada de tarifa de 50% contra o Brasil, devido, em parte, às tensas relações de negociação entre o Brasil e os EUA. Além disso, o presidente dos EUA também está ameaçando com uma tarifa adicional de 10% contra a Índia, juntamente com outros membros do Brics, que são vistos como países que prejudicam as políticas comerciais e cambiais dos EUA”, apontam os estrategistas do banco.

Isso, segundo o BofA, traz duas implicações para as moedas de mercados emergentes. A primeira é que a natureza cada vez mais idiossincrática da política de Trump dá mais ênfase às negociações de valor relativo, especialmente porque alguns países emergentes se beneficiam de melhores relações bilaterais.

“A rúpia indiana está se mantendo bem com a percepção de uma boa relação fundamental com os EUA, apesar da reviravolta do Brics, enquanto o won sul coreano também deve estar em um caminho melhor em direção a um acordo comercial. Em contrapartida, o real, o baht tailandês e o rand sul-africano podem ter um desempenho inferior, pois as negociações difíceis e as tarifas mais altas afetarão negativamente o desempenho de suas exportações e crescimento”, apontam.

A segunda questão é que as estratégias de negociação de câmbio emergentes devem ficar mais conturbadas pelas tarifas sobre commodities de setores específicos, como a tarifa de 50% sobre o cobre anunciada esta semana e as tarifas aguardadas para automóveis, produtos farmacêuticos e aço. “Em particular, a tarifa sobre o cobre também teve um impacto idiossincrático negativo sobre o peso chileno”, lembram.

No acumulado da semana, o dólar avançou 3,03% contra o peso chileno; 2,02% ante o rand sul-africano; e apenas 1,04% contra a rúpia indiana.

[Fonte Original]

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