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O aumento tarifário anunciado pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil deve impactar diretamente duas cadeias agroindustriais relevantes para o comércio exterior brasileiro: café e suco de laranja. A medida, que eleva a tarifa de importação para 50%, foi comunicada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, nesta quarta-feira (9).
Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), disse que o consumidor de café dos EUA será onerado com a tarifa de 50% anunciada por Trump, ao Brasil, que é o principal fornecedor do grão ao país. Ele completa que acompanha com muita atenção a discussão sobre tarifas dos EUA, já que o país é o maior consumidor mundial de café, enquanto o Brasil é o principal produtor e exportador.
Matos afirmou ainda que os exportadores de café têm esperança de que “bom senso e a previsibilidade de mercado” prevaleçam, já que estão trabalhando em “agenda positiva” junto a parceiros nos EUA.
O setor tem defendido que o café seja incluído em uma lista de exceções isenta de tarifas nos EUA, que já haviam taxado anteriormente os produtos do Brasil com uma tarifa básica de 10%. Em 2024, as vendas de café para os EUA somaram US$ 2 bilhões (R$ 11,1 bilhões na cotação atual).
A indústria de suco de laranja também deve sofrer os efeitos da nova política tarifária. Para Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, a decisão é “péssima para o setor exportador de suco de laranja”. Segundo Netto, o segmento foi pego de surpresa e vai analisar os impactos da medida.
“Entendemos que essa medida afeta não apenas o Brasil, mas toda a indústria de suco dos EUA que emprega milhares de pessoas e tem o Brasil como principal fornecedor externo há décadas”, disse. O Brasil é o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo.