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quarta-feira, julho 2, 2025

Lista Forbes 50 Over 50 2025: Veja Todos os Homenageados

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Forbes

Veja a lista completa dos 50 destaques de 2025

Acessibilidade








A Lista Forbes 50 over 50 contempla grandes personagens do país em 10 categorias, celebrando sua maturidade e sua relevante atuação na sociedade e no mercado. São pessoas que dedicam a vida inteira a uma causa, como o cardiologista Roberto Kalil Filho, nosso personagem de capa, ou que se reinventam depois da virada do meio século. Além de inspirar, a lista tem a missão de lançar luz sobre a crescente importância da geração prateada na produção, no consumo e na dinâmica do país.

“A curva de envelhecimento da população está acentuada – até 2030, o Brasil vai ter a quinta população mais idosa do mundo”, diz Cléa Klouri, sócia-fundadora do Data 8, um hub de pesquisa e tendências focado no público 50+ que tem no portfólio empresas como Itaú, Nestlé e Pfizer.

A melhor atitude é olhar o copo meio cheio: “O consumo dos brasileiros 50+ deve aumentar do atual R$ 1,8 trilhão para R$ 3,8 trilhões em 20 anos”, aponta Klouri. “Isso vai impactar toda a economia do país.” É o bilhete para entrar nesse foguete que muitas empresas e empreendedores estão tentando comprar desde já. A intergeracionalidade vai reconfigurar relações familiares e profissionais. “Veremos quatro ou cinco gerações convivendo e trocando experiências e valores.” Nessa troca, mesmo que muitos ainda não tenham se dado conta, todos saem ganhando.

Agro

Ricardo Faria (50)

MARCUS STEINMEYER

Ricardo Faria

Ricardo Faria é dono da Granja Faria, maior produtora de ovos do Brasil desde 2023. Nos últimos anos, ele acelerou a internacionalização dos negócios e continua nessa toada. “Até 30 de julho, estamos incorporando mais duas empresas na Europa”, disse à Forbes. “Isso é um passo importante para sermos uma empresa global.” Sua holding, a Global Eggs, que reúne a Granja Faria, a Hillandale Farms, nos EUA, e a Hevo, na Espanha, produz 13 bilhões de ovos comerciais e 500 milhões de ovos férteis por ano. O faturamento chegou a US$ 2 bilhões em 2024, com projeção de US$ 2,5 bilhões para 2025. A compra da Hillandale foi concluída em maio deste ano por US$ 1,1 bilhão. A Hevo foi adquirida em novembro de 2024 por 120 milhões de euros.

“Hoje, 80% da minha receita está fora do Brasil – e em dólar”, afirma. Faria não tem sócios, embora já tenha considerado um IPO. Sua operação em avicultura vale US$ 4 bilhões, sem contar a Insolo, produtora de grãos e terras no Maranhão, em Tocantins e no Piauí, avaliada em US$ 1,6 bilhão. “Nossa alavancagem é menor que uma vez o Ebtida”, diz. Faria define sua trajetória como linear e baseada em cultura, estratégia, estrutura e execução, que ele desdobra entre gestão de talentos e capacidade de realização. Engenheiro-agrônomo, começou em 1997, aos 16 anos, com uma lavanderia no Sul. Dez anos depois, montou a primeira granja, quando um cliente da lavanderia buscava um parceiro em ovos férteis. A produção de ovos comerciais começou em 2018. No Brasil, ele mantém 34 unidades e 2.700 funcionários. Em 2024, entrou na lista de bilionários da Forbes, com fortuna avaliada em R$ 17,45 bilhões.

Silvia Massruhá (57)

EMBRAPA/VINÍCIUS KUROMOTO

Silvia Massruhá

No dia 1º de maio de 2023, a doutora em computação aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Silvia Massruhá assumiu a presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ela foi a primeira mulher nesse cargo desde 1973, ano de nascimento da entidade. A mineira Silvia está na Embrapa desde 1989. Foi chefe-geral da unidade Agricultura Digital entre julho de 2015 e janeiro de 2022. Também coordenou cerca de 100 publicações técnico-científicas e o desenvolvimento de aproximadamente 25 softwares nas áreas de sistemas especialistas, lógica nebulosa, aprendizado de máquina, mineração de dados e diagnóstico vegetal. Ela é especialista em inteligência artificial aplicada à agropecuária e já liderou vários projetos de desenvolvimento de softwares e sistemas.

Caio Penido (52)

DIVULGAÇÃO

Caio Penido

Caio Penido, do Grupo Sou e Agro Penido, atua no campo, no audiovisual e na hospitalidade. É um dos principais nomes da pecuária no Brasil, com forte atuação no Vale do Araguaia (MT), onde é referência em integração lavoura-pecuária (ILP) e conservação ambiental. Penido também é presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), onde lidera o programa Passaporte Verde, visando certificar os produtos locais e que já foi apresentado em eventos como a COP27 no Egito e a SIAL de Shanghai. No entanto, um de seus feitos mais conhecidos é ter criado lá atrás a Liga do Araguaia, movimento pioneiro na promoção da pecuária de baixo carbono e que se tornou uma entidade há 11 anos. A Liga abarca 60 fazendas em 11 municípios e já implantou diversos projetos, como Araguaia Sustentável, Carbono Araguaia e Conserv no Araguaia.

Gabriel Garcia Cid (50)

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Gabriel Garcia Cid

Gabriel é presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a mais importante entidade de pecuária bovina do país. São cerca de 20 mil criadores de raças como nelore, gir, guzerá, tabapuã e brahman, entre outras. Criador de gado no Paraná, segue os passos do avô Celso Garcia Cid, pioneiro ao importar gado vivo da Índia, no início dos anos 1960. Gabriel está na linha de frente do trabalho de melhoramento genético das fazendas desde os 18 anos. Na ABCZ, antes de assumir a presidência, em 2023, ocupou duas diretorias desde 2016: a de tecnologia da informação e a técnica. Um de seus legados foi o comando da criação da Frente das Associações de Bovinos do Brasil, hoje com 21 associações que registram os animais. Também já foi presidente da Associação dos Neloristas do Paraná (Anel) e diretor por dois mandatos da Associação Brasileira dos Criadores de Nelore (ACNB).

