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quarta-feira, setembro 3, 2025

Crítica | Slam Dunk – Vol. 7: O Último Dia do Time de Basquete – Plano Crítico

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Depois de um volume de transição marcado pela repercussão da derrota e a introdução de Ryota Miyagi, o sétimo volume de Slam Dunk retorna diretamente com a briga entre Sakuragi e o mais novo armador de Shohoku. A interação entre os dois esquentados é mais uma vez divertidinha, com Inoue preparando o início de uma amizade que acaba sendo forjada quando ambos os personagens revelam seus crushs “secretos” – os quadros deles chorando são bem engraçados. Acredito que será bem bacana ver a dinâmica deles em quadra, com Miyagi guiando o ala, algo que já começamos a ver rapidamente numa sessão de treinos.

No outro dia, quando os dois retornam ao ginásio abraçados, o tom é de otimismo com uma equipe que tem tudo para melhorar… até que a tensão começa quando um grupo de delinquentes que quer machucar Miyagi decide ir procurar o time de basquete. O que temos a partir disso é um volume sem jogos oficiais e com treinamento interrompido, focado quase que integralmente na briga generalizada que toma o ginásio da escola, com muitas sequências de pancadarias. A ideia é claramente criar um ponto de atrito, usando forças externas, enquanto o drama também fortalece o laço entre esses personagens que lutam um pelo outro. Tudo narrativamente básico, mas eficiente.

Por trás da briga, um receio: que os professores da escola descubram o que está acontecendo e suspendam o time, o que leva Sakuragi, Miyagi e Rukawa a se segurarem temporariamente, até quando não dá mais. A trama é simples e descomplicada, indo da sequência da invasão até o momento de ação de maneira direta. A arte de Inoue nesses momentos são meio exageradas, mas também boas de ler; os golpes têm peso, o mangaká não se esconde da violência e do sangue; e os personagens de fato se mostram como delinquentes juvenis relativamente perigosos. Claro que também tem muito humor para digerir a densidade do bloco, com destaque para a participação pateta da gangue do Sakuragi.

Infelizmente, porém, acredito que Inoue estica demais esse bloco. São quase dez edições focadas apenas nessa briga no ginásio, o que acaba dando um ar de repetição e de falta de substância ao volume. É perceptível como o autor poderia ter condensado o conflito para o arco ganhar um pouco mais de estofo e até para a leitura não ficar tão maçante à medida que as lutas não acabam na forma como todo mundo tem “turnos” para lutar. Entendo a proposta de Inoue em mostrar certas hesitações dos personagens, em compor alguns diálogos que insinuam ressentimento entre personagens e o desenvolvimento de um punhado de antagonistas secundários, mas achei o bloco como um todo bem mais extenso do que o necessário.

Inclusive, ao final do volume, a briga ainda não acabou (!), com Akagi se juntando ao grupo, tentando de tudo para evitar que os professores descubram a bagunça. Felizmente, mesmo pesando a mão no exagero, Inoue entrega mais um bom arco, dessa vez tirando o esporte de cena para mostrar um pouco da realidade desses personagens e também para apresentar uma máxima de dramas esportivos: não há jogo sem time, e não há time sem laços reais. E esses laços não se formam só com bolas de três pontos ou enterradas espetaculares, mas com dor, frustração, empatia e camaradagem; todos traços que começam a aparecer no meio desse conflito.

Slam Dunk – Vol. 7: O Último Dia do Time de Basquete (The End of the Basketball Team, Basuke-bu Saigo no Hi, バスケ部最後の日) – Japão, 1992
Contendo: Capítulos #54 a 62
No Brasil: Slam Dunk – Vol. 7 (Panini, janeiro de 2006)
Roteiro: Takehiko Inoue
Arte: Takehiko Inoue
Editora: Shueisha
Revista: Weekly Shōnen Jump
232 páginas



[Fonte Original]

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