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domingo, julho 13, 2025

Ibovespa tem 5º dia de perdas e acumula pior queda semanal desde dezembro de 2022

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A escalada da política tarifária do presidente americano, Donald Trump, contra importantes parceiros comerciais penalizou ativos de risco ao redor do globo nesta sexta-feira. Em linha com o desempenho negativo visto em Wall Street, o Ibovespa encerrou com perda de 0,41%, aos 136.187 pontos, distante da mínima de 135.528 pontos, marcando o quinto dia seguido de queda. Na máxima, o índice chegou a tocar os 136.742 pontos.

Em uma semana em que investidores elevaram a cautela antes e após o envio das cartas em que Trump anunciou mudanças nas tarifas contra uma série de parceiros comerciais, o Ibovespa cedeu 3,59% no acumulado semanal, maior percentual desde 16 de dezembro de 2022, quando as perdas somaram 4,34%, segundo levantamento feito pelo VALOR DATA.

Segundo participantes, as incertezas em relação aos desdobramentos da política comercial dos EUA podem ter potencializado uma realização de lucros e um ajuste de posições na bolsa, especialmente após um primeiro semestre forte.

Mais cedo, Trump afirmou que talvez converse com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “em algum momento, mas não agora”. O chefe do Executivo brasileiro, por sua vez, voltou a dizer que o republicano está mal-informado sobre balança bilateral e que usará a reciprocidade tarifária se o diálogo não trouxer resultado.

Para a equipe de análise técnica do Itaú BBA, liderada por Fábio Perina, o Ibovespa pode sair da tendência de alta no curto prazo se perder a faixa de suporte, que está entre os 134.100 pontos e os 135.000 pontos.

“O momento é de ajustes após o anúncio dos EUA sobre tarifas para os produtos importados do Brasil. Portanto, calibrar o ‘stop’ de algumas operações que não evoluíram é um caminho saudável nesse momento”, avalia a equipe do Itaú BBA, em relatório.

Apesar do dia mais negativo, a alta das ações da Petrobras e da Vale, impulsionada pela valorização das commodities no exterior, ajudou a amenizar as perdas do índice. No fim da sessão, as PN da petroleira subiram 1,21%, ao passo que as ordinárias da mineradora tiveram ganhos de 1,30%.

A subida dos preços de petróleo no mercado futuro também favoreceu as ações da PetroReconcavo, que avançaram 3,51%, liderando as maiores altas do Ibovespa. Na ponta contrária, as incertezas com a política tarifária de Trump elevaram os prêmios de risco na maior parte dos vértices da curva a termo, o que pressionou as ações ligadas à economia doméstica. Assim, Yduqs ON e Cogna ON cederam 7,40% e 3,99%, nessa ordem.

O dia também foi de perdas para as ações da Marfrig, que recuaram 4,17%, enquanto os papéis da BRF cederam 4,35%. O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adiou hoje, por mais 21 dias, a assembleia de acionistas da BRF que votaria a fusão de ambas.

Desde ontem, participantes do mercado disseram ao Valor que, no curto prazo, o impacto de uma tarifa de 50% sobre o Brasil poderia ser negativo para o Ibovespa, mas que a tese estrutural positiva para as ações brasileiras permanece inalterada.

Embora a magnitude das taxas tenha sido um “balde de água fria” para o mercado acionário brasileiro, o J.P. Morgan reforça que não se deve considerar essas tarifas como definitivas, já que negociações podem ocorrer a qualquer momento, com possibilidade de que as alíquotas venham a ser reduzidas.

Ainda assim, o banco não descarta uma deterioração adicional enquanto não houver maior clareza. Do ponto de vista “bottom-up”, o J.P. destaca que exportadoras e empresas com dívida em dólar estão mais expostas à depreciação do real, enquanto companhias com receitas expressivas em dólar podem enfrentar volatilidade até que o cenário se defina.

“Apesar disso, mantemos nossa visão positiva para os gatilhos de médio e longo prazos que devem sustentar o mercado: o início do ciclo de afrouxamento monetário até o fim do ano e o “trade eleitoral” de 2026”, escrevem em relatório as estrategistas Emy Shayo Cherman e Cinthya M Mizuguchi.

O volume financeiro do Ibovespa na sessão de hoje bateu R$ 14,3 bilhões e R$ 19,3 bilhões na B3. Em Wall Street, os principais índices fecharam no vermelho: o Dow Jones cedeu 0,63%; o S&P 500 recuou 0,33%; e o Nasdaq teve perdas de 0,22%.

[Fonte Original]

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