Cíntia Ticianeli (50)

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Cíntia Ticianeli

Na sua agenda apertada, é de São Raimundo das Mangabeiras (MA) que a economista Cíntia Cristina Ticianeli exerce seu papel de sócia e CFO na Agro Serra Industrial, produtora de bioenergia, etanol e açúcar. Essa é apenas parte de suas tarefas. Ela iniciou sua caminhada em 1994 como trainee na Ernst & Young. Entre 2011 e 2022, foi presidente do Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool do Maranhão e do Pará – hoje é diretora de relações institucionais. Liderança na região, Cíntia também é chamada para vários outros papéis, em entidades como as federações das indústrias em São Paulo e no Maranhão, a câmara de produtores na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e no conselho na União dos Produtores de Cana de Açúcar do Oeste Paulista (Udop). (VO)

Arquitetura, design e moda

Hugo França (70)

VICTOR AFFARO

Hugo França

Hugo França é reconhecido por transformar resíduos florestais em esculturas-mobiliárias de grande impacto visual e simbólico. Radicado em Trancoso (BA) desde os anos 1980, o designer gaúcho desenvolveu uma abordagem única ao trabalhar com madeiras descartadas, como o pequi-vinagreiro e a braúna, criando peças que preservam as formas orgânicas da natureza. Seu trabalho une arte, funcionalidade e consciência ambiental, resultando em mais de 4 mil obras, muitas delas integradas a acervos de museus e espaços públicos, como o Inhotim, em Minas Gerais. Além de seu ateliê em Trancoso, onde inaugurou uma galeria de arte em 2021, França mantém espaços em São Paulo e Louveira, promovendo a sustentabilidade e a educação ambiental por meio de oficinas e projetos que valorizam o reaproveitamento da madeira e a conexão entre arte e natureza.

Neste segundo semestre, o artista vive um momento especialmente significativo, com uma programação intensa de exposições e lançamentos. No início de novembro, Hugo lança um livro realizado pela Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro, escrito por Paulo Herkenhoff, marcando a concretização de um projeto há muito tempo almejado. O lançamento será antecedido por uma grande exposição individual na própria FGV-Rio, no início de agosto. Em setembro, ele apresenta uma nova mostra na Bolsa de Arte, em Porto Alegre, ao lado do renomado fotógrafo alemão Tom Fecht – juntos, dividem o espaço em uma exposição mais intimista. Ainda em setembro, no dia 14, Hugo participa da ArtRio.

Mônica Sampaio (56)

DIVULGAÇÃO

Mônica Sampaio

Natural de São Félix, no Recôncavo Baiano, ela construiu sua carreira na engenharia elétrica, enfrentando o machismo e o racismo até se tornar uma das primeiras mulheres pretas na equipe de engenharia da Varig e, mais tarde, chefe do departamento de engenharia do exército brasileiro. Aos 45 anos, transformou sua antiga paixão por moda em profissão ao fundar, em 2017, a marca Santa Resistência. No ano seguinte, foi selecionada para o edital Sebrae Moda Afro, voltado ao afroempreendedorismo. Em 2019, cofundou o Afrocriadores (hoje FabrikAfro), primeiro coletivo de moda preta do Rio, com loja em Ipanema. Em 2021, estreou no São Paulo Fashion Week com a Santa Resistência. Após três edições, a marca entrou para o line-up oficial do SPFW.

Alex Hanazaki (50)

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Alex Hanazaki

Um dos principais nomes do paisagismo contemporâneo no Brasil, Alex Hanazaki é arquiteto, urbanista e fundador do premiado escritório que leva seu nome. Desde 1999, desenvolve projetos que unem natureza, arte e urbanidade com precisão e sofisticação. Reconhecido internacionalmente por sua estética autoral e pelo uso inovador de materiais naturais, Hanazaki já foi laureado por instituições como a American Society of Landscape Architects (ASLA) e a Society of Garden Design (Londres). À frente de uma equipe multidisciplinar, transforma jardins, espaços públicos e empreendimentos em verdadeiros refúgios urbanos, sempre com foco em sustentabilidade, excelência técnica e impacto sensorial. Para ele, ser produtivo aos 50 é unir experiência, escuta e sensibilidade. “O tempo voa, mas a paixão por transformar espaços permanece.”

Reinaldo Lourenço (63)

VICTOR AFFARO

Reinaldo Loureço

Com mais de quatro décadas dedicadas à moda brasileira, Reinaldo Lourenço segue em plena criação. Aos 63 anos, o estilista inaugurou um novo capítulo de sua trajetória com a abertura de um ateliê sob medida em Pinheiros, em São Paulo – um espaço pensado para oferecer uma experiência intimista, onde seu olhar apurado para o contemporâneo se encontra com a alfaiataria impecável e a feminilidade sofisticada que marcam seu DNA. “Estou sempre em busca do que vem pela frente. Deixar de fazer o que já foi feito e refazer de uma nova forma”, diz. “A maturidade me trouxe calma. Hoje olho para as coisas com mais precisão e dou mais valor ao que estou fazendo. Como tenho essa necessidade constante de criar e produzir, eu simplesmente não sinto a idade. Sinceramente, acho que vou continuar assim até os 90.”

Fernanda Marques (60)

VICTOR AFFARO

Fernanda Marques

Com 35 anos de trajetória, Fernanda Marques é um dos grandes nomes da arquitetura brasileira no cenário global. À frente de um escritório multidisciplinar que une arquitetura, interiores e design de produto, suas criações seguem uma linguagem limpa, sofisticada e atemporal. Com base em São Paulo, assina projetos no Brasil, EUA e Europa, que vão de casas em Malibu e Lisboa a showrooms para marcas como Zegna e L’Occitane. Em 2025, tornou-se a primeira arquiteta brasileira jurada do iF Design Award. “Ao longo da vida, construí um repertório que hoje me permite criar com mais segurança, mas sem jamais abrir mão da curiosidade e da escuta atenta ao novo. Ser produtiva após os 50 é, para mim, uma combinação entre disciplina e liberdade criativa.” (SP)

Artes plásticas e literatura

Lidia Lisbôa (55)

FILIPE BERNDT

Lidia Lisbôa

A artista paranaense radicada em São Paulo tece sua obra com a força das memórias, da ancestralidade e da resistência, construindo pontes entre o passado e o presente por meio de linguagens híbridas – performance, vídeo, fotografia, instalação e desenho. “Eu sou artista desde que me entendo por gente”, diz Lidia com a sinceridade de quem carrega um chamado profundo. Materiais como tecidos, resinas, barro, cordas e elementos orgânicos são para ela muito mais que matéria-prima. Entre esses símbolos, os cupinzeiros (esculturas de barro que lembram a morada dos cupins), tão comuns na zona rural, ocupam um lugar especial. “Faço cupinzeiros desde 1996, antes mesmo de saber o que eles representavam. Para mim, são a expressão da força coletiva, da perseverança da natureza e da nossa conexão íntima com a terra. Eles falam de trabalho, de construção conjunta, da resistência silenciosa que nos mantém vivos.”

Desde sua primeira exposição individual, em 1997, no Goethe-Institut São Paulo, suas obras foram apresentadas em instituições renomadas, incluindo o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e o Museu Afro Brasil. Representada pela galeria Almeida & Dale, teve obras apresentadas em galerias e centros culturais nos Estados Unidos, no Japão, na França e na China. Lidia sabe que seu nome virou referência, mas se recusa a deixar subir à cabeça: “Essa responsabilidade é grande, sim, mas meu trabalho é o que me guia. Continuo criando com paixão, respeito e autenticidade.”

