Uma leitura de inflação no atacado nos EUA mais quente do que o esperado tem moderado o otimismo para um corte na taxa de juros de setembro, mas alguns analistas dizem que a retração nas criptomoedas pode ser de curta duração à medida que os ventos favoráveis da liquidez se acumulam no final do ano.
O Índice de Preços ao Produtor subiu 0,9% em julho, seu maior ganho mensal em mais de três anos, com o PPI central acompanhando esse ritmo.
Os dados levaram os traders a reduzir as apostas em um alívio iminente do Federal Reserve, pressionando o Bitcoin e o Ethereum a partir de recentes altas.
O Bitcoin cai 2,2% para US$ 118.955 nesta sexta-feira (15), enquanto
O Ethereum cai 2,4% para US$ 4.939 nesta sexta-feira (15), enquanto o Bitcoin recua 2,2% para US$ 118.955, mostram os dados do CoinGecko. Em reais, o BTC é negociado a R$ 644.574, segundo dados do Portal do Bitcoin.
Leia também: Líder do Tesouro dos EUA recua e promete compras de Bitcoin “neutras ao orçamento”
“A recente retração nos preços das criptomoedas após uma leitura mais quente do que a previsão no PPI central parece ter abalado a confiança geral em um corte na taxa do Fed no próximo mês”, disse Thomas Perfumo, economista global da Kraken, ao Decrypt.
“Fundamentalmente, a inflação elevada continua a sublinhar o apelo de longo prazo dos criptoativos com oferta fixa ou programática, que estão estruturalmente melhor posicionados para preservar e até mesmo crescer em valor.”
O exemplo mais proeminente é o Bitcoin, que tem uma oferta fixa limitada a 21 milhões de moedas.
Jamie Coutts, analista-chefe de cripto da Real Vision, disse que o cenário macro está se afastando dos ciclos históricos, com a inflação improvável de ser “facilmente domada” e os formuladores de políticas explorando ferramentas não convencionais, como emissão direcionada do Tesouro ou controle da curva de rendimentos.
“A curto prazo, isso parece otimista, mas sem crescimento sustentado, pode terminar desastrosamente”, disse ele.
Expectativas para o futuro
Coutts espera uma fraqueza sazonal em setembro, mas vê a crescente liquidez global, impulsionada por medidas de estímulo chinês e um dólar americano mais fraco, apoiando uma alta no quarto trimestre.
O Bitcoin caiu em seis dos últimos 10 setembros, com uma queda mediana de cerca de 4,35%, de acordo com os dados da CoinGlass, mas essas quedas geralmente prepararam fortes altas no final do ano.
Coutts tem observado frequentemente que as mudanças na liquidez, seja expandindo ou contraindo, tendem a se mover em sintonia com a alta e queda das avaliações de ativos de risco, como visto durante a alta do mercado na era da pandemia de 2020-2021.
Por enquanto, o choque do PPI restringiu as apostas agressivas de corte de taxa. Mas se os fluxos de liquidez se mantiverem e o dólar continuar a amolecer, a calmaria do final do verão nas criptomoedas pode dar lugar a um novo impulso de alta antes do final do ano.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
No MB, a sua indicação vale Bitcoin para você e seus amigos. Para cada amigo que abrir uma conta e investir, vocês ganham recompensas exclusivas. Saiba mais!