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quarta-feira, julho 9, 2025

Prêmio Faz Diferença celebra 100 anos do GLOBO e destaques de 2024 com presença da Nobel da Paz Maria Ressa

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Em seu discurso de abertura, o presidente do Grupo GLOBO, João Roberto Marinho, celebrou o centenário do jornal.

— Celebrar os 100 anos do GLOBO é lembrar que a história do jornal é também a história das pessoas que ele ajuda a iluminar. E poucas ocasiões simbolizam isso tão bem também como o prêmio Faz Diferença. Quando nosso avô, Irineu Marinho, fundou o GLOBO, em 1925, ele plantou uma semente com os olhos voltados para o futuro, como seu filho, Roberto Marinho, transformou esse jornal em um veículo nacional e na base de um grupo de comunicação que cresceu junto com o Brasil. Vivemos um tempo de mudanças aceleradas e o jornalismo se reinventa todos os dias, mas sua essência permanece. Esse compromisso nos trouxe até aqui — disse.

João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo, faz o discurso de abertura do Prêmio Faz Diferença 2024 — Foto: Marcelo Theobald

O presidente da Firjan, Luiz Cesio Caetano, instituição parceira do GLOBO na realização do evento, ressaltou a importância da premiação:

— É motivo de imensa satisfação estar participando de mais uma edição do Prêmio Faz Diferença. Temos muito orgulho de nossa parceria com o GLOBO nessa premiação, que reconhece a contribuição daqueles que ajudam a construir um Brasil melhor, mais feliz.

Ainda na celebração dos 100 anos, na categoria Reconhecimento Internacional, a homenageada foi a jornalista filipina e vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2021, Maria Ressa.

Fundadora do site de notícias Rappler, Ressa é um dos nomes mais respeitados do mundo na defesa da liberdade e no combate à desinformação, e recebeu o prêmio das mãos do presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho, e do diretor de Redação do GLOBO, Alan Gripp.

Ressa agradeceu o reconhecimento e destacou as semelhanças entre Brasil e Filipinas:

— O GLOBO sabe, assim como nós, que o jornalismo é o alicerce. As histórias que contamos moldam as vidas que vivemos, e o jornalismo é a base da democracia— afirmou, destacando os riscos à democracia trazidos pelas plataformas digitais e pela inteligência artificial generativa.

Walter Salles e Fernanda Torres entre Alan Gripp, diretor de redação do GLOBO (esq.), e João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo — Foto: Alexandre Cassiano
Walter Salles e Fernanda Torres entre Alan Gripp, diretor de redação do GLOBO (esq.), e João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo — Foto: Alexandre Cassiano

Rostos de um ano de conquistas do cinema brasileiro, Walter Salles e Fernanda Torres foram escolhidos as Personalidades do Ano e receberam os prêmios também das mãos de João Roberto Marinho e Alan Gripp.

Diretor e protagonista do filme “Ainda estou aqui” levaram ao mundo a história de Eunice Paiva, conquistando o primeiro Oscar da História do cinema brasileiro, além de outros 40 prêmios.

— Fiquei emocionada por estar no Rio porque esse filme nasceu aqui. Nasceu no Rio de Janeiro da minha infância. E porque esse cara (Walter Salles) fez muita diferença na minha vida. Durante todo o processo do filme eu fui abduzida, por uma mulher, por uma história, pelo Marcelo (Rubens Paiva). Por dois anos. Não imaginava que eu ia viver dois anos na pele dessa brasileira que muita gente não conhecia, que eu mesma não conhecia tanto — disse Fernanda.

— “Ainda estou aqui” é um filme que acreditava num país livre e independente. A possibilidade de essa família ter um país foi roubada. Fizemos um filme sobre perda, ausência e também sobre resistência. Sobre uma mulher que mostrava que era preciso reparar com afeto. Sem a Nanda se transmutar como Eunice Paiva, não seria possível — afirmou Walter, que destacou a luta pela democracia. — A gente vive num momento em que o país que lutou tanto pela democracia sofreu uma tentativa recente de golpe. Por muito pouco, a gente não regressou aos tempos sombrios. E aproveito para lembrar que flashback nem em cinema é bom. Para a democracia existir, é preciso justiça.

