Quando a gente fala nuvem, a gente está falando de um galpão que está nos Estados Unidos. E grande parte dos contratos são pra armazenar os nossos dados.
Se a gente tem os dados do SUS armazenados em outro país, se cai a rede elétrica, se rompe o cabo ou se dá qualquer problema geopolítico, como é o que a gente tá passando hoje, a gente fica refém sem saber se vai prestar ou não a política pública, se vai ter a viabilidade de acessar aqueles dados.
Não é de todo mal usar software, pelo contrário. Não é uma questão de tecnofobia. Mas o problema técnico objetivo é quanto das nossas políticas públicas são mediadas por tecnologias de terceiros.
Ergon Cugler, pesquisador da FGV
Reduzir a dependência estranheira, diz o pesquisador, exigiria incentivar data centers locais —a Univeridade Federal do Paraná opera de forma autônoma com infraestrutura própria há décadas— e promover o uso de software livre —o Brasil já foi expoente nessa área e o governo federal recorre a plataformas desenvolvidas com ferramentas “open source”, como o Brasil Participativo.
Os números que a gente apresenta evidenciam que não é falta de dinheiro. É necessária vontade política. A quantidade de dinheiro que a gente paga em licença de software e aluguel de data center, por exemplo, é muito mais do que suficiente para poder desenvolver tecnologia nacional
Ergon Cugler, Pesquisador da FGV