Rosana Paulino (58)

GABRIELA PORTILHO/ THE NEW YORK TIMES

Rosana Paulino

Rosana é uma artista visual, pesquisadora e educadora cuja obra se destaca pela profunda imersão nas memórias da população negra no Brasil. Seu trabalho percorre diversas linguagens – gravura, instalação, colagem e o que ela denomina suturas: costuras simbólicas que entrelaçam fotografias históricas para reconstruir e denunciar a escravidão. “Cada meio responde a uma questão diferente. Uso as suturas para falar das cicatrizes deixadas por um passado que o país ainda tenta ocultar.” Primeira mulher negra a expor individualmente na Pinacoteca de São Paulo, a artista, representada pela galeria Mendes Wood DM, tem obras em acervos de instituições como MAM-SP, Masp, Museu Afro Brasil, Malba (Buenos Aires) e University of New Mexico Art Museum (EUA).

Anna Maria Maiolino (83)

EVERTON BALLARDIN

Anna Maria Maiolino

A artista calabresa – nascida na Itália, criada na Venezuela e radicada no Brasil desde 1960 – é um dos nomes mais celebrados da arte contemporânea brasileira. “Desde tenra idade, escolhi ser artista e me dediquei de corpo, alma e desejos à minha arte por 65 anos. Foi fantástico encontrar um país com uma arte tão poderosa, que me permitiu desenvolver minha linguagem.” No final dos anos 1960, ela foi um dos principais nomes do movimento artístico Nova Objetividade e passou a construir uma obra cercada por temas como memória, cotidiano e a transformação constante da linguagem. Com passagens marcantes por instituições internacionais e presença em grandes bienais, Maiolino foi consagrada com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 2024. Sobre sua atual exposição no Musée Picasso, em Paris, reflete: “Chegar aqui como artista brasileira me deixa realizada”.

Giovana Madalosso (50)

RENATO PARADA

Giovana Madalosso

Na semana do seu aniversário de 50 anos, em junho, a autora curitibana publicou Batida Só (editora Todavia), seu quinto livro e terceiro romance, que vai levar à Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho. Com personagens que desafiam estereótipos, a colunista da Folha de S.Paulo se firmou como uma importante voz literária do feminismo e da maternidade. “Desde criança, queria ser escritora, mas nunca imaginei que a minha literatura atingiria tanta gente”, diz a vencedora do Prêmio Manuel de Boaventura, de Portugal. Giovana tem livros publicados na Europa, nos EUA e na América do Sul. Seu romance Suíte Tóquio (2020) foi indicado pelo The New York Times. “Me dá muita alegria levar um outro Brasil para o imaginário estrangeiro – um Brasil mais contemporâneo, mais urbano, mas ainda com sua desigualdade.”

Daniel Munduruku (61)

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Daniel Munduruku

Talvez você o reconheça como o pajé Jurucê da novela Terra e Paixão (Globo, 2023–2024), de Walcyr Carrasco, mas, muito antes disso, o escritor Daniel Munduruku já havia aberto seu caminho no território das letras. Pós-doutor em linguística pela Universidade Federal de São Carlos, ele tem mais livros do que anos de vida: 67 obras publicadas em português, boa parte destinada ao público infantojuvenil. O autor indígena paraense do povo Munduruku dedicou sua vida a ampliar a visão dos jovens a respeito dos povos originários. “Uso a literatura como uma ferramenta para aproximar mundos, sem os preconceitos e sem os equívocos historicamente associados a nós”, diz o escritor, que hoje preside o Instituto Uk’a, que, entre outras frentes, funciona como selo editorial especializado na temática indígena. (CM)

Ciências, educação e terceiro setor

Roberto Kalil Filho (66)

VICTOR AFFARO

Roberto Kalil Filho

Considerado um dos melhores cardiologistas do Brasil (se não o melhor), Roberto Kalil costuma trabalhar seis dias por semana das 8h30 à meia-noite – e, se for chamado, corre ao encontro de seus pacientes independentemente da hora que for, de onde estiver e do que estiver fazendo (isso, aliás, ocorreu na hora de nossa entrevista). Trata todos da mesma maneira: presidentes, empresários, artistas – ou pessoas comuns. “Status, poder e fama ficam da porta para fora”, gosta de dizer. Tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram. Kalil formou-se em medicina pela Universidade de Santo Amaro (Unisa), fez residência em clínica médica no Hospital das Clínicas da USP e em cardiologia no Instituto do Coração (InCor-HCFMUSP).

Em seguida, pavimentou sua carreira acadêmica com um pós-doutorado na renomada Johns Hopkins University (EUA) e contribuiu para o uso da ressonância magnética cardíaca no Brasil. Livre-docente, desde 2011 é professor titular de cardiologia da Faculdade de Medicina da USP. Criou e dirige o Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Há 10 anos, é presidente do conselho diretor do InCor – que, nos últimos cinco anos, foi considerado pela revista Newsweek o melhor hospital cardiológico da América Latina e o 18º no mundo. É coautor do livro Medicina Cardiovascular – Reduzindo o Impacto das Doenças, referência bibliográfica da SBC, e autor de publicações acadêmicas nacionais e internacionais. “Comecei em um consultório mínimo, de 30 metros quadrados, que aluguei em frente ao Sírio junto com um amigo. Nem secretária eu tinha – e atendia só um paciente por semana.”

Christian Dunker (59)

MAURO FIGA

Christian Dunker

Fenômeno nas redes sociais, o psicólogo Christian Ingo Lenz Dunker jamais imaginou que suas leituras do psicanalista Jacques Lacan o levariam tão longe. A princípio, a ideia era alternar docência universitária, grupos de estudos e prática clínica, e assim foi até o início dos anos 2000, quando retornou a São Paulo após terminar o pós-doutorado na Inglaterra. Foi quando sentiu que algo estava faltando. Vieram as intervenções fora da universidade, que geraram colunas em jornais, revistas e online, e os livros. Tudo isso se multiplicou em participações na TV e em seus canais próprios nas redes sociais. “E isso foi mudando a minha prática, tanto a docente quanto a como psicanalista. Quando a gente sai dos lugares em que está acostumado, encontramos outras línguas, outras formas de sofrimento, outras maneiras de praticar a escuta.”

Vanderlei Bagnato (66)

VICTOR AFFARO

Vanderlei Bagnato

O poder da luz já surpreendeu muitas vezes Vanderlei Salvador Bagnato. Afinal, são mais de 40 anos usando-a para investigar como os átomos interagem, como as moléculas conversam. “Cursei física na USP e engenharia de materiais na UFSCar simultaneamente. Ali ficou claro para mim que só faz boa aplicação quem sabe fundamentos.” Referência mundial em biofotônica, física atômica e engenharia biomédica, o são-carlense buscou em suas pesquisas com laser contribuir para o tratamento de doenças como fibromialgia e certos tipos de câncer. Tornou-se membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Medicina, professor visitante no MIT, colaborador da Texas A&M University, diretor do Instituto de Física de São Carlos e é o único brasileiro a integrar a Academia de Ciências do Vaticano, a mais antiga do mundo. “Um cientista não pode estar cansado de ser útil.”