Leitores e funcionários celebrados

O GLOBO também homenageou os funcionários da casa, e o escolhido foi o ilustrador Marcelo Monteiro, de 90 anos, o mais antigo na empresa, onde atua desde 1962. Ele recebeu o prêmio das mãos do cartunista Chico Caruso, seu amigo, e de Luiza Marinho Rabelo, representante do Conselho da Família Marinho, bisneta de Irineu e neta de Roberto Marinho.

— Quero agradecer a todos que estão envolvidos nessa homenagem tão carinhosa. Agradecer ao GLOBO, esse senhor centenário, de cuja história já participo honestamente há 63 anos — disse Monteiro.

Os leitores também foram lembrados. A servidora pública aposentada Marlene de Lima, de 85 anos, foi a escolhida para representar os milhões de brasileiros que, diariamente, escolhem o jornalismo do GLOBO.

Escritora, professora e leitora assídua do jornal há décadas, Marlene recebeu o prêmio das mãos da editora executiva Leticia Sander e da representante do Conselho da Família Marinho Flavia Marinho Vieira.

— Fiquei muito espantada quando meu nome apareceu para ganhar esse prêmio. Assino o jornal não me lembro desde quando. Sempre gostei muito de ler e de escrever. Minha cachaça era escrever. Às vezes, é difícil porque as palavras fogem. Existem palavras de que você precisa, mas elas não aparecem. Como disse Carlos Drummond de Andrade, “a palavra tem mil faces (…)”, por trás delas, há muitas outras palavras.

A agroindústria Fumel, sediada em Cachoeiras do Macacu, na Região Serrana do Estado do Rio, capacita os pequenos produtores parceiros que fornecem à empresa a banana produzida na região. Com esse trabalho, foi a vencedora dna categoria Desenvolvimento do Rio.

A sócia-diretora da Fumel, Nara Victor, disse que o prêmio, entregue pelo diretor-geral da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, Frederic Kachar, e pelo presidente da Firjan, Luis Cesio Caetano, é “principalmente de nossos produtores, que a gente trata desde o iniciozinho, antes de o solo estar pronto”.

— E, como toda obra, uma empresa também precisa de uma fundação muito bem construída. E essa fundação veio do meu pai. Para nós, é muito básico o que é ESG, tivemos que aprender depois o nome do que a gente fazia, está no DNA da empresa, e é mérito dele — afirmou.

A sócia-diretora da Fumel, Nara Victor, e a assessora de imprensa da agroindústria, Renata Victor, receberam o Prêmio Faz Diferença Desenvolvimento do Rio do diretor-geral da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, Frederic Kachar, e do presidente da Firjan, Luis Cesio Caetano — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
A sócia-diretora da Fumel, Nara Victor, e a assessora de imprensa da agroindústria, Renata Victor, receberam o Prêmio Faz Diferença Desenvolvimento do Rio do diretor-geral da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio, Frederic Kachar, e do presidente da Firjan, Luis Cesio Caetano — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Vencedor na categoria Economia, o atual secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, foi fundamental para tirar do papel a reforma do sistema tributário brasileiro, um dos mais intrincados do mundo.

Ao receber o prêmio das mãos da editora de Economia do GLOBO, Luciana Rodrigues, e do colunista Lauro Jardim, Appy celebrou o reconhecimento e compartilhou com as centenas de pessoas que contribuíram para a construção do projeto que reformou o sistema.

— Mais de 300 pessoas trabalhando em 19 grupos de trabalho, e surpreendentemente deu certo, mostrando que é possível a gente ter um federalismo cooperativo no nosso país.

Em 2024, o empresário Roberto Medina comemorou 40 anos do Rock in Rio, consolidou o The Town em São Paulo e agora tem planos de construir o maior complexo de entretenimento da América Latina. Essa aposta na música como forma de unir o país lhe valeu o Faz Diferença na categoria Brasil.

Medina celebrou ainda a trajetória de sucesso do Rock in Rio em Lisboa, onde se tornou o maior festival da Europa.

