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domingo, julho 6, 2025

Putin defende aumento de transações em moedas locais em discurso na Cúpula dos Brics

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu o aumento de transações em moedas locais entre os países do Brics durante a primeira sessão plenária da 17ª Cúpula de Líderes do bloco. Esse é um tema que tem ganhado atenção do grupo, apesar de as discussões serem ainda preliminares. Durante a presidência brasileira, houve apenas progresso no debate sobre integração dos sistemas de pagamento.

“Devemos continuar expandindo o uso de moedas locais. A criação de um sistema independente de liquidação e depósito do Brics tornará as transações cambiais mais rápidas, eficientes e seguras”, defendeu Putin, que foi o terceiro a discursar, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Puti participou da Cúpula de maneira remota, mas assistiu a todos os discursos.

Ele citou que o uso de moedas locais no comércio entre os países do Brics está crescendo constantemente. “Em 2024, a participação da nossa moeda nacional, o rublo, e das moedas de países amigos nos acordos da Rússia com outros estados do Brics atingiu 90%”, relatou Putin.

O presidente da Rússia defendeu, ainda, o aumento significativo dos investimentos mútuos entre os países-membros do Brics, em especial por meio de linhas de financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos Brics. “Para tanto, a Rússia propôs a criação de uma nova plataforma de investimentos do Brics. A ideia é desenvolver conjuntamente ferramentas coordenadas para apoiar e atrair financiamento para as economias de nossos países e do Sul e do Leste Global.”

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, aparece em uma tela ao fundo, participando remotamente da reunião de abertura da Cúpula do Brics, no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro — Foto: Reuters/Ricardo Moraes

Putin também afirmou que o grupo de países do Sul Global está superando o G7, bloco das maiores economias do mundo que inclui Estados Unidos, Japão e países da Europa ocidental. Em uma indireta aos EUA, o chefe do Kremlin disse que o “sistema unipolar” está “ficando para trás”.

Ao fazer essa declaração, Putin fez questão de utilizar o termo “bilhão dourado”, que teria seus interesses atendidos pela ordem mundial centrada nos Estados Unidos. A expressão é uma referência do pensamento de teóricos russos no qual as elites globais se beneficiam da exploração direta e indireta de países do Sul Global.

“Todos vemos que mudanças profundas estão ocorrendo no mundo: o sistema unipolar de relações internacionais — que servia aos interesses do chamado ‘bilhão dourado’ — está ficando para trás, dando lugar a um mundo multipolar mais justo”, disse Putin.

O presidente russo também afirmou: “Os países do Brics representam não apenas um terço da superfície terrestre do planeta e quase metade da população mundial, mas também 40% da economia global. Nosso PIB total, em paridade de poder de compra, atingiu US$ 77 trilhões, segundo dados do FMI [Fundo Monetário Internacional] para 2025.”

“Por esse critério, o Brics supera significativamente alguns outros blocos, incluindo o G7, que totaliza US$ 57 trilhões”, completou.

O chefe do Kremlin também afirmou que, mesmo com um Brics expandido, unindo países que têm diferenças culturais, religiosas e sociais, o grupo continua aumentando sua influência no cenário internacional.

“Ano após ano, a autoridade e a influência do nosso grupo continuam a crescer. O Brics garantiu, com mérito, seu lugar entre os principais centros de governança global, e a forte voz dos nossos Estados, em apoio aos interesses fundamentais da maioria global, está cada vez mais presente no cenário internacional”, disse o presidente, que foi o terceiro a discursar, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Putin não pôde vir ao Brasil por ser condenado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em 2023, por causa da invasão russa à Ucrânia, no ano anterior. No entanto, ele participou da abertura do encontro virtualmente, conforme havia pedido à presidência brasileira do bloco.

A solicitação foi aceita pelo Brasil num gesto de gentileza, já que, no ano passado, Lula também participou da cúpula do Brics em Kazan, na Rússia. Na época, Lula havia sofrido acidente doméstico, onde machucou a cabeça, e ficou impossibilidade de viajar.

Putin não vai participar do restante da cúpula e está sendo representado pelo chanceler russo Sergey Lavrov.

[Fonte Original]

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