Jurema Werneck (63)

JOÃO LAET/ANISTIA INTERNACIONAL BRASIL

Jurema Werneck

Nascida no Morro dos Cabritos, entre Copacabana e a Lagoa Rodrigo de Freitas, e criada na Ilha do Governador, Jurema Pinto Werneck formou-se pela Universidade Federal Fluminense (UFF), virou médica e ativista, lançou livros e foi cocriadora, em 1992, da ONG Criola, que atua na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras, além de pesquisas e monitoramento de políticas públicas. “Políticas públicas são uma forma necessária para repartir a riqueza gerada pelo trabalho. É através delas que se pode corrigir desigualdades.” Foi ampliando o alcance de seu trabalho até ser convidada, em 2017, para ser diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil e, depois, a se tornar membro do conselho do Global Fund for Women. “O que mais me orgulha é não ter feito nada sozinha. Sempre houve coletivos de mais velhas e mais novas, sempre houve a herança que recebemos de nossas antepassadas.”

Ruy Carlos Tone (58)

VICTOR AFFARO

Ruy Carlos Tone

O destino estava traçado para Ruy Tone: herdar a empresa de engenharia fundada pelo pai em São Paulo. Mas ele queria mesmo era conhecer o mundo. Resolveu unir responsabilidade, tocando o negócio, e desejo, criando uma agência de viagens. Em uma das idas à África, deparou-se com um novo conceito de hotelaria de luxo, ecológica e com viés social. Era isso! “Escolhi a Amazônia, a região brasileira que mais habita o imaginário de qualquer pessoa que pense em natureza.” Assim nasceu o Mirante do Gavião, às margens do Rio Negro. “É um modelo de pequena empresa com viés social, entregando serviços e estadia de primeira linha, motivando orgulho e trabalho para a cidade e gerando caixa para financiar projetos socioambientais.” Um deles é o Projeto Educação Ribeirinha, que pretende construir ou reformar escolas de ensino fundamental nas 50 comunidades ribeirinhas de Novo Airão. (DS)

Cinema, teatro e televisão

Walter Salles (69)

KARINA CHANCEY

Walter Salles

Em março deste ano, multidões de brasileiros aglomeraram-se em praças, em bares ou no sofá de suas casas. Parecia Copa do Mundo, mas a torcida agora era pelo filme Ainda Estou Aqui no Oscar. A obra dirigida por Walter Salles rendeu indicações de Melhor Filme, Melhor Atriz (para Fernanda Torres) e Melhor Filme Internacional. Conquistou esta última, tornando-se o primeiro longa brasileiro a vencer nessa categoria. Salles ganhou projeção mundial com Central do Brasil (1998), protagonizado por Fernanda Montenegro, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e ao de Melhor Atriz. O carioca, que ficou conhecido pelo olhar sensível sobre histórias de cunho político e social, recebeu o prêmio Robert Bresson pelo conjunto da obra no Festival de Veneza de 2009.

Em 2020, ganhou o prêmio Fiaf, da Federação Internacional de Arquivos de Filmes, mais importante rede internacional de cinematecas e arquivos de filmes do mundo, pelo seu trabalho em prol da memória cinematográfica brasileira. Seus primeiros documentários, Krajcberg, o Poeta dos Vestígios (1986) e Socorro Nobre (1995), já colheram louros em festivais. Terra Estrangeira (1995), codirigido por Daniela Thomas, foi selecionado para o Festival de San Sebastián e saiu vencedor do prêmio de público no Rencontres de Cinéma de Paris. Diários de Motocicleta (2004) foi ganhador de mais de 20 prêmios internacionais, entre eles o Bafta de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Trilha Sonora, o prêmio da Associação de Críticos de Londres, o prêmio do público no Festival de San Sebastián e o Oscar de Melhor Música Original.

Zezé Motta (80)

WAGNER LOIOLA

Zezé Motta

Uma das maiores atrizes do Brasil trabalha desde os 12 anos. Zezé Motta ajudou a mãe no ateliê de costura, trabalhou em laboratório, embalou xaropes sem nunca deixar de estudar. Formou-se em contabilidade e atriz pelo Teatro Tablado. Cantou na noite e em 1967 estreou na peça Roda Viva. Fez dezenas de novelas, mas tudo mudou em 1976. Ao protagonizar o filme Xica da Silva, atraiu mais de 3 milhões de pessoas aos cinemas. Em 2019, recebeu um Grande Otelo Honorário. Aos 80 anos, ela acaba de gravar dois novos filmes, está em cartaz com uma peça que celebra sua carreira, grava uma série para a televisão e um disco inédito. “Me sinto privilegiada. Sei que o espaço que conquistei, a casa que tenho, os trabalhos, isso tudo é algo que eu batalhei para ter, mas é fora do comum para uma mulher preta de 80 anos.”

Débora Bloch (62)

FERNANDO YOUNG

Débora Bloch

De tanto acompanhar o pai, o ator Jonas Bloch, nos palcos, Débora se encantou com a carreira. No ar com o remake de Vale Tudo, ela interpreta Odete Roitman. Antes disso, despontou com os longas Bete Balanço e Noites do Sertão (1984), além de ter protagonizado papéis de humor, como em TV Pirata (1987) e Os Normais (2001). Com a peça Fica Comigo Esta Noite (1990), chegou a ficar cinco anos em cartaz. De 2019 a 2021, protagonizou Segunda Chamada, além de Mar do Sertão e Rancho Fundo. Entre os prêmios, estão o Kikito de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Gramado, quatro Prêmios APCA, um Troféu Imprensa, um Shell e dois Qualidade Brasil. Recebeu uma indicação ao Grande Otelo. “Me surpreendeu o fato de a maturidade ser melhor do que a juventude. Gosto mais de quem eu sou hoje.” Depois da novela, ela quer voltar ao teatro e tem “o sonho de fazer um bom filme”.

Mônica Martelli (57)

DANIELA TOVIANSKY

Mônica Martelli

Mônica não tem medo de envelhecer. “Só temo envelhecer afastada de quem sou. De ser silenciada, porque a mulher velha é desrespeitada na nossa sociedade.” Mas o tempo só parece lhe fazer bem. Engravidou após os 40, encontrou amor depois dos 50 e com 36 anos fez seu primeiro sucesso nos palcos. O destaque nacional veio com o monólogo Os Homens São de Marte… e É pra Lá que Eu Vou, que lhe rendeu indicações ao Prêmio Shell de Melhor Atriz (2005) e foi adaptado para o cinema em 2014 (filme nacional mais assistido daquele ano e vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2015). Na TV, integrou o elenco de programas como Chico Total e Saia Justa (GNT). Hoje está em turnê com a peça Minha Vida em Marte. Se pudesse dar um conselho à Mônica de 20 anos, ela diria: “Ouça a sua intuição! A insegurança nos faz ouvir gente que não deveria”.