— As pessoas dizem: “Você é muito corajoso”. Mas eu não sou corajoso. Quando você é apaixonado, não tem espaço pra não ter coragem. E o Rio de Janeiro é tão estimulante, o Brasil é tão estimulante — afirmou ao receber o prêmio das mãos do editor executivo do GLOBO, Paulo Celso Pereira, e de Thiago Prado, editor de Política e Brasil.

Ao receber o prêmio Faz Diferença de Ciência e Saúde, a médica cardiologista Ludhmila Hajjar ressaltou que um país sem investimento na ciência, na educação e na saúde é desigual. “Não tem futuro”.

A professora goiana está entre os cientistas mais renomados do mundo e, no Brasil, coordenou a elaboração de um documento, destinado ao STF, com propostas de enfrentamento às drogas e acolhimento humanizado de usuários.

Ela afirmou ainda que sua vida como médica não é só tratar da dor; “é buscar equidade e justiça social.

Nos últimos dois anos, a cantora e empresária Preta Gil vem enfrentando momentos difíceis por conta de um adenocarcinoma no intestino. Em vez de se recolher, Preta decidiu falar abertamente sobre sua condição e incentivar pessoas a cuidarem de sua saúde. Por sua luta, ela recebeu o prêmio Faz Diferença na categoria Ela.

Preta, que está nos EUA onde continua seu tratamento, foi representada no palco pela madrasta Flora Gil, e pelo amigo e fiel escudeiro Gominho. Muito emocionados, eles receberam o prêmio das mãos da editora da Revista Ela, Marina Caruso, e de Luiza Batista, editora executiva do GLOBO.

Flora Gil, em seu discurso de agradecimento, fez uma citação à música “Tempo rei”, de Gilberto Gil, seu companheiro e pai de Preta:

— O tempo é rei. E a gente está dando esse tempo para a Preta, que o desafio da vida trouxe.

Celebração da diversidade

Pela atuação como uma das principais vozes no ativismo pelos direitos das mulheres e da população negra no Brasil, a escritora, filósofa e doutora em Educação Sueli Carneiro recebeu o Faz Diferença na categoria Diversidade.

Uma das maiores intelectuais da História do país, a pesquisadora, que não pôde participar do evento, agradeceu pelo troféu por meio de um vídeo exibido na cerimônia.

— Receber um reconhecimento é sempre algo especial, mas quando esse gesto está ligado a causas historicamente rejeitadas, negligenciadas e mal acolhidas por grande parte da sociedade, ele ganha um significado ainda mais profundo — diz a intelectual.

Ela destacou ainda fazer parte de uma geração de militantes negros que têm sido sistematicamente “desrespeitada e deslegitimada em seu ativismo”.

A conquista da inédita medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris em 2024 rendeu frutos que vão além da condecoração à Seleção Feminina de Ginástica Artística brasileira. O “quinteto fantástico”, formado por Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares recebeu o Faz Diferença na categoria Esportes.

As meninas, que receberam o prêmio do editor de Esportes do GLOBO, Thales Machado, e da diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Copeti, fizeram da modalidade uma verdadeira febre no Brasil e ecoam como motivação para muitas outras garotas espalhadas pelo país.

— Somos cinco mulheres muito fortes. Temos também uma equipe enorme que trabalha diariamente para que possamos ser protagonistas dessa história. Agradeço todos vocês que nos assistiram. É muito bom ver as pessoas apaixonadas pela nossa modalidade, que queremos popularizar — afirmou Jade Barbosa.

Cerimônia de entrega do Prêmio Faz Diferença, no Teatro do Copacabana Palace. Thales Machado, editor de Esportes, e Clarice Copeti, diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras entregam o prêmio Esportes para a Seleção Feminina de Ginástica Artística — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Cerimônia de entrega do Prêmio Faz Diferença, no Teatro do Copacabana Palace. Thales Machado, editor de Esportes, e Clarice Copeti, diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras entregam o prêmio Esportes para a Seleção Feminina de Ginástica Artística — Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

Na categoria Música, a homenageada pelo Faz Diferença foi a baiana Ivete Sangalo, que não pôde comparecer, mas enviou um vídeo de agradecimento em que destacou os 30 anos de carreira, completados em 2024. Veveta, como é conhecida, disse que a música sempre foi sua maneira de se conectar com o mundo e que sua trajetória foi construída com “muito amor, muita entrega, muita verdade e muita música”.

