Já consolidada e mais antiga criptomoeda do mundo, o Bitcoin (BTC) é a preferência do brasileiro em uma carteira de ativos digitais. Enquanto isso, na hora de negociar e usar moedas digitais como meio de pagamento, as stablecoins são as mais usadas no país, segundo o relatório “Panorama Cripto na América Latina”, feito pela Bitso.
De acordo com o levantamento, que usa dados do primeiro semestre de 2025, no Brasil, o grande destaque foi a “confiança dos usuários no Bitcoin como forma de investimento de longo prazo”. O país registrou a maior concentração de BTC em carteira entre todos os mercados analisados, com 65% dos ativos mantidos pelos usuários brasileiros em Bitcoin, deixando a moeda como principal reserva de valor no país entre as criptos.
No México e na Argentina, o BTC ficou com 55% das composições das carteiras, enquanto na Colômbia, foram 49% dos investidores. Em segundo lugar aparecem as stablecoins, que fazem parte de 16% das carteiras na Argentina, 12% na Colômbia e 8% no Brasil, com o México sendo a exceção, onde a segunda posição é da XRP, com 13%.
Segundo a Bitso, a preferência em Bitcoin quando se trata de hodl pode ser explicada pela alta valorização que esse ativo tem demonstrado em períodos mais longos. Uma análise da Bitso mostrou que, somente no último ano, o Bitcoin dobrou de valor e superou a rentabilidade de ativos tradicionais no Brasil, como ouro, café e ações como Petrobras e Vale.
“A preferência dos brasileiros por manter Bitcoin em carteira mostra uma confiança crescente no ativo como proteção patrimonial e investimento de longo prazo. Isso reflete não só a maturidade do usuário, mas também o papel do BTC como alternativa viável frente à inflação e à volatilidade de ativos locais”, afirma Bárbara Espir, Country Manager da Bitso no Brasil.
Stablecoins para pagamentos
Outro dado importante apresentado no relatório é a tendência de adoção de stablecoins em crescimento no Brasil. De acordo com o estudo, as moedas digitais atreladas ao dólar já representam 35% das compras no país, um avanço expressivo em relação ao relatório anterior, quando esse valor era de 26%.
Além disso, pela primeira vez, a USDC, da Circle, aparece isoladamente como o ativo mais comprado entre os brasileiros, com 24% das aquisições, superando o próprio Bitcoin, que aparece com 21%. O USDT, da Tether, ficou 11% das compras durante o período avaliado.
Para a empresa, esse comportamento reforça o papel das stablecoins como instrumento de proteção cambial e ferramenta prática para transações cotidianas. “O avanço das stablecoins na região mostra como os usuários latino-americanos estão cada vez mais familiarizados com as funcionalidades práticas desses ativos, seja para remessas, proteção cambial ou pagamentos diários”, diz Espir.
Olhando para o dado amplo da América Latina, USDC e USDT empataram com 23% das compras no primeiro semestre, seguidos pelo Bitcoin, que ficou com 15%. Ainda próximo também destaque para a XRP, que registrou 12%.
Ao analisar por país, o Brasil ficou em último no uso de stablecoins. A liderança, com folga, ficou com a Argentina, em que 78% das compras no país foram feitas com USDT, com o segundo lugar ficando com a USDC, com 7%, enquanto o Bitcoin representou apenas 4%.
Na Colômbia e no México, a liderança foi da USDC, com 28% e 25% das compras, respectivamente em casa país. E em ambos o BTC ficou no segundo lugar, com 15% e 19%, respectivamente.
A Bitso ressalta ainda no relatório que um dado que chamou atenção foi a queda nas compras da memecoin Pepe: de 6% em 2024 para apenas 3%, uma redução pela metade. “Essa queda pode estar ligada à listagem de novas memecoins, o que pode ter levado os usuários a diversificar suas compras”, avaliou a companhia.
Para a segunda metade do ano, a Bitso espera um “possível movimento de valorização das altcoins, após um desempenho mais tímido no primeiro semestre”. “Esse ciclo seria compatível com padrões históricos do mercado e pode ser impulsionado por eventos relevantes, como a aguardada atualização do ecossistema Ethereum”, diz a empresa no relatório.
Além disso, ela avalia que qualquer ajuste nas taxas de juros dos EUA pelo Federal Reserve pode influenciar decisões de investimento por parte de empresas globais, o que também tende a refletir positivamente nos preços dos criptoativos como um todo.
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