Antônio Pitanga (86)

ADERI COSTA

Antônio Pitanga

Questionado sobre sua relação com o tempo, ele cita Vinicius de Moraes: “Morro ontem e nasço amanhã”. Para Pitanga, o tempo acompanha seu movimento. “Não tenho tempo de pensar nisso, jogo bola três vezes por semana.” Um dos principais nomes do Cinema Novo, ele reflete: “O tempo me trouxe indignação diante de um mundo onde muitos têm pouco e poucos têm muito”. Nos anos 1950, ele foi entregador de telegramas, mas logo se apaixonou pela atuação. Interpretou mais de 50 filmes, como O Pagador de Promessas (1962) e Zuzu Angel (2006), e mais de 30 novelas e séries na televisão. Entre elas, O Clone (2001) e Vale Tudo (2025). Pitanga dirigiu o longa Na Boca do Mundo (1979), considerado um marco no cinema negro brasileiro. Sobre novos projetos: “Meu corpo já está moldado para interpretar um rei Lear, de Shakespeare, ao lado de Rocco e Camila”, diz, citando os filhos atores. (KL)

Empreendedores, empresários e executivos

Antônio Carlos Pipponzi (72)

MARCUS STEINMEYER

Antônio Carlos Pipponzi

Engenheiro, Pipponzi foi CEO da Droga Raia por 35 anos e conduziu a fusão com a Drogasil em 2012, que criou a Raia Drogasil (atualmente, RD Saúde). A empresa é a maior rede de farmácias do Brasil, com cerca de 3.250 pontos de venda e faturamento de R$ 38,87 bilhões em 2024. Ele presidiu o conselho de administração até 2024 e atualmente é conselheiro. Após deixar os cargos executivos, criou o Instituto ACP (suas iniciais), que incentiva o empreendedorismo e o desenvolvimento institucional. “Apoiamos entidades do terceiro setor na revisão da estratégia e na comunicação, entre outros, de modo a facilitar a captação de recursos”, diz.

O afastamento dos cargos executivos da RD Saúde diminuiu seu ritmo – mas não muito. Segue muito influente no setor, sendo membro do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, do colunista da Forbes Flávio Rocha, e ainda gosta de acompanhar o processo de expansão da empresa. Pipponzi foi um dos criadores de um centro de carreira na Escola Politécnica da USP, onde se formou. “O centro busca desenvolver habilidades além da engenharia nos alunos, pois a maioria tem muita dificuldade em temas como liderança, gestão de pessoas e fazer apresentações.” Recentemente, tem se concentrado em atividades de mentoria. “Gosto de poder aconselhar empreendedores mais jovens”, diz ele. “Escolhi seguir um caminho de usar minha experiência a favor da sociedade.”

David Feffer (68)

DIVULGAÇÃO

David Feffer

Diretor-presidente da Suzano Holding desde 2003, David transformou a empresa de venda de papel fundada em 1924 por seu avô Leon em uma corporação global, uma das maiores do mundo. Sua tacada mais recente foi a joint-venture de US$ 3,4 bilhões entre a Suzano e a Kimberly-Clark, anunciada no início de junho de 2025. A nova empresa já nasce gigante: terá 22 fábricas em 14 países das Américas, Europa, Oriente Médio, África e Ásia, capacidade de processar 1 milhão de toneladas de celulose por ano, com faturamento de US$ 3,3 bilhões no ano passado. A joint-venture unirá a capacidade de processamento das unidades da Kimberly-Clark com a produção de celulose da Suzano, a mais competitiva do mundo no uso do eucalipto de fibra curta, tecnologia desenvolvida por Leon e aperfeiçoada por Max, pai de David.

Dafna Blaschkauer (50)

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Dafna Blaschkauer

Esportista, executiva, empreendedora, escritora, educadora. É difícil limitar Dafna Blaschkauer em uma única categoria. Tricampeã paulista e campeã brasileira de tênis antes dos 20 anos, graduada em administração pela Universidade de São Paulo, ela foi a primeira diretora de vendas da Apple no Brasil e a primeira brasileira a assumir uma diretoria da Nike. É autora do livro Power Skills, que chegou à 9ª edição, e professora de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas. Após a carreira executiva, Blaschkauer decidiu empreender e fundou a SuperJump, um ecossistema voltado para a educação corporativa e executiva. “Procuramos congregar os apaixonados por multiplicar conhecimento e por desenvolver habilidades de liderança”, diz ela. “O líder é o estagiário que nunca parou de estudar.”

Francisco Gomes Neto (67)

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Francisco Gomes Neto

CEO da Embraer desde 2021, o engenheiro paulistano Gomes Neto nasceu na Liberdade e cresceu na Zona Leste do município. Presidiu a empresa de autopeças Marcopolo antes de se juntar à Embraer em 2019. O momento era desafiador. A empresa enfrentava a queda na demanda devido à pandemia e tinha de resolver uma fusão com a americana Boeing que não havia dado certo. Em 2025, a Embraer está no melhor momento. Com cerca de US$ 21 bilhões em pedidos em carteira, está ampliando sua atuação na aviação de defesa em mercados estratégicos como Portugal e Índia. “Os resultados têm sido memoráveis, com crescimento em todas as unidades de negócios”, diz ele. “Neste ano, esperamos superar as questões geopolíticas e tarifárias que se apresentam e continuar crescendo, com resultados ainda melhores do que em 2024.”

Paulo Bilyk (61)

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Paulo Bilyk

Administrador público pela Fundação Getulio Vargas e mestre pela Fletcher School, Paulo Bilyk é fundador, CEO e CIO da empresa de gestão de recursos Rio Bravo Investimentos. A companhia foi fundada no início do ano 2000 por Bilyk, Luís Claudio Garcia de Souza e o ex-presidente do Banco Central (BC) Gustavo Franco. A gestora tem atualmente cerca de R$ 13 bilhões em ativos sob gestão, distribuídos em 40 fundos, e atende cerca de 200 mil cotistas. A Rio Bravo foi pioneira no desenvolvimento de ativos financeiros com base imobiliária, como Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). Bilyk tem uma longa trajetória no setor privado. Após se graduar, iniciou sua trajetória na área de operações internacionais da Itautec Informática. (CG)

Esportes

Jaqueline Silva (72)

CHICO CERCHIARO

Jaqueline Silva

Jaqueline virou Jackie nos Estados Unidos, quando o vôlei de praia ainda era um território a ser desbravado. Antes das medalhas, ela já ajudava a construir, com ousadia e paixão, o caminho de um esporte que hoje é sucesso mundial. “Os atletas eram os dirigentes. Jovens apaixonados, criando com coragem, sem cartolas para ditar regras”, relembra. Em Atlanta-1996, Jackie e Sandra Pires escreveram um capítulo inédito: foram as primeiras mulheres brasileiras a conquistar um ouro olímpico, na estreia do vôlei de praia nos Jogos. O feito a consagrou como a Rainha da Praia. “Ser banida por me posicionar pela igualdade no vôlei feminino doeu. Voltar e vencer foi um final feliz. Espero ter sido o ‘basta’.”