A apresentadora Ana Maria Braga, há 25 anos à frente do “Mais Você”, não cansa de se reinventar nas manhãs da TV Globo desde 1999. Com uma legião de fãs nas redes sociais, “Namaria”, como é carinhosamente chamada, ainda tem fôlego para mais uma empreitada. Vai comandar um reality show em busca do mais novo talento culinário do país.

O prêmio a Ana Maria foi entregue pelo editor executivo do GLOBO, Alessandro Alvim, e pelo editor de cultura do jornal, Marcelo Balbio.

— Manter o programa atual por tanto tempo é motivo de orgulho. Passamos por muitos desafios, porque a vida é assim, mas seguimos com alegria, amor e fé de que, quando se faz com o coração, tudo é possível.

O ator Selton Mello, que deu vida ao deputado Rubens Paiva, no filme “Ainda estou aqui”, foi o vencedor do prêmio Faz Diferença na categoria Cinema.

Em seu discurso, após receber o prêmio das mãos do editor executivo do GLOBO André Miranda e da colunista Patricia Kogut, Selton disse que 2024 foi um ano especial, “muito por Ainda estou aqui”.

— Walter Salles me deu a honra de viver a aventura de dar corpo ao Rubens Paiva— afirmou, acrescentando que espera continuar sendo ambicioso para voltar e tentar outro Faz a Diferença daqui a uns anos.

Cerimônia de entrega do Prêmio Faz Diferença, no Teatro do Copacabana Palace. Marcelo Balbio, editor de Cultura, e Alessandro Alvim, editor executivo entregam o prêmio TV para a apresentadora Ana Maria Braga — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo
Cerimônia de entrega do Prêmio Faz Diferença, no Teatro do Copacabana Palace. Marcelo Balbio, editor de Cultura, e Alessandro Alvim, editor executivo entregam o prêmio TV para a apresentadora Ana Maria Braga — Foto: Marcelo Theobald / Agência O Globo

Com 36 anos dedicados ao acolhimento de imigrantes, a religiosa e advogada Rosita Milesi foi agraciada com o prêmio na categoria Mundo. Ela não pôde comparecer à cerimônia, mas enviou um vídeo no qual destaca que o reconhecimento não foi só dela, mas de cada migrante ou refugiado com quem “teve a graça de encontrar ao longo de sua missão”.

Rosita Milesi pediu ainda que os migrantes e refugiados que chegam em busca de uma oportunidade de viver em paz sejam acolhidos com empatia.

O projeto escolhido para a categoria Livros, Histórias Além Muros, idealizado pela produtora cultural Daniela Chindler, nasceu com o intuito de estimular a leitura entre as mulheres presas no presídio Talavera Bruce.

Daniela, que recebeu os prêmios das mãos dos colunistas do GLOBO Vera Magalhães e Merval Pereira, dedicou o prêmio aos escritores Adélia Prado e João Silvério Trevisan.

— É emocionante estar aqui, na categoria Livros, com uma ação de incentivo de leitura voltada para mulheres em situação de privação de liberdade.

O projeto História Além Muros já ganhou um braço da unidade de Custódia e reinserção feminina de Marabá, no Pará.

O Faz Diferença na categoria Educação foi para o secretário municipal e deputado federal Renan Ferreirinha por adotar a proibição de celulares em ambientes pedagógicos de forma pioneira no Brasil, no início de 2024.

— Quando tomamos a decisão foi um clamor em defesa de nossas crianças. Não podemos permitir que os celulares sequestrem infâncias — disse, ao receber o prêmio das mãos da diretora-executiva do GLOBO, Flávia Barbosa, e do vice-presidente do Conselho do Grupo Globo, José Roberto Marinho.

— Foi a educação que mudou e transformou minha vida.

Marcos Vinícius de Souza Vasconcelos foi o vencedor do faz Diferença 2024 na categoria Rio. Ele se arriscou para salvar mãe e filhas presas dentro de um carro levado pela correnteza durante um temporal em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

[Fonte Original]

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