A produção industrial do setor de bebidas apresentou melhora em maio, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho foi interpretado como sinal de recuperação gradual da atividade após um início de ano mais lento.
A XP Investimentos analisou os números do IBGE e os resultados financeiros divulgados pelo Grupo Petrópolis no mesmo período. Segundo os analistas, a produção de bebidas excluindo o Grupo Petrópolis avançou 4,4% em maio na comparação anual. Em abril, esse crescimento havia sido de 4,0%, enquanto o acumulado do ano ainda apresenta queda de 1,1%.
O Grupo Petrópolis reajustou seus preços em 1,0% na comparação mensal, embora os valores ainda estejam 6,3% abaixo do nível registrado em maio de 2024. O movimento teve como consequência uma retração de 4,0% no volume de vendas em relação a abril, o que pode indicar perda de participação de mercado.
A corretora também pontua que a fabricante de bebidas continua operando com uma taxa de utilização de capacidade em torno de 45%, um patamar considerado abaixo do ideal para garantir competitividade. De acordo com o modelo de regressão desenvolvido pela XP, há uma estimativa de aumento de 0,7% no volume de cerveja BZ neste ano, o que poderia beneficiar empresas mais bem posicionadas no setor.
Na visão dos analistas da XP, o desempenho recente do setor, aliado aos dados de preços e volumes, reforça uma leitura mais positiva para o caso da Ambev. Ainda assim, a casa mantém uma posição de cautela quanto ao papel, citando múltiplos de preço sobre lucro (P/L) de 14,1 vezes para este ano e 13,9 vezes para 2026, considerados pouco atrativos no momento. A XP avalia que será necessário acompanhar a evolução dos dados ao longo dos próximos meses antes de reavaliar de forma mais favorável a competitividade da companhia no mercado brasileiro de bebidas.