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sexta-feira, setembro 5, 2025

Diretora-executiva do Climate Reality Project defende prazo para fim gradual de combustíveis fósseis

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A definição de um calendário claro para o fim gradual do uso de combustíveis fósseis é um passo importante na luta contra as mudanças climáticas, defendeu neste domingo (17) Phyllis Cuttino, diretora-executiva do Climate Reality Project, organização fundada pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore. Ela incluiu a questão como um dos temas sobre o qual tem expectativas de avanços na COP30, em Belém.

“Há algumas decisões a serem tomadas. Por exemplo, gostaríamos de ver um prazo para o fim gradual dos combustíveis fósseis, para dar aos países um objetivo para o qual ir em direção, do mesmo jeito que temos uma meta de emissão zero”, afirmou, após participar do último dia de treinamento para lideranças climáticas que a organização promove no Brasil.

“Houve um acordo de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, mas nenhum plano ou prazo sobre isso. […] Se não tem objetivo, é difícil chegar”. Perguntada se era possível alcançar tal compromisso em Belém, Cuttino respondeu apenas “vamos ver”, sem querer confirmar se era viável ou não.

Com entusiasmo e expectativa sobre a COP no Brasil, elogiou as “capacidades diplomáticas” do país e o fato de a cúpula ter um presidente [André Correa do Lago] sem ligação com a indústria de petróleo após dois anos com esse perfil, nos encontros de Dubai (COP28) e do Azerbaijão (COP29). “A indústria de petróleo é muito forte nas COPs”.

Cuttino elogiou, em mais de um momento, o papel do Brasil no debate contra as mudanças climáticas e a condução das conversas na COP30 pelo embaixador André Corrêa do Lago e disse esperar que as questões de infraestrutura logística na cúpula sejam solucionadas para permitir que o encontro “seja de fato inclusivo”.

“Vocês [o Brasil] já conseguiram reunir líderes mundiais, que agiram com ambição, e temos esperança que isso possa ocorrer de novo. O Rio [Eco-92) foi o maior encontro de líderes mundiais realizado até hoje [na área de meio ambiente]. Não sabemos se isso vai acontecer de novo, mas o Brasil está fazendo um trabalho grande para desempenhar o mesmo papel”.

O treinamento de líderes climáticos realizado desde sexta-feira (15) no Rio é o quarto realizado pela organização no Brasil e o segundo neste ano – o primeiro foi em Belém. Os encontros são parte do projeto Reality, série global de eventos voltada à mobilização política, ao engajamento público e ao fortalecimento da pressão por ações climáticas contundentes rumo à COP 30.

Cerca de 800 líderes ativistas locais, de 18 Estados brasileiros, se reuniram nesses três dias no Rio, como parte dessa iniciativa. Ao todo, cerca de quatro mil pessoas passaram pelos treinamentos do Climate Reality Project no Brasil, desde o primeiro, em 2014, e são descritos por Cuttino como “super ativistas ambientais”.

No mundo, 60 mil pessoas passaram por treinamentos do Climate Reality Project para aprender mais sobre as mudanças climáticas e as soluções para acabar com elas e atuarem como propagadores das ideias e incentivadores de políticas públicas.

“Eu acredito verdadeiramente no ativismo de base [grassroots]. Com o treinamento, mostramos como liderar de uma maneira muito prática. Vamos avançar com a vontade política”, afirmou o ex-vice-presidente dos Estados Unidos.

[Fonte Original]

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