Aos 63 anos, ela segue abrindo caminhos. Coordena o Jackie Volleyball Club, atua como técnica e palestrante e trabalha com marketing esportivo. Mas sua missão mais transformadora é o projeto Atletas Inteligentes, que leva o vôlei a escolas públicas como ferramenta de inclusão e autoestima. “O esporte muda vidas. Estimula o cérebro, melhora a concentração e dá confiança.” O projeto já impactou milhares de jovens e lhe rendeu o reconhecimento da UNESCO, ao lado de lendas como Pelé e Schumacher. “É uma honra e uma responsabilidade. O esporte é um canal de empoderamento.” Hoje, Jackie inspira novas gerações. “Quero que crianças e jovens acreditem em si mesmos.” E, para as meninas que sonham com o esporte, o recado é claro: “Sejam fortes. Lutem pelo seu espaço. Não há um único lugar para as mulheres, há o lugar de quem faz melhor.”

Gustavo Borges (52)

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Gustavo Borges

Com quatro medalhas olímpicas e membro do Hall da Fama da Natação, Gustavo Borges fez da disciplina e da consistência um estilo de vida. Fora das piscinas, mergulhou com a mesma intensidade no empreendedorismo e hoje lidera um ecossistema com mais de 400 academias e 250 mil alunos por ano. Atua ainda como investidor, palestrante e referência em educação, saúde e desenvolvimento pessoal. Sua missão é “transformar vidas por meio do esporte, da educação e da saúde”. Em suas redes e palestras, compartilha vivências e aprendizados que inspiram pessoas a acreditar no próprio potencial, a enfrentar desafios com coragem e a construir uma jornada consistente, dentro e fora da água. “Meu maior legado vai além das medalhas. É inspirar pessoas a mergulharem em si mesmas com confiança e propósito.”

Fernando Meligeni (54)

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Fernando Meligeni

Ele transformou uma carreira marcada pela entrega e pela superação em um legado dentro e fora do esporte. Campeão pan-americano, semifinalista em Roland Garros e nos Jogos Olímpicos de Atlanta, ele chegou a ser número 25 do mundo e é considerado um dos grandes nomes do tênis brasileiro. Hoje atua como comentarista da ESPN, como palestrante e escritor. “Minha maior motivação é deixar um legado, informar, inspirar e mostrar que dá para fazer as coisas do jeito certo”, diz. Seu livro mais recente, com lembranças da relação com o pai, foi escrito como terapia e homenagem. “Ele me ensinou o valor da renúncia, do caráter e da entrega verdadeira.” “Fininho” segue sendo um competidor, agora na missão de fortalecer o tênis no Brasil e ampliar o respeito ao esporte: “O tênis me ensinou que ninguém pode dizer até onde você pode chegar.”

Ádria Santos (50)

CPB

Ádria Santos

Maior medalhista paralímpica feminina do Brasil, Ádria conquistou 13 medalhas no atletismo – sendo quatro de ouro, oito de prata e uma de bronze – até se despedir das pistas em 2013. Cega desde 1994 por uma doença degenerativa, enfrentou um difícil processo de transição após a aposentadoria, marcado por depressão e síndrome do pânico. Encontrou no esporte, mais uma vez, seu ponto de recomeço. Formou-se em educação física e fundou o Instituto Ádria Santos, que já atendeu mais de 350 crianças em Joinville (SC) e que completa três anos em 2025. Aos 50, trocou a velocidade pelas quadras e hoje joga goalball pela Associação Joinvilense para Integração dos Deficientes Visuais, com foco nos Jogos Parajasc, em setembro. “O esporte é a minha vida. Abriu portas, me transformou e agora me dá a chance de transformar outras pessoas.”

Seijun Maedo (97)

GUSTAVO ALVES/CBAT

Seijun Maedo

Nascido em Okinawa, no Japão, e radicado no Brasil desde 1958, Maedo começou a correr aos 45 anos para combater uma bronquite asmática. Mais de cinco décadas depois, segue em plena atividade e como um dos atletas mais longevos do país. Com mais de 900 medalhas conquistadas, destacou-se em provas de 400m, 1.500m, 5.000m e, especialmente, de 10.000m, sua preferida. Mesmo após ser impedido de competir nessa distância oficialmente, segue treinando os 10.000m toda semana, por prazer e desafio pessoal.

Em 2024, conquistou três ouros na Taça Brasil Master Loterias Caixa, e já se prepara para a próxima disputa, em agosto. Maedo sai de casa todos os dias, treina sozinho, faz massagens – sua profissão – e adora dançar e viajar. “O que me faz feliz é encontrar amigos e familiares”, afirma. Seu segredo? Peixe, verduras, movimento diário e uma vontade genuína de continuar vivendo intensamente. (DGI)

Finanças

Florian Bartunek (56)

MARCUS STEINMEYER

Florian Bartunek

Bartunek é um sinônimo de gestão de recursos no Brasil. Administrador de empresas pela PUC do Rio, começou a trabalhar no mercado no extinto Banco Nacional em 1989. Em 1990, ingressou no então banco Pactual (atual BTG Pactual) como analista, gerindo os fundos Infinity (um dos offshore mais rentáveis do mundo entre 1991 e 1996) e Andromeda (líder em rentabilidade por três anos consecutivos). Em 1998, foi um dos criadores da Utor Asset Management, gerindo recursos dos ex-controladores do Banco Garantia – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A Utor foi reorganizada em 2002 e passou a se chamar Constellation Investimentos. Atualmente, tem cerca de R$ 4 bilhões em ativos sob gestão. O Fundo Constellation Institucional FIC FIA é um dos maiores no Brasil, com cerca de 20 mil cotistas e R$ 1 bilhão de patrimônio líquido.

Para ele, a tarefa de gerir recursos é mais desafiadora atualmente do que no início de sua carreira. “O gestor tem mais instrumentos à disposição: derivativos, situações especiais, ativos estressados, entre outros”, afirma. “E, se o Brasil desfruta de mais estabilidade macroeconômica, há mais instabilidade na microeconomia, com mudanças de paradigma e empresas disruptivas surgindo sem avisar.” Bartunek é professor do Insper, diretor internacional da Anbima, conselheiro da Fundação Lemann, da Fundação Estudar e do Masp, além de coautor da série Fora da Curva. Sua recomendação para a escolha de uma ação? “A empresa tem de tratar bem o cliente e não pode ser alavancada.”

Marcelo Marangon (54)

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Marcelo Marangon

Presidente do Citi no Brasil, Marangon comandou a retomada da lucratividade do banco por aqui. Administrador de empresas pela PUC e com MBA em finanças pelo Ibmec/Insper de São Paulo, ele ingressou no banco como trainee em 1993. Passou pelo HSBC e pelo Itaú BBA entre 2008 e 2012, tendo retornado ao Citi em 2013. Foi nomeado country officer no Brasil em setembro de 2017. Em 2024, o banco lucrou R$ 2,3 bilhões, a margem financeira cresceu 38,7% para R$ 6,8 bilhões e o total de ativos chegou a R$ 226 bilhões. Sob sua liderança, o Brasil se tornou a terceira maior franquia do Citi fora dos hubs globais, atrás dos EUA e do Reino Unido, em nível similar à China e à Índia. “Esse resultado é reflexo direto de uma visão estratégica de longo prazo, construída ao longo de 110 anos de presença ininterrupta no país.”

