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sexta-feira, julho 4, 2025

Juros futuros sobem com pressão dos Treasuries após ‘payroll’ forte

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Os juros futuros encerraram o pregão desta quinta-feira (3) em alta, sob pressão do movimento dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) após a divulgação do relatório oficial do mercado de trabalho americano, o chamado “payroll”, de junho. A criação de empregos acima do previsto e a queda inesperada da taxa de desemprego reforçaram a percepção de um mercado de trabalho ainda forte e que não requer o início do ciclo de corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) tão cedo.

Embora o foco tenha ficado no exterior, a oferta robusta de títulos prefixados pelo Tesouro Nacional no leilão semanal também pressionou a curva a termo, ainda mais em um dia de liquidez mais baixa por conta da véspera de feriado do Dia da Independência dos EUA, que fez o pregão acabar mais cedo em Nova York.

Assim, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2026 oscilou de 14,915%, do ajuste anterior, para 14,92%; a do DI de janeiro de 2027 anotou alta de 14,12% a 14,14%; a do DI de janeiro de 2029 aumentou de 13,145% para 13,21% e a do DI de janeiro de 2031 subiu de 13,21% a 13,28%.

Nos EUA, a taxa da T-note de dois anos fechou em alta de 3,797% a 3,892%, e a do título de dez anos avançou de 4,284% a 4,351%.

De acordo com o “payroll” do mês passado, a economia americana adicionou 147 mil empregos líquidos e a taxa de desemprego surpreendeu ao cair de 4,2% para 4,1%. As projeções medianas do mercado eram de 110 mil vagas criadas e alta do desemprego a 4,3%.

“Em nossa opinião, os dados de hoje tornam bastante improvável um corte de juros na reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) [do Fed]”, avaliam os economistas Sarah House, Michael Pugliese e Nicole Cervi, do Wells Fargo.

No entanto, eles mantêm a perspectiva de que o ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos se iniciará na reunião seguinte à próxima, em setembro. De acordo com os economistas, os detalhes do “payroll”, hoje, não pintaram um quadro tão saudável e sinalizam um mercado de trabalho em desaceleração, uma vez que o volume de contratações no setor privado diminuiu significativamente e a taxa de desemprego caiu “parcialmente por conta da saída de pessoas da força de trabalho”.

O cenário-base do Wells Fargo, que também é o do mercado, passou a precificar uma chance de 43,6% de que a taxa dos Fed Funds termine o ano na faixa de 3,75% a 4%, de acordo com dados do CME Group. Esse nível indica dois cortes de 0,25 ponto percentual dos juros pelo Fed, movimentação também indicada pela mediana das últimas projeções do BC americano.

No quadro doméstico, o leilão de 18 milhões de títulos prefixados realizado nesta quinta pelo Tesouro Nacional indicou que o órgão não deve moderar tão cedo a sua estratégia recente mais agressiva na gestão da dívida pública. Ao todo, 83% do volume ofertado foi vendido ao mercado, o que adicionou um nível de risco relevante à curva, de cerca de R$ 4,4 bilhões, conforme estimativa da Warren Investimentos.

Em um dia de liquidez reduzida pelo pré-feriado em Nova York, a emissão robusta do Tesouro pode ter pressionado a curva de juros futuros. Nem mesmo o bom desempenho do real na maior parte da sessão trouxe as taxas ao território negativo de forma mais consistente. Hoje, o dólar à vista encerrou em seu menor patamar em pouco mais de um ano.

A forte apreciação do real neste ano é um dos fatores que fez a XP Investimentos antecipar o ciclo de corte de juros do Banco Central em seu cenário-base, de abril para janeiro do ano que vem, conforme mostra o relatório mensal da gestora assinado pelo economista-chefe, Caio Megale.

Embora mantenha a projeção de que o juro básico terminará 2025 em 15% e 2026 em 12,50%, Megale ressalta que “a queda pode ser maior se a perspectiva de reformas fiscais após as eleições ganhar força”.

— Foto: Gerd Altmann/Pixabay

[Fonte Original]

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