Luiz Fernando Figueiredo (60)

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Luiz Fernando Figueiredo

Administrador de empresas com especialização em finanças pela Faap, Figueiredo começou no mercado na década de 1980. Passou pelas corretoras Supra e Magliano e dirigiu a tesouraria do Banco BBA, adquirido pelo Itaú Unibanco em 2001. Foi nomeado diretor de política monetária do Banco Central em 1999, onde ficou até 2002. Em 2003, após sua quarentena, fundou a Gávea Investimentos com o ex-presidente do BC Armínio Fraga. Saiu em 2005 para fundar a gestora Mauá Capital com foco em renda fixa, multimercados, ações, mercados imobiliário e de infraestrutura. Em 2022, a Mauá se fundiu com a Jive Investimentos. Figueiredo preside o conselho de administração e é um dos estrategistas da gestora, com cerca de R$ 12 bilhões sob gestão. Ex-jogador de polo aquático, é diretor da Anbima e conselheiro da Associação Parceiros da Educação.

Sylvia Brasil Coutinho (63)

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Sylvia Brasil Coutinho

Primeira mulher a assumir a presidência de um banco de investimentos no Brasil, a engenheira-agrônoma Sylvia Brasil Coutinho tem uma longa trajetória como executiva de primeiro escalão no mercado financeiro, desbravando um campo tradicionalmente masculino. Trabalhou 19 anos no Citi, no Brasil e nos Estados Unidos. Em 2003, em Nova York, mudou para o HSBC, onde passou 10 anos cuidando da gestão de recursos (asset management) e fortunas (wealth management) na América Latina. Assumiu a presidência do suíço UBS no Brasil em 2013, permanecendo até meados de 2024. Nesse período, foi promovida em julho de 2023, quando passou a dirigir as operações de toda a América Latina, após o UBS ter adquirido o Credit Suisse em uma operação definida pelo governo suíço. Atualmente, ela faz parte do conselho da Cosan.

Sigrid Guimarães (50)

LEO AVERSA

Sigrid Guimarães

Sigrid Guimarães foi executiva da área corporativa da holding das Organizações Globo por 13 anos e sócia-fundadora da Íntegra Consultoria Financeira desde 2006. É graduada em administração pela PUC-Rio, tem MBA em finanças corporativas pelo Ibmec-RJ e é planejadora financeira CFP. Em 2011, ela fundou o family office Alocc, que segue o modelo dos multifamily offices americanos. A executiva foi uma das pioneiras no Brasil na aplicação de uma filosofia de gestão de recursos que avalia as necessidades familiares e estratégicas de longo prazo em vez de apenas aplicar o dinheiro. Desvinculada de instituições financeiras e outros prestadores de serviços, a Alocc faz a gestão patrimonial de aproximadamente 350 famílias e tem cerca de R$ 10 bilhões sob gestão. Uma de suas primeiras clientes foi sua irmã, a atriz Ingrid Guimarães. (CG)

Influenciadores

Isabel Fillardis (51)

CHICO CERCHIARO

Isabel Fillardis

Com 447 mil seguidores no Instagram e uma trajetória multifacetada que atravessa a televisão, o cinema, o teatro, a música e o ativismo, Isabel Fillardis é um nome que ecoa além da arte. Desde sua estreia em Renascer, em 1993, a artista se destacou por interpretar personagens densas com autenticidade e força. Ela conquistou o público com atuações em produções como A Próxima Vítima, A Indomada, Sete Pecados e filmes como Orfeu, de Cacá Diegues, além de protagonizar espetáculos premiados, como o musical Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro. Na música, foi pioneira com o grupo As Sublimes nos anos 1990 e voltou aos palcos em 2018 com carreira solo e a turnê Refeita.

Mas é fora dos holofotes que Fillardis talvez cause o maior impacto. Fundadora de duas ONGs – Doe Seu Lixo e A Força do Bem –, a atriz atua na geração de renda a partir de resíduos sólidos e na inclusão de pessoas com deficiência, tendo contribuído para a formulação da Lei de Inclusão. Ela ocupa cadeira no conselho do Instituto Coca-Cola Brasil e é embaixadora do Pacto de Promoção da Equidade Racial. Desafia o etarismo e usa as redes para falar de saúde, maturidade e protagonismo feminino. Com sua voz firme e presença múltipla, constrói um legado que mistura arte, propósito e transformação social.

“Utilizar as redes me comunicando com a faixa etária 50+ é de uma relevância importante nos dias de hoje, em que vivemos um etarismo feminino que atinge várias áreas de trabalho. Percebo um gap de diversos assuntos, como menopausa, trabalho pós-maternidade e outros temas”, afirma Isabel.

Elma Andreani (101)

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Elma Andreani

Natural de Uberlândia (MG), Dona Elma foi criada por uma mãe viúva e, desde a infância, mostrou força e independência – cozinhando aos 7 anos, casando-se aos 15 e migrando para São Paulo, onde criou quatro filhos. Empreendedora, montou uma quitanda, costurou, fez doces e ajudou a sustentar a família com dignidade. O sucesso como influenciadora nasceu por acaso, quando sua neta começou a gravá-la cozinhando. Conquistou 100 mil seguidores no perfil @cantinhodaelma e estrelou a campanha de 110 anos da Minancora. “As pessoas não podem ficar paradas, têm que procurar uma atividade que dê prazer e diversão. Essa coisa de criadora de conteúdo nasceu de forma despretensiosa, no dia que minha neta começou a filmar enquanto eu preparava minhas receitas de cabeça. Deu muito certo.”

Consuelo Blocker (61)

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Consuelo Blocker

Com mais de 600 mil seguidores no Instagram, a filha da consultora de moda Costanza Pascolato transformou o legado familiar em algo próprio, como uma das pioneiras nas mídias sociais em moda e estilo de vida no Brasil. Desde 2010, compartilha sua visão do mundo pelo ConsueloBlog, onde fala de tendências, comportamento, viagens e cultura. Baseada em Florença, ela reflete a moda como expressão de identidade e bem-estar. Sua formação em ciência política na Brown University, as experiências no varejo e a paixão por contar histórias tornaram-se a base de uma carreira que inspira com leveza, proximidade e repertório. “Começar aos 46 anos uma carreira que me dá tanto foi sensacional. E hoje, com 61, um dos maiores prazeres é encontrar leitores que me param com um sorriso e me dizem que toquei a vida deles de uma forma positiva. Gosto de pensar que foi só um empurrãozinho.”

Leandro Karnal (62)

DANILO BORGES

Leandro Karnal

Filho de um advogado e professor com uma dona de casa, desde cedo ele mostrou curiosidade em ler e aprender. Influenciado pelo ambiente católico da escola e pelas bibliotecas, o gaúcho de São Leopoldo (RS) começou sua vida acadêmica graduando-se em história e logo em seguida se dirigiu a São Paulo para fazer doutorado. Com 5,2 milhões de seguidores no Instagram, o professor e historiador entende as redes sociais como um desafio. “Existe espaço para a pura estética e existe espaço para o trivial engraçado; eu procuro um espaço de reflexão sem a sisudez ou o tom solene do saber formal.” Com mais de 20 livros publicados, Karnal é conhecido por ter frequentado programas de TV, pelo podcast Platitudes, com Gabriela Prioli, por suas palestras e artigos. “Quero sempre seguir com a advertência do provérbio africano: ‘Que a morte te encontre vivo’”, filosofa.

Gustavo Cerbasi (51)

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Gustavo Cerbasi

Um dos pioneiros em divulgar e simplificar as complexidades do mundo dos investimentos para o público geral, o gaúcho Cerbasi é formado em administração pública pela FGV, mestre em finanças pela USP e tem especialização em finanças pela Universidade de Nova York. Começou a divulgar sua filosofia de investimentos no fim do milênio passado. Já lançou 14 livros sobre finanças pessoais, entre eles Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. O texto inspirou a série de filmes Até que a Sorte nos Separe. Mesmo após 25 anos, ele diz acreditar que o investidor brasileiro ainda precisa de informação. “O Brasil é uma economia especulativa e são poucos os que investem com base em fundamentos e visão de longo prazo”, diz ele. “Informação e esclarecimento são uma questão de sobrevivência em nosso mar turbulento.” (LP)

Música

Mônica Salmaso (54)

LORENA DINI

Mônica Salmaso

Completando 30 anos de carreira, a intérprete Mônica Salmaso celebra uma trajetória marcada por acertos de tom e de repertório. Sua estreia veio com o álbum Afro-Sambas (1995), uma proposta do compositor Eduardo Gudin, que a apresentou ao repertório de Baden Powell e Vinicius de Moraes. “Foi um presente gigante. Eu não precisava inventar uma cantora às pressas, o projeto já era forte, e isso me libertava para descobrir quem eu era depois.” A parceria com Paulo Bellinati, violonista e arranjador do disco, foi decisiva: “Isso delineou minha forma de pensar música, carreira e autonomia”. 

Desde então, ela recebeu o reconhecimento de condecorações como o Prêmio da Música Brasileira, o da Associação Paulista dos Críticos de Arte, o extinto Prêmio Sharp e duas indicações ao Grammy Latino: em 2007, pelo álbum Noites de Gala, Samba na Rua e, em 2011, por Alma Lírica Brasileira. Em 2020, na pandemia, idealizou o projeto Ô de Casas, série de duetos virtuais com grandes nomes da música brasileira, como Chico Buarque. “Começou como uma brincadeira, mas virou um gesto de afeto imenso.”

Em 2022, Chico retribuiu, convidando a cantora, que já tinha gravado dois discos em sua homenagem, a integrar a turnê Que tal um Samba? Atualmente, Mônica percorre o país com o show Minha Casa, que deve virar álbum e DVD. Paralelamente, apresenta o espetáculo Senhora das Canções, que revisita a obra de Elizeth Cardoso. “Sonho seguir construindo projetos em que o cuidado seja protagonista. Quero encontros, quero escuta. Meu futuro tem mais silêncio e mais música.”

Juçara Marçal (63)

PABLO SABORIDO

Juçara Marçal

Após décadas dedicadas à Companhia Coral (música e teatro), ao conjunto vocal Vésper e à banda A Barca, a cantora fluminense se consolidou, com sua carreira solo, como uma das vozes mais potentes e singulares da música brasileira contemporânea, como mostram os discos Encarnado (2014) e Delta Estácio Blues (2021), vencedor do Prêmio Multishow. “Tudo o que se refere à herança africana em nossa música me interessa. Vivenciei e me encantei com as festas, os ritos, as religiões, as vertentes da cultura afro diaspórica, e isso está presente no que produzo”, diz Juçara, que integra a banda Metá Metá com os músicos Kiko Dinucci e Thiago França. “O que mais me agrada é sentir presentes os encontros que tive com artistas de várias áreas e de diferentes culturas.”

Chitãozinho & Xororó (71 E 67)

MARCOS HERME

Chitãozinho e Xororó

Combinando música caipira, viola paraguaia e o formato de canção popular, os irmãos José e Durval de Lima – ou melhor, a dupla Chitãozinho & Xororó – foram pioneiros na popularização nacional do sertanejo romântico, como foi chamado nos anos 1980, rompendo as porteiras da zona rural paranaense e ganhando palcos como o estádio do Maracanã e o Carnegie Hall. “Olhar para trás e ver tudo o que a gente construiu nesses 55 anos é emocionante. A gente nunca imaginou chegar tão longe”, confessa Chitão.  São 37 álbuns gravados, seis prêmios Grammy Latino, centenas de discos de ouro, platina e diamante, mais de 6 mil shows para cerca de 100 milhões de pessoas, além de 40 milhões de discos vendidos. Xororó diz manter os pés no chão. “Tudo que vivemos até aqui foi com muito trabalho e respeito à música. A vontade de seguir criando é o que sempre nos moveu.”

Otto (57)

ARTHUR MORIC

Otto

Tocando com as bandas Mundo Livre S/A e Nação Zumbi, o cantor e compositor pernambucano foi um dos personagens centrais do manguebeat, no início dos anos 1990. Otto afirma, porém, que o momento mais decisivo de sua carreira está no presente. “A maturidade é um ponto de virada. É preciso manter a coerência artística num tempo em que tudo parece superficial. Meu desafio é seguir passando verdade, poesia, consciência política e social pela arte”, diz o músico de discos essenciais como Samba pra Burro (1998) e Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos (2009). “Sou um artista de palco, de batente. Vivo do show. Minha música é orgânica, vem de dentro. Isso é o que me faz mais feliz.” Atualmente grava um disco colaborativo em que se propõe a letrar e a gravar músicas inéditas de Marcos Valle, Sullivan, Roberto Frejat e Edgard Scandurra, entre outros.

Edgard Scandurra (63)

ANGELO PASTORELLO

Edgar Scandurra

Com 43 anos de carreira e uma assinatura inconfundível nas guitarras do Ira!, Scandurra é hoje um dos grandes nomes do rock brasileiro. “Tenho muito orgulho de ter mantido a autenticidade e, ao mesmo tempo, conquistado relevância. Sinto que consegui transformar minha paixão em uma carreira sólida e bonita.” Sua trajetória começou no post-punk paulistano com Smack e Mercenárias. Scandurra coleciona colaborações marcantes com Karina Buhr, Arnaldo Antunes e o projeto infantil Pequeno Cidadão. Atualmente, o guitarrista está em turnê com o Ira! e finaliza um novo disco do Benzina. “Tenho o sonho de tocar com ídolos como Caetano Veloso, Milton Nascimento e Gilberto Gil. E seria uma realização pessoal fazer um solo de guitarra numa música do Roberto Carlos.” Com quatro filhos e uma neta, mantém o fôlego criativo. “Minha conexão com a música é eterna. Jamais vou me aposentar.” (CM)

Colaboraram: Carlos Messias, Dafne Sampaio, Daniela Giuntini E Kátia Lessa

Fotos: Chico Cerchiaro, Marcus Steinmeyer E Victor Affaro 

Edição: Décio Galina E José Vicente Bernardo



[Fonte Original]

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